Surf Adaptado foi destaque na abertura do ASJ 2019

Luciano Nem, Surf Adaptado / Foto Basilio Ruy PP07Luciano Nem, Surf Adaptado / Foto Basilio Ruy PP07

Seguindo o protocolo, o primeiro dia das competições amadoras realizadas em Santa Catarina foi reservado para a definição das categorias de base. Seis campeões da 1ª etapa do Circuito OP ASJ Kids and Kings foram conhecidos no sábado, 4 de maio, com confrontos que chamaram a atenção pelo excelente nível técnico.

As finais do surf feminino tiveram as vitórias da elétrica Maria Amélia Autuori na Feminino Sub12 e Pamella Mel na Feminino Sub 16. Ambas as categorias tiveram a presença de muitas atletas que disputam o circuito Fecasurf Amador, mostrando que o surf feminino catarinense ganhou força e renovação em seu quadro de competidoras.

O paranaense Anuar Chiah teve um sábado de alegrias na Joaquina, participando de duas finais. Ele foi o campeão da categoria Sub10, com duas ondas fortes que fizeram a diferença a seu favor na decisão. Na final Sub12 a vitória ficou com Gabriel Ogasahara, atual campeão do ranking ASJ 2018 para surfistas até 12 anos. Em sua segunda decisão no dia, Anuar Chiah foi o terceiro colocado.

Outro destaque do final de semana foi o australiano Sol Gruendling, que é filho de brasileiros. Nascido em Sidney, Sol está passando uma temporada no Brasil e impressionou com uma linha de surf madura para sua pouca idade. Ele ficou com o vice-campeonato na Sub12, e na sequencia partiu com tudo para a decisão da Sub14, onde venceu com autoridade sua categoria.

O atleta de Balneário Barra do Sul(SC) Luiz Mendes é um fissurado por competição, e marcou presença na etapa. Mendes é um dos melhores surfistas amadores do estado na atualidade, e se mantém em movimento competitivo todo final de semana, disputando os principais campeonatos em Santa Catarina. A primeira, das duas vitórias conquistadas por ele na Joaquina, foi o título da Sub16, que fechou as disputas do dia, deixando as emoções finais para domingo.

E a previsão se fez como o previsto para o domingo, com a subida do mar para a conclusão das sete categorias restantes da prova. Depois de um dia inteiro com ondas perfeitas e vento terral, as finais começaram com o pessoal do Surf Adaptado.

Numa iniciativa inédita da ASJ, pela primeira vez essas categorias foram divididas entre Feminino e Masculino. A primeira final deste domingo começou pela Adaptados Feminino, que teve a Franciele como a primeira campeã do dia e do circuito entre as meninas.

Na sequencia de novidades dentro da competição, os Deficientes Visuais também arrancaram aplausos da praia cheia para os três finalistas. Vitória do surfista Jacson, que integra o projeto Surf para Todos localizado na Barra da Lagoa, em Floripa. Ele marcou a maior nota da decisão (8.25), e foi muito comemorado com todos os integrantes e atletas que trabalham na instituição.

A categoria Surf Adaptado Masculino contou com sete surfistas na final, com vitória de Jonathan Borba, de Itajaí(SC). Jonathan possui deficiência em seu braço esquerdo, o que não lhe impede de quebrar as ondas com um surf forte e vistoso, de repertório variado de manobras.

Durante a entrega da premiação, a diretoria da ASJ decidiu abdicar do valor das inscrições das categorias Surf Adaptados, em prol da construção da sede da ASSL (Associação de Surf Sem Limites). A entidade faz um valoroso trabalho junto aos atletas que possuem alguma limitação ou deficiência física.

O segundo título de Luiz Mendes veio na Sub18, após um combate acirrado pela primeira posição contra Kayki Araújo, que ficou em segundo por uma pequena diferença.

A Master hoje é uma das categorias mais fortes dos eventos em Santa Catarina, reunindo surfistas experientes que já figuraram no topo das principais competições no Brasil e do mundo. A primeira posição ficou para Raphael Becker, que virou o resultado pra cima de Guga Arruda, e ficou com o cheque de R$500 reais destinados ao campeão.

Na penúltima disputa do domingo, os locais se enfrentaram em casa para saber quem se adiantava no ranking. Após 15 minutos de mais uma bateria eletrizante, Guilherme Tranquilli saiu da água festejando a vitória e a liderança do ranking em sua divisão.

A última decisão foi na categoria Open, com uma disputa acirrada entre os quatro finalistas. O ex-top WCT Marco Polo é um surfista que mantém a sua “veia” competitiva na ativa, após muitos anos disputando os principais campeonatos ao redor do mundo. Agora sem a pressão de resultados e rankings profissionais, Polo coloca sua tarimba em prol das novas gerações de competidores, disputando e valorizando eventos como esses realizados pela ASJ.

Pelo terceiro ano consecutivo a associação ilhéu conta com o patrocínio da lendária Ocean Pacific (OP) para a realização de suas etapas, confirmando a forte ligação criada ainda nos anos 80 entre a marca e a praia da Joaquina.

Os números da prova confirmam o sucesso do evento, que reuniu 150 competidores divididos em 12 categorias. “É impressionante a presença maciça dos atletas, ainda mais se tratando de um evento válido pelo circuito local da Joaquina. Isso comprova o respeito e a credibilidade que a ASJ conquistou nesses anos, com o trabalho de profissionais que atuam nos bastidores para o sucesso da prova”, comentou com alegria Cristiano Melo, presidente da ASJ.

Quando o assunto é campeonato de surf na Joaquina, a constância das ondas que fez a fama da praia mundialmente é garantia de sucesso dentro e fora da água. “Por menor que seja o tamanho do swell, a Joaquina oferece ondas com excelente qualidade para a realização de um campeonato de surf”, declarou Flávio Caldas, diretor técnico da ASJ e árbitro que integra o quadro oficial da Fecasurf e da WSL South America.

Um confronto especial celebrou a história, o passado da ASJ e seus fundadores, que nos anos 80 instituíram o que viria a ser uma das principais associações de surf do país.

Roberto Lima, Eduardo Ratinho, Aldo Magoo, André Marreca e Carlos “Gama” Knoll disputaram uma bateria amigável nas simpáticas marolas da Joaca no sábado. “É uma grande honra poder estar aqui e ver que aquela sementinha plantada lá atrás por um grupo de pioneiros idealistas em prol do surf deu resultado positivo”, comentou Roberto Lima, que foi o primeiro presidente da ASJ, primeiro campeão de surf profissional catarinense e o primeiro presidente da Fecasurf, tudo nos anos 80.

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