Medina dá o primeiro passo na busca pelo bi mundial

Gabriel Medina/ Foto: WSL/Ed SloaneGabriel Medina/ Foto: WSL/Ed Sloane

O Billabong Pipe Masters em homenagem à Andy Irons, abriu o último desafio do World Surf League Championship Tour 2018 na quinta-feira e Gabriel Medina deu o primeiro passo na busca pelo bicampeonato mundial no Havaí. Agora restam quatro baterias para confirmar o título, que para ele será decidido nas semifinais. Medina surfou tubos e voou nos aéreos logo após seus oponentes competirem na pior hora do mar em Pipeline.

Gabriel Medina/ Foto: WSL / Kelly Cestari

Filipe Toledo perdeu e vai abrir a repescagem com o havaiano Benji Brand, mas Julian Wilson teve sorte para tirar a vitória de Tomas Hermes no último minuto da bateria seguinte. Os outros brasileiros que passaram direto para a terceira fase foram o potiguar Italo Ferreira, o cearense Michael Rodrigues e o catarinense Yago Dora, que defende a última vaga para o CT 2019.

“A condição não é a ideal aqui e fiquei apenas tentando pegar muitas ondas. Estou feliz por ter vencido a bateria”, disse Gabriel Medina. “As ondas hoje (quinta-feira) estão realmente desafiadoras lá dentro. É difícil saber quais serão boas e este ano vai ser um desafio, mas estou feliz por chegar no Havaí com uma pequena vantagem sobre os outros concorrentes ao título. Na verdade, estou realmente focado em mim mesmo. Sei que preciso fazer a final, então vou ficar focado em tentar fazer o meu melhor em cada bateria”.

Medina entrou no mar depois das baterias dos seus dois oponentes, que foram as mais fracas de ondas na quinta-feira em Pipeline. Mas, quando a dele começou, já pegou um tubo logo na primeira onda para largar na frente. O australiano Connor O´Leary chegou a liderar, até Medina pegar outra esquerda em Pipeline e voar num alley-oop, ainda arriscando um aéreo-reverse na finalização, que não completou. Com a nota 5,77 dessa onda, ele tirou o primeiro lugar do australiano, mas ainda achou mais duas ondas com tubos melhores do que o primeiro para somar notas 6,93 e 6,23 na vitória por 13,16 pontos. O havaiano Benji Brand, vice-campeão da Pipe Invitational na quarta-feira, ficou em último.

Foi o primeiro passo na busca pelo bicampeonato mundial. Agora restam quatro baterias para passar, a da terceira fase, da quarta que classifica os dois primeiros colocados, depois ganhar nas quartas de final e nas semifinais também, para garantir o título por ele mesmo. Filipe Toledo e Julian Wilson dividem o segundo lugar no Jeep Leaderboard e a única chance deles para entrar na lista dos campeões mundiais da World Surf League, é chegar na final em Pipeline. Se Medina passar das quartas de final, já terão que vencer o Billabong Pipe Masters. Caso Filipe e Julian cheguem na final, o vencedor será o campeão mundial de 2018.

Os dois competiram numa das piores horas do mar em Pipeline na quinta-feira, com poucas ondas abrindo tubos ou paredes para mais de uma manobra antes de fechar, nem formando rampas para os aéreos, como os do potiguar Italo Ferreira em duas ondas seguidas para vencer a bateria anterior com o maior placar do dia até ali, 13,30 pontos. A do Filipe Toledo foi a pior de todas e o máximo de nota que conseguiu nas oito ondas que tentou surfar, foi 2,67. Ele perdeu para o australiano Matt Wilkinson por incríveis 6,03 a 5,04 pontos e o também paulista Caio Ibelli ficou em terceiro lugar com 4,93 nas duas notas computadas.

O australiano Julian Wilson teve mais sorte para tirar a vitória do catarinense Tomas Hermes no último minuto da bateria seguinte. Ele achou uma direita no Backdoor que abriu a parede para fazer quatro manobras, a primeira do dia a proporcionar isso, que valeram nota 5,57 para vencer por 8,07 pontos, contra 6,40 do brasileiro e 4,57 da novidade havaiana no CT 2019, Seth Moniz. Julian vibrou pela classificação direta para a terceira fase naquela difícil condição do mar, enquanto Filipe ainda terá que passar pelo havaiano Benji Brand no primeiro duelo eliminatório em Pipeline, para prosseguir na briga do título mundial.

“Eu estava focado em tentar encontrar algumas oportunidades para surfar lá fora”, disse Julian Wilson. “Foram poucas, mas no final veio aquela onda ali que eu precisava, felizmente. Estou mais perto do título este ano, mas ainda precisando de um grande resultado aqui para conseguir. Eu acho que os três que estão na disputa, pensam em buscar isso para conquistar o título. Estamos todos no mesmo barco e foi muito bom passar uma bateria tão complicada assim”.

VAGAS NO CT 2019

Esta disputa do título mundial centraliza as atenções no Billabong Pipe Masters, só que tem mais uma batalha acontecendo na outra ponta da tabela de classificação, pelas últimas vagas para o CT 2019. O catarinense Yago Dora está fechando o grupo dos 22 primeiros do ranking que são mantidos na elite e usou os aéreos na primeira vitória brasileira na quinta-feira em Pipeline. Com a passagem para a terceira fase, passou a dividir o 21.o lugar com o português Frederico Morais, derrotado na primeira bateria, dificultando as chances dos que estão na zona do rebaixamento para o WSL Qualifying Series.

Entre eles, o único que venceu e já passou para a terceira fase foi Matt Wilkinson, mandando Filipe Toledo para a repescagem. O australiano tirou a 23.a posição no ranking do francês Joan Duru, mas tem que chegar nas quartas de final para superar os 19.645 pontos de Yago Dora e Frederico Morais. É a mesma chance do catarinense Tomas Hermes, 25.o colocado. Joan Duru caiu para o 24.o lugar, mas ultrapassa essa pontuação se passar pela repescagem e pela terceira fase. O australiano Connor O´Leary e o americano Patrick Gudauskas só conseguem isso se chegarem nas semifinais, enquanto o pernambucano Ian Gouveia e o sul-africano Michael February já necessitam da vitória no Billabong Pipe Masters.

Por João Carvalho

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