Por um oceano sem plástico

Foto WSLFoto WSL

O surfista Jordy Smith se envolveu com um ambicioso novo projeto entre a Corona e a Parley for the Oceans, que visa acabar com a poluição plástica marinha – uma das maiores ameaças ao surf e à nossa existência neste planeta que já enfrentamos. A parceria foi lançada em maio de 2017, no Dia Internacional da Reciclagem, e na primeira fase as duas organizações se comprometeram até 2020, terem sob proteção, 100 ilhas em seis partes diferentes do mundo: México, Maldivas, Austrália, Chile, Itália e República Dominicana.

Foto WSL

Atletas como Smith, e também Matt Wilkinson e Johanne Defay, estão na vanguarda deste movimento. Com suas vidas diretamente conectadas aos oceanos, eles estão cada um em uma posição excepcionalmente poderosa para divulgar a epidemia de poluição plástica marinha e o que todos podemos fazer para ajudar – especialmente dentro da comunidade do surf, que ama o oceano e está disposta a fazer o que for preciso para manter cada onda tão limpa quanto possível.

Todos sabemos que a existência humana está prejudicando nossos amados oceanos, seja por meio de emissões devido ao aquecimento global, ao branqueamento de corais, à poluição do mar, aos derrames de petróleo… infelizmente, a lista é longa demais. E por isso mesmo, estamos olhando para um futuro com oceanos que, na melhor das hipóteses, não reconheceremos e, na pior das hipóteses, estarão mortos.

A verdade é que a enorme extensão do quanto estamos impactando o nosso meio ambiente vem como um surpreendente choque, mesmo para aqueles de nós que passam suas vidas em calções de surf, respirando o ar salgado. “Antes de me envolver, não havia percebido o quanto o plástico estava no oceano e neste planeta”, diz Jordy. “Em muitos países você vê todas essas praias que estão completamente arruinadas por lixo. Você vê os rios que desaguam no mar com plástico flutuando. E é muito triste porque estes são alguns dos lugares mais bonitos do mundo”.

Existem 5,25 trilhões de pedaços de lixo plástico no mar. Esse lixo mata cerca de um milhão de aves marinhas por ano. As espécies de plancton, a base de toda a vida oceânica, diminuíram 40% desde a década de 1950. Na última década, fabricamos mais plástico do que no século passado, e o plástico nunca se biodegrada ou desaparece. O plástico é encontrado em todos os lugares, em todos os níveis da rede de alimentos marinhos, mesmo em nossas próprias correntes sanguíneas. O uso de plástico deve duplicar nos próximos 20 anos. Se a atual tendência de poluição se mantiver, os oceanos conterão mais plástico do que peixes até 2050.

Este projeto é um desses exemplos, e faz parte de uma estratégia mais ampla chamada AIR, que é a resposta da Parley for the Oceans à destruição de nossos oceanos pela poluição plástica. O nome vem do fato de que os oceanos produzem mais de metade do oxigênio que respiramos, mas também significa Avoid (evite), Intercept (intercepte) e Redesign (recrie). A força desta estratégia é que qualquer pessoa, desde o cidadão comum até a corporação multinacional, pode implementá-la para reduzir sua pegada plástica.

Como Cyrill Gutsch, fundador da Parley, explica: “O plástico é uma falha de projeto. Para aumentar a conscientização e reduzir imediatamente a produção de novos materiais plásticos, nós inventamos a Ocean PlasticTM, uma marca de material plástico feito à partir de detritos marinhos e desenvolvemos uma fórmula para mudança de longo prazo – a Parley AIR Strategy: evite o plástico; intercepte os resíduos de plástico; recrie materiais, produtos e as formas em que os usamos”. Não são apenas os surfistas da CT que estão trabalhando com a Corona e a Parley para trazer atenção ao assunto. Os surfistas de ondas grandes Ramon Navarro e Greg Long também se juntaram à causa, bem como os atores de Hollywood Diego Luna e Chris Hemsworth (que também é surfista).

A colaboração entre todos os parceiros visa trazer um número ainda maior de soluções para a mesa. Recentemente, eles realizaram um evento chamado Escola do Oceano nas Maldivas, junto com biólogos marinhos proeminentes, oceanógrafos, fotógrafos, cientistas, artistas, cineastas e músicos para discutir como trabalhar com o objetivo de resolver o problema e divulgar a causa da maneira mais eficiente. Para nós, trata-se de uma questão simples. Como Jacques Cousteau disse uma vez sobre o oceano: “As pessoas protegem o que amam”.

Fonte WSL

Compartilhe.