Três brasileiros vão disputar as quartas de final do Billabong Pro Pipeline em memória a Andy Irons no Havaí. O primeiro a se classificar na terça-feira (07/02), foi Caio Ibelli, que vai enfrentar o australiano Liam O´Brien na segunda bateria. Na terceira, o atual campeão mundial, Filipe Toledo, faz um duelo brasileiro com João Chianca nos tubos de Pipeline e Backdoor.
Para realizar os 16 confrontos da terceira fase e as oitavas de final na terça-feira, foi utilizado o sistema “overlapping heats”, com duas baterias de 40 minutos sendo disputadas simultaneamente. O dia amanheceu bombando séries de 6-10 pés, abrindo mais tubos nas direitas do Backdoor, mas algumas baterias aconteceram sem entrar boas ondas. O campeão olímpico, Italo Ferreira, perdeu o primeiro duelo do dia para o novato Ian Gentil, por 7,97 a 7,83 pontos. Vice-campeão mundial em 2022, Italo começa a temporada em 17.o lugar.
A seleção brasileira só voltou a se apresentar na sétima bateria e Caio Ibelli conquistou a primeira das nove vitórias verde-amarelas da terça-feira. Mas, foi de forma dramática. Ele acabou bloqueando uma onda do Ezekiel Lau e os juízes assinalaram a “interferência”. Como penalidade, só computaria uma nota contra duas do havaiano. Semifinalista do Billabong Pro Pipeline em 2022, Caio surfou um belo tubo no Backdoor que valeu nota 7,00. Zeke Lau não conseguiu nenhum bom e acabou eliminado por 7,00 a 6,60 pontos.
Depois, Caio Ibelli enfrentou o australiano Ryan Callinan no quarto duelo das oitavas de final e achou outro tubo nas direitas do Backdoor, ficando mais profundo para ganhar 7,50 dos juízes. Essa nota foi decisiva para confirmar sua segunda vitória, por 10,57 a 9,47. Seu próximo adversário é o também australiano Liam O´Brien, que surpreendeu ao barrar o vice-campeão do último Billabong Pro Pipeline, Seth Moniz. Foi o havaiano quem impediu Caio de chegar na final do ano passado.
“Antes da bateria começar, eu tinha visto entrar altas ondas e fiquei querendo entrar logo na água”, contou Caio Ibelli. “Eu acho que tive muita sorte também, porque deixei uma onda passar achando que viria uma melhor atrás, só que isso não aconteceu. O Ryan (Callinan) pegou o tubo, mas não completou, então aí foi minha sorte. Eu estou tendo aqui um dejavu do ano passado, quando fiquei em terceiro lugar. Mas, só quero continuar fazendo o que venho fazendo. Estou feliz em estar no dia das finais de novo e espero conseguir mais um bom resultado, para começar bem a temporada”.
Depois do confronto entre Caio Ibelli e Liam O´Brien, vai acontecer o segundo duelo brasileiro na temporada 2023 do WSL Championship Tour. O primeiro foi na terça-feira, com Filipe Toledo derrotando Yago Dora nas oitavas de final. O atual campeão mundial achou um bom tubo para vencer o catarinense pela décima vez em baterias do CT, depois de passar com facilidades pelo costa-ricense Carlos Munoz na terceira fase. Já Yago tinha barrado o recordista com oito títulos em Pipeline, Kelly Slater. Foi mais uma bateria fraca de ondas, encerrada em 5,66 a apenas 2,43 pontos do onze vezes campeão mundial.
“Eu sabia que ia ser difícil enfrentar o Yago (Dora), que sempre consegue bons resultados aqui em Pipe”, destacou Filipe Toledo. “Nós tivemos algumas trocas entre as séries e sabia que ele iria para os aéreos, então eu tinha que esperar por uma onda boa. Aí veio essa no Backdoor e o “foam ball” geralmente te empurra para fora, só que nessa não, então deu tudo certo. Estou feliz por estar nas quartas de final, pois começar o ano com no mínimo um quinto lugar, é muito bom”.
Filipe Toledo agora vai enfrentar João Chianca, que surfou o primeiro tubaço da terça-feira nas direitas do Backdoor. Ele já tinha feito os recordes da primeira fase e aumentou o de nota de 8,50 para 8,67, nessa vitória sobre o vice-campeão olímpico, Kanoa Igarashi. Depois, Chumbinho também surfou o melhor tubo do confronto com o indonésio Rio Waida, conquistando por 10,03 a 8,20 pontos, a sexta vaga para as quartas de final do Billabong Pro Pipeline.
Duas baterias depois do tubo nota 8,67 de João Chianca na terceira fase, Gabriel Medina fez novos recordes para o CT 2023. O tricampeão mundial aumentou o de pontos para 15,50, somando nota 9,33 de um tubo incrível de backside nas direitas do Backdoor. Mas nas oitavas de final, Medina não achou outro tubo tão bom assim e perdeu por 11,50 a 10,40, para o australiano Jack Robinson. A derrota de um dos melhores do mundo em Pipeline, que já fez cinco finais nesta etapa, aconteceu na penúltima bateria do dia.
RECORDES DO ANO – Na última, o bicampeão mundial John John Florence fechou a terça-feira batendo todos os recordes do Billabong Pro Pipeline, em dois tubos espetaculares no Backdoor. O primeiro ele sumiu lá dentro, as placas foram caindo e conseguiu sair quando ninguém mais esperava. Três dos cinco juízes deram nota 10 e a média ficou em 9,93. Ele ainda pegou outro tubaço, mandando um aéreo na saída, para somar 9,40 no impressionante placar de 19,33 pontos de 20 possíveis.
“Foi emocionante e me diverti lá fora”, disse John John Florence. “Essa onda (9,93) foi interessante, ficou meio esticada, mas seguiu dando uma parede limpa, então fiz o tubo e fiquei feliz de sair. A segunda onda, parecia que ia fechar, então me inclinei para trás, passei e fiz o aéreo, então estou amarradão. Eu acho que as ondas estarão um pouco menores amanhã (quarta-feira), mas espero que dê boas ondas no Backdoor de novo, como hoje”.
Esta vitória espetacular de John John Florence foi sobre o brasileiro Miguel Pupo, semifinalista em Pipeline no ano passado e número 6 do mundo na temporada 2022 do WSL Championship Tour. Apesar de ter se contundido e ficado de fora das últimas etapas, o havaiano fez os maiores placares do último ano nas duas etapas da Austrália, 18,90 pontos em Margaret River e 18,86 em Bells Beach. Agora, ele já fez as marcas a serem batidas no CT 2023, nota 9,93 e 19,33 pontos.