Campeões mundiais comandam o show no domingo do Boost Mobile Gold Coast Pro

Kelly Slater prestigiando a abertura do WSL Challenger Series 2022 na Austrália (Crédito: Matt Dunbar / World Surf League)Kelly Slater prestigiando a abertura do WSL Challenger Series 2022 na Austrália (Crédito: Matt Dunbar / World Surf League)

Os campeões mundiais estrearam no Boost Mobile Gold Coast Pro no domingo e comandaram o show nas longas e perfeitas direitas de 3-4 pés em Snapper Rocks. Kelly Slater ganhou a primeira nota alta do dia – 8,0 – numa onda iniciada com um belo tubo. Foram realizadas mais 19 baterias, as 6 últimas da primeira fase masculina e 13 da feminina, quando saíram mais 14 notas no critério excelente do julgamento, de 8,00 para cima. Na última do dia, Stephanie Gilmore registrou um novo recorde de pontos na história do World Surf League Challenger Series (CS), 18,77 somando notas 9,77 e 9,00.

Cinco surfistas do Brasil e uma do Peru se classificaram no domingo. Alejo Muniz e Matheus Navarro estrearam com vitórias no Boost Mobile Gold Coast Pro e Alex Ribeiro, Lucas Silveira e Tatiana Weston-Webb, passaram em segundo lugar nas suas baterias. A peruana Arena Rodriguez Vargas foi a outra única sul-americana a avançar para a segunda fase, igualmente em segundo lugar na sua primeira vez competindo na Austrália.

O domingo começou com Alex Ribeiro tendo que disputar a segunda vaga da bateria com o argentino Santiago Muniz, no confronto vencido pelo australiano Julian Wilson. Na segunda do dia, Eduardo Motta chegou até a tirar a maior nota, 7,50, mas foi a única onda boa que surfou e ficou em último lugar. Depois, Alejo Muniz e Matheus Navarro venceram suas primeiras baterias em Snapper Rocks e Lucas Silveira avançou em segundo lugar na dele.

“Só quero agradecer a Deus pela oportunidade em estar aqui surfando essas ondas. É um sonho para mim e seria outro sonho poder enfrentar o Kelly Slater neste evento”, disse Matheus Navarro. “A galera do Brasil sabe o quanto foi difícil para mim estar aqui, realizando esse sonho de surfar essas direitas de Snapper Rocks. O Challenger Series é uma nova etapa na minha vida e estou feliz por ter começado bem, com duas notas boas. E, se eu conseguir surfar com o Kelly em alguma bateria, vai ser demais”.

Matheus Navarro ficou com a última vaga do ranking da WSL Latin America para o Challenger Series 2022, no desempate com Jessé Mendes. Ele foi o último brasileiro a estrear no Boost Mobile Gold Coast Pro e mostrou o seu repertório de manobras em duas longas ondas, na pista de direitas perfeitas de Snapper Rocks. Com notas 7,50 e 7,23, derrotou os americanos Cam Richards, Michael Dunphy e o sul-africano Adin Masencamp, por 14,73 pontos.

Matheus Navarro viu Slater entrando no confronto seguinte e poderia enfrentar o maior ídolo do esporte na segunda fase, se ele vencesse a bateria. E Kelly começou bem, já achando um belo tubo e fazendo várias manobras na onda, que até parecia as do Surf Ranch, de tão perfeitas. No entanto, depois ele só conseguiu pegar mais uma e foi ultrapassado por Jorgann Couzinet. O francês também surfou apenas duas ondas, mas destruiu a última do início ao fim, com a nota 8,77 recebida lhe garantindo a vitória.

Com isso, Matheus Navarro não vai realizar seu sonho de enfrentar Kelly Slater, pelo menos na segunda fase do Boost Mobile Gold Coast Pro. O francês acabou indo para a sua bateria, além do havaiano Ezekiel Lau e de outro brasileiro, Lucas Silveira. O onze vezes campeão mundial completou a penúltima bateria da segunda fase, a que já estava Alejo Muniz, o italiano Leonardo Fioravanti e o norte-americano Cam Richards. No total, doze brasileiros e um peruano seguem na briga pelo título masculino do primeiro WSL Challenger Series de 2022.

