Seis brasileiros passam para as oitavas de final do Challenger Series na Austrália

Samuel Pupo atendendo aos fãs após vencer mais uma bateria na Austrália (Crédito da Foto: @WSL / Cait Miers)Samuel Pupo atendendo aos fãs após vencer mais uma bateria na Austrália (Crédito da Foto: @WSL / Cait Miers)

Os brasileiros se destacaram nas ondas de Snapper Rocks, com seis passando para as oitavas de final do Bonsoy Gold Coast Pro apresentado por GWM. A bateria 100% verde-amarela foi a melhor, com Samuel Pupo vencendo com o maior somatório do dia – 15,93 pontos – e Ian Gouveia avançando junto com ele com a maior nota – 8,93 – na onda finalizada com um aéreo incrível. Antes, João Chianca e Deivid Silva já haviam feito uma dobradinha brasileira, depois Alejo Muniz e Michael Rodrigues venceram suas baterias. A primeira chamada para as oitavas de final será as 7h45 da quarta-feira na Austrália, 18h45 da terça-feira no fuso de Brasília.

O ainda recordista de pontos – 16,60 – do Bonsoy Gold Coast Pro, Deivid Silva, vai disputar a primeira vaga para as quartas de final com o surfista de Barbados, Josh Burke. João Chianca entra na segunda bateria com o atual campeão europeu, o francês Tiago Carrique. Na quinta, o vencedor desta primeira etapa do Challenger Series no ano passado, Samuel Pupo, faz um duelo de cortados da elite na semana passada, com o australiano Jacob Willcox. A sexta será um confronto brasileiro entre Alejo Muniz e Ian Gouveia e Michael Rodrigues enfrenta o australiano Dylan Moffat, na bateria que fecha as oitavas de final desta primeira das seis etapas do Challenger Series 2024.

A ótima participação brasileira nas direitas perfeitas de 2-3 pés em Snapper Rocks na terça-feira, começou com uma dobradinha verde-amarela do João Chianca e do Deivid Silva, sobre o australiano Jarvis Earle e o taitiano Mihimana Braye. Chumbinho segue competindo de capacete para proteger a cabeça, mas mostrou outra vez que está em plena forma e recuperado do grave acidente sofrido em Pipeline no ano passado. Depois, aconteceu a bateria 100% brasileira, que foi a melhor do dia na Gold Coast.

O atual campeão sul-americano da WSL, Mateus Herdy, largou na frente surfando as primeiras ondas com um tubo rápido e já usando seus aéreos, para somar 4,00 com 6,50. No entanto, depois não conseguiu trocar essas notas por outras mais altas. Ian Gouveia e Lucas Silveira também pegaram várias ondas no início da bateria com 35 minutos de duração, mas todas com notas baixas. O defensor do título do Bonsoy Gold Coast Pro, Samuel Pupo, demorou mais a surfar, procurou ser mais seletivo e escolheu as melhores ondas da bateria. Ele logo assumiu a ponta, com notas 6,67 e 7,83 nas primeiras que pegou.

Mateus Herdy ainda se mantinha em segundo lugar, até Ian Gouveia achar uma direita que armou a rampa para mandar um incrível “aéreo reverse full-rotation double grab” de backside. A manobra foi considerada como a melhor do campeonato e recebeu 8,73 dos juízes, a maior nota da terça-feira em Snapper Rocks. Na onda seguinte, ele massacrou outra direita boa, com uma série de batidas verticais que valeram 6,07.

Com essa nota, Ian Gouveia assumiu a liderança da bateria, mas Samuca pegou outra onda para combinar duas manobras explosivas de frontside, que ganharam 8,10. Samuel Pupo venceu com o maior somatório do dia, 15,93 pontos, contra 14,80 do Ian Gouveia, 10,50 do Mateus Herdy e apenas 9,63 do Lucas Silveira, que não conseguiu pegar boas ondas para mostrar o seu surfe.

A bateria seguinte foi a segunda com participação dupla do Brasil, mas o australiano Jacob Willcox impediu outra dobradinha verde-amarela. Ele foi um dos surfistas cortados da elite na semana passada em Margaret River e liderou desde o início, com as notas 6,33 e 7,83. Os dois brasileiros eram os competidores mais experientes da terça-feira e já fizeram parte do CT por muitos anos.

Jadson André estava passando em segundo, até Alejo Muniz achar uma onda mais longa para atacar forte, com seu frontside abrindo grandes leques de água. Ele recebeu 7,77 nessa e ainda conseguiu 6,43 na última que surfou, para vencer a bateria por 14,20 pontos. Jacob Willcox passou em segundo com 14,16 e Jadson André foi eliminado junto com o mexicano Alan Cleland.

“Eu venho competir aqui há muitos anos no CT e no ano passado perdi de cara, então só queria me sair bem esse ano”, disse Alejo Muniz. “A minha primeira bateria foi muito difícil, mas me deu a confiança que precisava, porque hoje era difícil também. Comecei devagar, mas depois encontrei o ritmo e consegui a vitória. Passar algum tempo longe das competições (por causa de contusões), me mostrou como é bom estar aqui e quanto trabalho eu poderia fazer para melhorar. Fiz algumas cirurgias, tive um filho e estou feliz por voltar a competir, especialmente com o apoio do meu filho e da minha esposa”.

Outro brasileiro com bastante experiência que já fez parte da elite do CT e ficou em 11.o lugar no ranking do Challenger Series do ano passado, que classificou os 10 primeiros colocados, ganhou a bateria que fechou a terça-feira na Austrália. Foi, certamente, a mais disputada do dia. Michael Rodrigues surfou 11 ondas e somou o 6,50 da primeira com o 7,43 da nona, para vencer por 13,93 pontos. O australiano George Pittar passou em segundo lugar com 13,80, superando por pouco os 13,17 do havaiano Ian Gentil e os 13,03 do norte-americano Dimitri Poulos.

“O nível do Challenger Series é muito alto”, destacou Michael Rodrigues. “Foi uma bateria bem difícil, mas é incrível conseguir uma vitória como essa e passar para as oitavas de final. O vento aumentou um pouco e o mar ficou mais agitado, mas até prefiro competir em condições assim. Isso faz com que tenha mais ondas, com boas seções para fazer mais manobras, então estou feliz por ter feito uma boa bateria”.

Com as seis classificações da terça-feira, dez surfistas do Brasil vão disputar as oitavas de final do Bonsoy Gold Coast Pro, contando com a Luana Silva e a Sophia Medina. Já é um bom início na batalha pelas vagas para o World Surf League (WSL) Championship Tour (CT). O Challenger Series indica os 10 homens e as 5 mulheres que irão completar a elite de 2025. A temporada começa com duas etapas na Austrália e vai terminar novamente no Corona Saquarema Pro apresentado por Banco do Brasil, nos dias 12 a 20 de outubro na Praia de Itaúna. No ano passado, os campeões na etapa brasileira foram Samuel Pupo e a jovem canadense Erin Brooks.

Compartilhe.