Oito brasileiros avançam na abertura do Tahiti Pro

Italo Ferreira-RN (Matt Dunbar / WSL via Getty Images)Italo Ferreira-RN (Matt Dunbar / WSL via Getty Images)

As previsões indicam um mar épico para a terça e quarta-feira em Teahupoo, para fechar o Tahiti Pro em ondas desafiadoras de 10 a 15 pés, com os tubos passando dos 4 metros de altura na bancada mais perigosa do mundo. No entanto, para isso, era preciso iniciar a sétima etapa do World Surf League Championship Tour, que vinha sendo adiada desde a última quarta-feira (21). Então, começou no sábado (24), em um mar inconsistente de 5-7 pés, sem muitos tubos, com oito brasileiros passando direto para a terceira fase nas condições difíceis para competir. O potiguar Italo Ferreira surfou o melhor tubo do dia na única vitória verde-amarela, enquanto Gabriel Medina, Filipe Toledo, Adriano de Souza, Willian Cardoso, Yago Dora, Deivid Silva e Jadson André, avançaram em segundo lugar nas suas baterias.

Com um retrospecto incrível nos tubos mais temidos do mundo, com duas vitórias em quatro finais e um terceiro lugar nos últimos cinco anos, o defensor do título do Tahiti Pro, Gabriel Medina, disputou o primeiro confronto do dia, que foi bem fraco de ondas, como na maioria das baterias. O bicampeão mundial estreou junto com Peterson Crisanto, mas o australiano Soli Bailey surfou o primeiro tubo do dia logo na primeira onda e acabou vencendo por apenas 9,50 pontos.

Gabriel Medina tentou de tudo, tubos, aéreos, manobras, mas as ondas não ajudavam e não conseguia completar quase nada. No entanto, o que fez com todo seu esforço, foi suficiente para passar em segundo lugar com 6,13 pontos. O paranaense Peterson Crisanto só pegou uma onda nos 25 minutos da bateria e ficou em último, mas essa primeira fase não é eliminatória e ele terá outra chance de classificação para a terceira fase na repescagem.

Medina vem de vitória na etapa sul-africana de Jeffreys Bay, que foi encerrada com uma inédita final verde-amarela com Italo Ferreira. Os dois e Filipe Toledo são os brasileiros com chances de tirar do norte-americano Kolohe Andino, a liderança do ranking no Tahiti Pro. Italo entrou na quarta bateria e surfou o melhor tubo do sábado, que valeu a maior nota do dia, 7,83. O potiguar de Baía Formosa ainda somou um 4,33 da última onda para também fazer o maior placar até ali, 12,16 pontos, contra 7,07 do taitiano campeão da triagem, Kauli Vaast, com o havaiano Sebastian Zietz ficando em último com somente 1,20 pontos.

“Estou muito feliz por começar este campeonato incrível vencendo minha primeira bateria”, disse Italo Ferreira. “Eu adoro o Taiti, já estou aqui há nove dias e já surfei tubos incríveis, foi uma experiência fantástica, porque nunca tinha surfado tubos tão grandes aqui. Então, estou ansioso com as previsões de que vêm altas ondas daqui a uns dias e eu só queria me classificar. O mar não estava tão bom hoje (sábado), mas consegui surfar um bom tubo na bateria que me deixou muito feliz. Agora é esperar pelas bombas que vêm por aí”.

Entre os seis surfistas que vão brigar pela lycra amarela do Jeep Leaderboard em Teahupoo, o único que terá que disputar a repescagem é o sexto do ranking, Jordy Smith. O sul-africano foi superado na segunda bateria do dia, pelo australiano Adrian Buchan que já tem título do Tahiti Pro no currículo e o potiguar Jadson André, o primeiro dos tops a chegar na Polinésia Francesa para treinar no local do campeonato este ano.

A disputa seguinte foi a segunda com participação dupla do Brasil e o campeão mundial Adriano de Souza levou 20 minutos para achar um tubo que valeu a classificação na vitória do japonês Kanoa Igarashi, por 8,83 a 5,50 do campeão mundial de 2015. Já Caio Ibelli foi em várias ondas, mas todas ruins e o máximo que conseguiu somar nas duas melhores foi 3,70 pontos, então terá que disputar uma rodada extra em Teahupoo.

O vice-líder do ranking, Filipe Toledo, também passou em segundo na bateria vencida pelo francês Joan Duru, por 9,37 a 8,70 pontos do brasileiro, que até achou um tubo rápido, mas usou também as manobras de borda em mais uma disputa fraca de ondas. Já o líder, Kolohe Andino, achou um belo tubo nota 7,00 no confronto seguinte, para vencer em sua primeira vez vestindo a lycra amarela do Jeep Leaderboard, mas por uma pequena vantagem de 11,73 a 11,20 pontos do catarinense Yago Dora, que liderou quase toda a bateria.

O paulista Deivid Silva, também ficou na frente em sua primeira participação nos tubos de Teahupoo, pois ele é um dos estreantes na elite do CT este ano. Só que nos minutos finais, o recordista de títulos do maior desafio da temporada, Kelly Slater, virou o placar para 10,63 a 8,76 pontos nas duas últimas ondas que surfou. Ele estava em último e acabou tirando a classificação do português Frederico Morais, que terá outra chance na repescagem.

Em mais uma bateria sem tubos, Willian Cardoso usou o seu power surf para abrir grandes leques de água nas manobras e passar direto para a terceira fase, também em segundo lugar. O neozelandês Ricardo Christie impediu a segunda vitória brasileira em sua última onda, que valeu 4,23 para totalizar 10,23 pontos, contra 9,67 do catarinense. Ambos mandaram para a repescagem o cabeça de chave desta oitava bateria, Ryan Callinan, da Austrália.

Depois, o cearense Michael Rodrigues e o paulista Jessé Mendes estrearam em último lugar e quatro brasileiros vão disputar a primeira rodada eliminatória do Tahiti Pro. Eles não poderão ficar em último de novo, senão terminarão em 33.o lugar marcando apenas 265 pontos no ranking. Os outros dois perderam nos únicos confrontos com participação dupla do Brasil, Peterson Crisanto e Caio Ibelli, que estão numa briga direta na outra ponta da tabela, para ficar entre os 22 primeiros que são mantidos na elite dos top-34 para o CT do ano que vem.

O paulista Caio Ibelli perdeu sua vaga no ano passado, mas está participando de todas as etapas de 2019 substituindo os contundidos, como o bicampeão mundial John John Florence. Ele chegou no Taiti em último na lista e o francês Joan Duru já lhe tira o 22.o lugar, se ele não se classificar contra o australiano Ryan Callinan e o havaiano Tyler Newton na segunda repescagem. Peterson era o vigésimo do ranking e o australiano Adrian Buchan já passa dele, portanto, também precisará avançar no confronto seguinte, com o taitiano Michel Bourez e o português Frederico Morais, para se manter no G-22 e até se afastar da zona de perigo.

O cearense Michael Rodrigues é outro que pode perder posições se não conseguir aproveitar a segunda chance de classificação para a terceira fase. Ele já caiu do 15.o para o 17.o lugar, sendo ultrapassado por outros dois brasileiros que avançaram, Willian Cardoso e Deivid Silva. Michael vai disputar as duas últimas vagas da repescagem, junto com o paulista Jessé Mendes, que necessita de um bom resultado para entrar no G-22. Eles vão enfrentar o californiano Conner Coffin na bateria que vai fechar esta segunda fase.

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