Carissa Moore e Jack Robinson vencem o Billabong Pro Pipeline no Havaí

Jack Robinson e Carissa Moore campeões do Billabong Pro Pipeline 2023 (Crédito da Foto: @WSL / Tony Heff)Jack Robinson e Carissa Moore campeões do Billabong Pro Pipeline 2023 (Crédito da Foto: @WSL / Tony Heff)

A havaiana Carissa Moore e o australiano Jack Robinson conquistaram os títulos do Billabong Pro Pipeline em memória a Andy Irons na quarta-feira no Havaí. As vitórias nas finais contra a australiana Tyler Wright e o italiano Leonardo Fioravanti, valeram a liderança no primeiro ranking do World Surf League (WSL) Championship Tour (CT) 2023. Os brasileiros Caio Ibelli e João Chianca perderam nas semifinais e começam a temporada empatados em terceiro lugar. O segundo desafio do ano é o Hurley Pro Sunset Beach, que já começa neste domingo no Havaí.

Caio Ibelli fez a melhor apresentação nas condições difíceis do mar na quarta-feira, devido ao vento agindo negativamente na formação das ondas de 5-7 pés no maior palco do surfe mundial. Ele foi o recordista do último dia do Billabong Pro Pipeline, com a nota 9,00 do tubaço que surfou nas direitas do Backdoor e os 15,83 pontos da vitória sobre o australiano Liam O´Brien nas quartas de final.

O confronto seguinte foi entre os outros dois brasileiros classificados para o último dia, o atual campeão mundial Filipe Toledo e João Chianca. Essa bateria já foi mais fraca de ondas e Chumbinho acabou vencendo só fazendo manobras nas que surfou. Filipe arriscou os aéreos e achou o único tubo no final, mas foi rápido e o surfista de Saquarema avançou para a primeira semifinal da sua carreira no CT, por uma pequena vantagem de 12,00 a 11,40 pontos.

Assim como no Billabong Pro Pipeline do ano passado, dois brasileiros disputaram classificação para a grande final e não conseguiram chegar na decisão do título. Em 2022, Caio Ibelli e Miguel Pupo terminaram em terceiro lugar. Caio repetiu o resultado, só que agora ficou empatado com João Chianca. O italiano Leonardo Fioravanti começou com nota 7,67 no melhor tubo da bateria contra Caio Ibelli e somou 4,33 da onda seguinte. O brasileiro só conseguiu completar um tubo, que valeu 6,50, sendo derrotado por 12,00 a 7,57 pontos.

Jack Robinson achou bons tubos em todas as baterias que disputou no último dia (Crédito da Foto: @WSL / Tony Heff)

Jack Robinson achou bons tubos em todas as baterias que disputou no último dia (Crédito da Foto: @WSL / Tony Heff)

Na segunda semifinal, João Chianca enfrentou Jack Robinson, que tinha barrado o grande favorito ao título, John John Florence. Chumbinho estava invicto contra o australiano, ganhando as duas baterias que eles disputaram no ano passado, a primeira delas no Billabong Pro Pipeline. Só que foi mais um confronto de poucas ondas boas. Quando o brasileiro conseguiu sua maior nota, 5,43 num tubo, o novo campeão em Pipeline logo deu o troco com 6,50 num tubo maior, para vencer por 11,67 a 9,93 pontos.

SELEÇÃO BRASILEIRA – Mesmo ficando a um passo do pódio, Caio Ibelli e João Chianca começam muito bem no WSL Championship 2023, dividindo o terceiro lugar no primeiro ranking do ano. Foi um resultado importante para escapar do corte da elite no meio da temporada e eles ainda largam na frente na briga pelas duas vagas do Brasil para os Jogos Olímpicos de Paris 2024. Filipe Toledo terminou em quinto lugar e vai ter que entregar a sua lycra amarela de número 1 do mundo, para o australiano Jack Robinson usar no Hurley Pro Sunset Beach, que já começa neste domingo no Havaí.

Tatiana Weston-Webb também inicia a temporada 2023 em quinto lugar no ranking. Entre os outros titulares da seleção brasileira da WSL, o tricampeão mundial Gabriel Medina, Miguel Pupo e Yago Dora, perderam nas oitavas de final e ficaram na nona colocação do Billabong Pro Pipeline, o campeão olímpico Italo Ferreira, Samuel Pupo e Michael Rodrigues, terminaram em 17.o lugar na terceira fase. Já o potiguar Jadson André sofreu uma contusão antes do evento e está fora das próximas etapas desta primeira metade da temporada.