A categoria feminina foi iniciada logo após o término da primeira fase masculina e já com uma eliminação brasileira, de Summer Macedo, para as havaianas Gabriela Bryan e Zoe McDougall. Na disputa seguinte, caiu a atual campeã sul-americana da WSL Latin America, Sophia Medina. A irmã do tricampeão mundial, Gabriel Medina, não conseguiu mostrar o seu surfe nesta sua primeira vez competindo na Austrália. A norte-americana Kirra Pinkerton e a experiente australiana, Sally Fitzgibbons, se classificaram nesta bateria.

A próxima sul-americana a competir foi outra jovem surfista, a peruana Arena Rodriguez Vargas. Ela entrou na sexta bateria, logo após a havaiana Malia Manuel dar um show com uma performance incrível nas direitas de Snapper Rocks. Ela perdeu sua vaga na elite com o novo corte no meio da temporada e tenta a reclassificação pelo WSL Challenger Series. Malia venceu totalizando 18,60 pontos, somando notas 9,67 e 8,93, recordes do dia até ali.

A bateria da Arena Rodriguez não foi tão boa de ondas, mas ela surfou muito bem uma que valeu 6,50. Essa nota foi decidiu a primeira classificação sul-americana feminina do WSL Challenger Series 2022. A norte-americana Caitlin Simmers venceu a bateria por 14,87 pontos e a peruana passou em segundo com 11,20, eliminando duas australianas que já fizeram parte da elite do CT, India Robinson e Keely Andrew.

Três baterias depois, estreou mais um talento da nova geração brasileira, Laura Raupp, já vivendo o privilégio de enfrentar uma bicampeã mundial, Tyler Wright. A australiana confirmou o favoritismo, somando notas 8,93 e 7,50 na vitória por 16,43 pontos. A brasileira conseguiu mostrar o seu surfe e perdeu por pouco a disputa pela segunda vaga da bateria. Laura ganhou 6,93 na melhor onda, mas o 5,57 recebido na última de Kobie Enright, confirmou a classificação da australiana por uma pequena vantagem de 12,57 a 12,26 pontos.

A melhor onda surfada por Laura Raupp, foi no mesmo nível da melhor que a vice-campeã mundial Tatiana Weston-Webb na sua bateria. A última brasileira a se apresentar, avançou para a segunda fase com notas 6,83 e 6,97. A japonesa Amuro Tsuzuki venceu por 13,97 a 13,80 pontos da brasileira, que eliminou duas espanholas do País Basco, Ariane Ochoa e Nadia Erostarbe.

Depois, tiveram somente mais duas baterias e na última do dia, a heptacampeã mundial Stephanie Gilmore fechou o domingo com uma apresentação impressionante. Ela registrou um recorde histórico no World Surf League Challenger Series. Com os 18,77 pontos atingidos pelas notas 9,77 e 9,00 das duas últimas ondas que surfou, superou os 18,66 da havaiana Bettylou Sakura Johnson na etapa de Portugal no ano passado.

Esse era o maior placar deste circuito da World Surf League que estreou em 2021, como o novo caminho para se chegar na elite do Championship Tour. Stephanie Gilmore só não conseguiu superar o recorde de nota do ano passado, a 9,80 recebida pela havaiana Luana Silva na grande final do MEO Vissla Pro Ericeira em Portugal. Nessa bateria da Stephanie Gilmore, a portuguesa Yolanda Hopkins avançou em segundo e a peruana Daniella Rosas foi eliminada em 49.o lugar no Boost Mobile Gold Coast Pro.

“Há muito tempo que eu não surfo aqui em Snapper sem ninguém, então foi um verdadeiro privilégio”, disse Stephanie Gilmore. “Eu estava na última bateria e eu só queria que chegasse logo, porque as ondas estavam muito boas o dia todo. Eu consegui surfar alguns tubos, mas acho que amanhã (segunda-feira) pode ser ainda melhor. Foi bom ter passado pelo corte (da elite do CT), para poder vir para cá mais relaxada. Cada bateria boa e cada vitória vão me ajudar muito para ter mais confiança. E essa primeira foi boa”.

Ainda restaram três baterias para fechar a primeira fase feminina do Boost Mobile Gold Coast Pro, que ficaram para abrir a segunda-feira em Snapper Rocks. As duas únicas sul-americanas classificadas, já sabem quem são suas próximas adversárias. A peruana Arena Rodriguez está na quarta das oito baterias da segunda fase, com a atual número 1 do mundo, Brisa Hennessy da Costa Rica e as australianas Nikki Van Dijk e Macy Callaghan. A brasileira Tatiana Weston-Webb entra na bateria seguinte com a bicampeã mundial Tyler Wright, a havaiana Coco Ho e a francesa Vahine Fierro.

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