Norte-americanos dominam o pódio do US Open of Surfing

Os campeões Griffin Colapinto e Caitlin Simmers (Crédito: @WSL / Kenny Morris)Os campeões Griffin Colapinto e Caitlin Simmers (Crédito: @WSL / Kenny Morris)

Só deu Estados Unidos no pódio do US Open of Surfing apresentado pela Shiseido na Califórnia. O top da elite da World Surf League, Griffin Colapinto, 23 anos, festejou a primeira vitória da sua carreira, na final californiana com Jake Marshall, 22. E Caitlin Simmers, de apenas 15 anos, derrotou a havaiana Gabriela Bryan, 19, na decisão feminina. Os quatro lideram o primeiro ranking do WSL Challenger Series e a próxima batalha por vagas para o World Surf League Championship Tour 2022, já começa no sábado em Ericeira, Portugal.

“Eu tentei me manter calmo e equilibrado e esses caras aqui (torcida dele toda vestida de laranja) me deram muito apoio. Já fazia muito tempo desde minha última vitória, que foi quando eu tinha 16 anos e competia no Pro Junior ainda”, disse Griffin Colapinto, logo que saiu do mar e foi recebido pela torcida. “Era um peso nos meus ombros não conseguir vencer, mas desde o início deste campeonato eu estava sentindo uma intuição que ia dar certo. Tenho recebido muito apoio minha vida inteira, dos meus pais, meu manager, meus técnicos, meu irmão, meus amigos. Foi isso que me fez ser quem sou hoje. É por eles que vivo esse meu sonho e sempre com um sorriso, perdendo ou vencendo”.

Jake Marshall começou melhor a decisão do título do US Open of Surfing, abrindo a bateria com nota 5,50. A primeira de Griffin Colapinto foi fraca, mas na segunda ele já mostrou a força do seu backside nas esquerdas de Huntington Beach para receber 6,83 e assumir a liderança, que não largou mais. Quando Marshall conseguiu sua maior nota, 7,33, Colapinto respondeu com 7,57 e 7,63 em duas ondas seguidas. Com elas, sacramentou sua primeira vitória da carreira no Circuito Mundial da WSL, por 15,20 a 12,83 pontos.

Para chegar na decisão do título do US Open of Surfing, Griffin Colapinto vingou duas derrotas sofridas nas mesmas ondas de Huntington Beach. Primeiro, atropelou Liam O´Brien, que o barrou nas semifinais deste mesmo evento em 2019, despachando o australiano por 13,73 a 5,60 pontos. Depois, também passou fácil por Kanoa Igarashi nas semifinais, por 13,27 a 6,17. O japonês conquistou o bicampeonato consecutivo do US Open em 2018, impedindo a primeira vitória de Griffin Colapinto na grande final.

O japonês Kanoa Igarashi, medalha de prata na final olímpica contra Italo Ferreira nos Jogos de Tóquio, tirou o Brasil da briga do título do primeiro WSL Challenger Series do ano. Foi nas quartas de final, mas por pouco. O carioca Lucas Silveira surfou muito bem e chegou a tirar a maior nota da bateria, 8,00, numa onda que mandou dois pancadões verticais de backside no outside e mais um na junção do inside.

Ele assumiu a liderança com essa nota, mas Kanoa respondeu rápido, com um aéreo full-rotation de backside perfeito no outside, fazendo bem a junção também para recuperar a ponta com 7,77. Lucas ficou precisando de 6,77 nos 10 minutos finais, mas aí veio outra longa calmaria, como no início da bateria. O brasileiro ainda pega uma onda que fecha rápido e, depois, o japonês só espera o tempo acabar para vencer por 14,77 a 14,50 pontos.

“Eu venho aqui desde 2015 e nunca tinha passado do rounde 2, mas eu sabia que eu poderia ir bem se conseguisse pegar as ondas certas”, disse Lucas Silveira. “A expectativa não era tão grande, mas tirei um peso dos ombros quando passei pelo rounde 2 e consegui soltar mais meu surfe nestas últimas baterias. O Kanoa é um dos melhores surfistas do mundo, medalhista olímpico, então foi bom fazer uma bateria bem disputada com ele. Naquela última onda, tentei forçar bem a cavada pra manobrar vertical, mas acabei caindo e, nesse nível assim, quartas de final, não se pode cometer erros. Mas, estou muito feliz por ter começado bem esse Challenger Series. São só quatro eventos e já tenho um resultado sólido, então semana que vem já começa em Portugal e vamos pra cima”.

