Wiggolly Dantas reina no Havaí

Wiggolly Dantas-SP
(Keoki Saguibo / WSL via Getty Images)Wiggolly Dantas-SP (Keoki Saguibo / WSL via Getty Images)

Os brasileiros voltaram a reinar no maior palco do esporte no Havaí. Em dezembro, Italo Ferreira conquistou o título mundial definido na final com Gabriel Medina no Billabong Pipe Masters. Agora, veio a primeira vitória verde-amarela no Volcom Pipe Pro, com Wiggolly Dantas decidindo o título do QS 5000 com mais dois brasileiros neste sábado em Pipeline. João Chianca ficou em segundo lugar e Yago Dora em terceiro, em mais uma final histórica no Havaí. Agora, todos partem da ilha de Oahu para a de Fernando de Noronha, para disputar o título do Oi Hang Loose Pro Contest na próxima semana, 11 a 16 de fevereiro na Cacimba do Padre.

“Eu estou muito feliz, pois há muitos anos o meu objetivo era vencer um evento aqui em Pipeline”, disse Wiggolly Dantas. “Estou me sentindo um pouco cansado, mas muito feliz pela vitória. Essa onda é muito especial para mim e é um prazer estar aqui, competindo, surfando bons tubos, fazendo grandes manobras também e ser campeão aqui era um sonho. Eu queria muito vencer aqui nesse lugar incrível e estou muito feliz por começar o ano assim”.

Para os quatro finalistas, o Volcom Pipe Pro era a estreia deles na temporada e Wiggolly começa o ano na vice-liderança do WSL Qualifying Series. João Chianca, irmão mais jovem do big-rider Lucas Chumbo, inicia em sexto lugar no ranking, empatado com Alonso Correa e outro peruano é o quinto colocado, Lucca Mesinas. Yago Dora está em 11º lugar, na porta de entrada do grupo dos dez primeiros que se classificam para a elite dos top-34 da World Surf League.

Essa é a segunda vez que Wiggolly Dantas decide o título do Volcom Pipe Pro, em nove participações. A primeira foi em 2014, quando perdeu para o Mr. Pipeline, Kelly Slater. Ele fez parte da elite do CT até 2017 e viaja para surfar no Havaí há mais de vinte anos, então era uma questão de tempo para o seu nome aparecer na Galeria dos Campeões em Pipeline. O evento todo foi realizado em quatro dias seguidos de muitos tubos e ondas desafiadoras, tanto nas esquerdas de Pipeline, como nas direitas do Backdoor.

No último sábado (1/2), as condições estavam mais difíceis para tubos e outras manobras foram utilizadas nas baterias, desde as oitavas de final que abriram o último dia. Na grande final, Wiggolly escolheu bem sua primeira onda, uma direita no Backdoor para mostrar seu backhand com batidas verticais e fortes rasgadas abrindo grandes leques de água. Os juízes deram nota 8,00 e ela acabou decidindo a vitória, porque ninguém conseguia achar boas ondas para surfar. Wiggolly só teve mais duas chances e conseguiu 2,03 na última para vencer o Volcom Pipe Pro por 10,03 pontos.

Wiggolly Dantas-SP (Keoki Saguibo / WSL via Getty Images)

Wiggolly Dantas-SP (Keoki Saguibo / WSL via Getty Images)

“Cada onda que você pega aqui em Pipeline é um momento especial”, disse Wiggolly Dantas. “Aqui você pode surfar a melhor onda da sua vida ou ter o maior ‘wipe out’ (queda) da sua vida. Eu venho aqui há pelo menos 25 anos e sempre quis vencer um evento aqui. Já fiquei em segundo uma vez, já fiquei nas semifinais, já perdi nas quartas, mas sempre acreditei, então esse era o ano para tentar ganhar este evento e estou muito feliz por ter conseguido”.

O saquaremense João Chianca foi campeão sul-americano da WSL Latin America no ano passado e competia pela primeira vez em Pipeline. Ele somou notas 4,00 e 3,83 para ficar em segundo lugar com 7,83 pontos, contra 6,30 do catarinense Yago Dora e 5,17 do havaiano Seth Moniz. A vitória valeu 5.000 pontos para Wiggolly Dantas, que divide a vice-liderança do ranking com o americano Nat Young, campeão do QS 5000 de Marrocos na quinta-feira. O líder é o japonês Shun Murakami, que venceu o QS 5000 da China e marcou 330 pontos no Havaí.

O peruano Lucca Mesinas caiu do terceiro para o quinto lugar e seu compatriota, Alonso Correa, vice-campeão em Marrocos, está em sexto empatado com o vice-campeão em Pipeline, João Chianca. Esses são os quatro sul-americanos que estão na lista dos dez surfistas que se classificam para a elite dos top-34 da World Surf League pelo Qualifying Series, após esta quinta etapa encerrada no sábado com mais uma festa brasileira no pódio em Pipeline.

Outros países da América do Sul também foram bem representados no Volcom Pipe Pro esse ano. O argentino Leandro Usuna foi até as semifinais e ficou em quinto lugar , sendo barrado por Wiggolly Dantas e Yago Dora na primeira bateria. Na segunda, João Chianca impediu uma dobradinha havaiana dos irmãos Moniz, derrotando os dois. O top do CT, Seth, acabou ganhando a briga pela última vaga do Joshua, que está fechando o G-10 do QS no momento, somando os pontos do 17º lugar no QS 5000 da China.

Antes das semifinais, o argentino Leandro Usuna já tinha passado duas baterias com três sul-americanos disputando duas vagas no sábado. Nas quartas de final, ele venceu e Yago Dora passou em segundo, com o peruano Cristobal de Col sendo eliminado em 13º lugar. Nas oitavas de final que abriram o último dia, Lele Usuna derrotou o carioca Jeronimo Vargas na disputa pelo segundo lugar no confronto vencido pelo campeão, Wiggolly Dantas. O uruguaio Marco Giorgi também ficou nessa fase, perdendo na primeira bateria do dia, que já começou com vitória brasileira de Yago Dora.

Todos agora viajam para o Brasil, para competir no Oi Hang Loose Pro Contest apresentado por Elétron Energy em Fernando de Noronha, na semana de 11 a 16 de fevereiro na Cacimba do Padre. Será a quarta etapa de 5.000 pontos do ano na briga pelas dez vagas do WSL Qualifying Series para o CT. O japonês Shun Murakami ganhou a primeira na China e lidera o ranking, o americano Nat Young impediu a vitória do peruano Alonso Correa em Marrocos e os brasileiros dominaram Pipeline mais uma vez, com Wiggolly Dantas campeão, João Chianca em segundo e em terceiro Yago Dora, vice-campeão em Fernando de Noronha na final do ano passado com Jadson André na Cacimba do Padre.

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