PRIMEIRAS VITÓRIAS – A havaiana Carissa Moore e o australiano Jack Robinson festejaram suas primeiras vitórias no templo sagrado do esporte. Foi a terceira final que a pentacampeã mundial disputou em Pipeline. A primeira, em 2021, foi contra a mesma Tyler Wright, que conquistou o título daquela etapa iniciada na ilha de Maui. Em 2022, Carissa perdeu para a havaiana convidada para o Billabong Pro Pipeline, Moana Jones Wong.

A reedição da primeira decisão de uma etapa feminina do CT em Pipeline, foi confirmada com a mesma nota 8,00 do tubo que Carissa Moore surfou na semifinal havaiana com a jovem Bettylou Sakura Johnson e a recebida por Tyler Wright contra a californiana Lakey Peterson. Era a 11.a vez que a pentacampeã e a bicampeã mundial se enfrentavam em finais no CT e Carissa Moore conquistou a 26.a vitória da sua carreira por 11,00 a 10,00 pontos, graças a nota 7,17 do tubo que achou nas direitas do Backdoor.

“Estou muito feliz e são tantas emoções para conseguir esta vitória tão significativa para mim”, disse Carissa Moore. “Para as mulheres, foram muitos anos de evolução, para nos colocar em uma onda tão louca como Pipeline e tentar passar mais tempo possível surfando aqui, foi um processo e tanto. Depois de terminar a temporada passada perdendo o título mundial, é bom começar o ano com uma vitória. Ganhar um evento em homenagem ao Andy Irons é muito especial. Ele é um dos meus surfistas favoritos de todos os tempos e sempre apreciei o tempo que ele dedicou para mim”.

Carissa Moore conseguiu a tão desejada primeira vitória nos tubos de Pipeline (Crédito da Foto: @WSL / Tony Heff)

Carissa Moore conseguiu a tão desejada primeira vitória nos tubos de Pipeline (Crédito da Foto: @WSL / Tony Heff)

FINAL INÉDITA – Enquanto a decisão feminina reuniu campeãs mundiais com muitas vitórias no currículo, a masculina foi a primeira final de Leonardo Fioravanti em etapas do CT e a primeira de Jack Robinson em Pipeline. Pena que as condições do mar já estavam bem deterioradas pelo vento, que foi aumentando de intensidade durante o dia. Os dois não conseguiram repetir o bom desempenho das outras baterias. Jack Robinson ainda achou um tubo que valeu nota 6,00 e acabou decidindo a vitória por 9,17 a 7,47 pontos de Leo Fioravanti. Mas, ambos ficaram radiantes de alegria pelo resultado.

“Eu sonhei com isso por muito tempo. O Andy (Irons) sempre foi um dos meus surfistas preferidos de todos os tempos e é uma honra vencer esse evento em homenagem a ele”, disse Jack Robinson. “Sentir todas essas emoções no início do ano, é incrível. Eu estava me sentindo bem, mas nunca se sabe o que vai acontecer com essa fera, que é Pipeline. Este lugar é o mais especial de todos e estou muito grato por este começo de temporada aqui no Havaí. Eu aprendi muito no ano passado e estou me preparando para enfrentar essa longa estrada”.

Jack Robinson acabou com um longo jejum de quase uma década sem vitórias da Austrália em Pipeline. A última tinha sido conquistada por Julian Wilson em 2014, na final contra Gabriel Medina, que já havia garantido o primeiro título mundial do Brasil na história da World Surf League. Foi o início do domínio do “Brazilian Storm” no Circuito Mundial, com Adriano de Souza sendo o campeão do CT em 2015, Medina se tornando tricampeão com os títulos de 2018 e 2021, Italo Ferreira vencendo o de 2019 e Filipe Toledo o de 2022.

PRÓXIMAS ETAPAS – A corrida pelo heptacampeonato mundial foi iniciada com Caio Ibelli e João Chianca dividindo o terceiro lugar no primeiro ranking do CT 2023 e com o defensor do título, Filipe Toledo, na quinta posição. O próximo desafio já começa no domingo no Havaí, o Hurley Pro Sunset Beach, evento que Caio Ibelli também foi semifinalista no ano passado. Depois, tem a etapa de Portugal e mais duas na Austrália, para fechar a primeira metade da temporada 2023 do World Surf League Championship Tour.




Compartilhe.