Com o quinto lugar no US Open of Surfing, Lucas Silveira ganhou 5.000 pontos, para somar com os 750 do seu melhor resultado no WSL Qualifying Series de 2020. Ele começa em 13.o lugar no ranking do WSL Challenger Series 2021, que vai classificar doze surfistas para o CT 2022. Mas, é o nono dessa lista, porque cinco tops já garantidos na elite estão à sua frente, o líder Griffin Colapinto e Leonardo Fioravanti (3.o), Kanoa Igarashi (5.o), Ethan Ewing (11.o) e Jack Robinson (13.o). Além de Lucas, o outro único sul-americano no G-12 é o peruano Alonso Correa, em nono lugar no ranking da primeira etapa do WSL Challenger Series 2021.

Na categoria feminina, são seis surfistas que se classificam para completar a elite das top-16, que vai disputar o título mundial no CT 2022. A havaiana Gabriela Bryan perdeu a final do US Open of Surfing, mas lidera o ranking com 13.000 pontos, porque está somando 5.000 pontos do QS 2020. A campeã no domingo, Caitlin Simmers, está em segundo lugar com 10.500 pontos e as outras surfistas no G-6 para o CT 2022, após a primeira etapa na Califórnia, são a havaiana Coco Ho (3.o lugar), a costa-ricense Brisa Hennessy (5.o), a australiana Macy Callaghan (7.o) e a francesa Vahine Fierro (7.o).

É a nova geração dominando totalmente o topo do ranking. Para chegarem na final do US Open of Surfing, as adolescentes Caitlin Simmers, 15 anos, e Gabriela Bryan, 19, derrotaram as experientes e até favoritas, Courtney Conlogue, 29, e Coco Ho, 30, respectivamente. A performance de Caitlin Simmers esse ano, é impressionante. Ela tinha vencido uma etapa do QS 1000 nas mesmas ondas de Huntington Beach, ficado nas semifinais de outro QS 1000 na Carolina do Norte e sido vice-campeã domingo passado no QS 3000 de Oceanside, perdendo por pouco para a top-6 do CT 2021, Caroline Marks, 14,83 a 14,27 pontos.

Apesar deste retrospecto, Caitlin não estava classificada pelo ranking regional da WSL North America para competir nos Challenger Series, mas ganhou uma vaga para substituir as tops do CT 2021 que não participaram do US Open of Surfing. Ela honrou o convite e fez grandes apresentações em Huntington, surfando com calma e muita confiança nas manobras. Na semifinal contra Courtney Conlogue, fez os recordes do domingo, nota 7,83 e 14,83 pontos.

Na decisão do título, dominou toda a bateria desde a nota 6,33 da sua primeira onda. Gabriela Bryan também brilhou durante todo o evento, mas o máximo que conseguiu na grande final foram notas 5,67 e 4,93. Caitlin Simmers ainda deixou o melhor para os minutos finais, computando notas 7,17 e 6,73 das últimas ondas que surfou. Com elas, garantiu sua segunda vitória no Circuito Mundial por 13,90 a 10,60 pontos. Ela é agora a segunda surfista mais jovem a vencer o US Open of Surfing, só não supera a havaiana Malia Manuel, que foi campeã com 14 anos.

“Nem sei o que dizer. Estou muito feliz nesse momento e aliviada que deu tudo certo”, disse Caitlin Simmers. “Durante a final, a maré estava bem cheia e eu não quis cometer o mesmo erro da bateria anterior, quando fiquei esperando por 20 minutos para surfar a primeira onda. Então, quis começar rápido e depois senti que eu estava em sintonia com o mar, então acho que as coisas deram certo para mim. Na real, nem estou pensando em me qualificar esse ano. Só quero me divertir na França e Portugal, surfar e curtir a experiência lá”.

A vice-campeã e líder do primeiro ranking do WSL Challlenger Series 2021, Gabriela Bryan, também ficou feliz pelo resultado no US Open of Surfing: “Estou bem orgulhosa da minha performance e o segundo lugar é um ótimo resultado também. Claro que eu gostaria de ter vencido, mas estou bem contente. Eu sabia que seria uma bateria difícil, que teria que tirar duas notas de 7 pra cima pra ganhar e, infelizmente, não consegui achar as ondas que eu gostaria de surfar. Mas, estou feliz e bem animada para a perna europeia”.

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