Nolan Rapoza vence o Maui and Sons Arica Pro Tour

Nolan Rapoza (EUA) (Foto: Nicolás Diaz)Nolan Rapoza (EUA) (Foto: Nicolás Diaz)

Pela primeira vez em 10 anos de história, um gringo norte-americano consegue ser campeão em El Gringo, com Nolan Rapoza derrotando o peruano Alonso Correa na decisão do título do Maui and Sons Arica Pro Tour QS 3000 by Jeep na Ex Isla Alacrán de Arica, no Chile. No domingo, as ondas estavam enormes, entre 8-10 pés, porém com um vento afetando a boa formação dos tubos, tornando o último dia ainda mais desafiador para os surfistas. Os brasileiros ficaram nas quartas de final e o australiano Dean Bowen dividiu o terceiro lugar no pódio com o taitiano Mihimana Braye, no domingo gelado em Arica.

“Esta foi a minha primeira final no QS e minha primeira vitória ser logo aqui nesse lugar, é inacreditável”, disse Nolan Rapoza. “É uma sensação insana e eu precisava disso. Eu adorei El Gringo, Arica, o Chile e todo mundo aqui. Eu estava passando por dificuldades em casa, sem conseguir bons resultados, mas fiquei focado e quero agradecer a minha mãe, que me incentivou a continuar. Essa vitória é muito importante pra mim. Todo mundo fala que Pipeline é a melhor onda pra competir, mas acho que El Gringo está no mesmo nível, pois as ondas são incríveis, com tubos fantásticos e certamente estarei aqui no ano que vem”.

Nolan Rapoza (EUA) (Foto: Nicolás Diaz)

Nolan Rapoza (EUA) (Foto: Nicolás Diaz)

Com os 3.000 pontos da vitória no Maui and Sons Arica Pro Tour, Nolan Rapoza subiu da 52.a para a 19.a posição no ranking do WSL Qualifying Series. O vice-campeão Alonso Correa estava mais próximo da lista dos dez que se classificam para a elite dos top-34 da World Surf League, que disputa o título mundial no Championship Tour. Com os 2.250 pontos recebidos no Chile, ele saiu do 27.o lugar para dividir a 13.a colocação com o também peruano Miguel Tudela.

“Estou um pouco triste porque não consegui sair dos melhores tubos que peguei, mas estou feliz porque foi o melhor resultado que eu tive aqui”, disse Alonso Correa. “Teve alguns anos que eu não passei nenhuma bateria, então foi muito bom chegar na final nesta praia que eu gosto tanto. El Gringo é uma das ondas mais perigosas e intimidantes do mundo, é a minha favorita e só tenho que agradecer todos aqui. Foi bom porque eu subi no ranking, pois estou buscando entrar no CT, é o meu objetivo e agora estou mais perto e isso me dá muita motivação para buscar os resultados que preciso para conseguir isso”.

Já na disputa pelo título sul-americano da WSL South America, ninguém tirou a liderança do brasileiro João Chianca, conseguida com a vitória no Héroes de Mayo Iquique Pro no domingo passado, também no norte do Chile. Os dois que tinham chance de conseguir isso em El Gringo, perderam nas quartas de final que abriram o último dia, o peruano Joaquin del Castillo e o paulista Vitor Mendes. Joaquin subiu para a terceira posição no ranking e Alonso Correa, vice-campeão sul-americano em 2018, saltou do 43.o para o quarto lugar e entrou na briga.

A grande final começou as 11h15 do domingo gelado na Ex Isla El Alacrán e de mar desafiador em El Gringo. A escolha das ondas era fundamental, pois as condições estavam difíceis, com séries pesadas e a maioria fechando rápido. O primeiro tubão foi surfado por Alonso Correa, que largou na frente com nota 5,83. Nolan Rapoza começou em um tubo mais curto que valeu 3,50. O peruano logo entra num muito maior, mas não sai dele.

Os dois erram na escolha das suas próximas ondas, que não abrem os tubos. Alonso pega um mais embaixo do pico que rende 3,07, enquanto o americano entra numa morra lá atrás, passa por dentro da primeira sessão e se entoca de novo no inside, para assumir a ponta com 5,43. A diferença era pequena ainda, com o peruano podendo voltar ao primeiro lugar com 3,10 pontos apenas. Aí pareceu até que El Gringo adormeceu, as séries pararam de entrar e a calmaria prosseguiu até quando restavam 10 minutos para o término da bateria.

Alonso Correa precisava aproveitar bem a chance para tentar a vitória e ele pega uma onda que armou o tubo, se entocou lá dentro, mas o lip foi em cheio no seu rosto e o derrubou da prancha. Nolan Rapoza responde descendo um paredão para se encaixar num tubo, sai limpo da cortina d´água e recebe 4,67, que garantiu sua primeira vitória na carreira por 10,10 a 8,90 pontos. Ele ainda pega outro tubo no minuto final e sai do mar festejando bastante com os amigos americanos, que também estavam competindo no Chile.

Para chegar em sua primeira final em El Gringo, o peruano Alonso Correa começou o domingo derrotando o dono da única nota 10 este ano, o norte-americano Skip McCullough. Depois, enfrentou Dean Bowen, que tinha vencido o primeiro confronto do domingo com o brasileiro Wiggolly Dantas. Ele já decidiu o título do Maui and Sons Arica Pro Tour em 2016 vencido pelo francês William Aliotti, mas ficou nas semifinais como em 2018.

“Essa onda e esse lugar sempre intimidam e assustam, mas, ao mesmo tempo, você tem a chance de pegar o tubo da sua vida aqui”, destacou Dean Bowen. “Peguei ondas muito boas nessa semana e me diverti bastante também. Saio daqui feliz por estar no pódio pela terceira vez e vou continuar vindo aqui todos os anos, até conseguir a vitória que tanto quero”.

Dean Bowen fez uma grande campanha nas duas etapas seguidas do QS 3000 no Chile. Ele chegou da Austrália em 183.o lugar no ranking e sai de Arica na 29.a posição, com o vice-campeonato na final do Héroes de Mayo Iquique Pro com o brasileiro João Chianca no domingo passado e o mesmo terceiro lugar de 2018 em El Gringo. Foi uma bateria de poucos tubos e o peruano Alonso Correa surfou os melhores para vencer por 11,44 a 4,77 pontos.

Já o norte-americano Nolan Rapoza começou o dia tirando o Brasil da briga do título da histórica décima edição do Maui and Sons Arica Pro Tour. O californiano surfou um tubaço nota 7,77 que praticamente confirmou sua vitória por 12,17 a 8,03 pontos sobre o paulista Vitor Mendes. Na semifinal, estava perdendo até os últimos minutos, quando achou os tubos para tirar notas 6,67 e 3,40 e superar o taitiano Mihimana Braye por 10,07 a 6,80 pontos.

“El Gringo é uma onda difícil, mas perfeita também, com altos tubos”, elogiou Mihimana Braye. “Parece um pouco com Teahupoo (no Taiti), mas pra mim eu acho aqui bem mais perigoso, porque as ondas quebram muito perto das pedras. Já estava feliz por estar de volta ao Chile e mais agora pelo terceiro lugar no evento. Obrigado a todos e até o ano que vem”.

Dean Bowen e Mihimana Braye terminaram em terceiro lugar, ganharam um prêmio de 3.500 dólares e marcaram 1.680 pontos no ranking mundial do WSL Qualifying Series. Os brasileiros Wiggolly Dantas e Vitor Mendes, o peruano Joaquin del Castillo e o americano Skip McCullough, perderam nas quartas de final e ficaram empatados em quinto lugar, com cada um recebendo 2.250 dólares e 1.260 pontos para o ranking do QS, com os sul-americanos também marcando 420 pontos no ranking regional da WSL South America. Já a vitória valeu 15.000 dólares para Nolan Rapoza e Alonso Correa ganhou 7.000 dólares pelo segundo lugar.

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