João Chianca é o novo dono da lycra amarela da WSL

Joao Chianca / Foto Beatriz RyderJoao Chianca / Foto Beatriz Ryder

Tyler Wright é bicampeã e Ethan Ewing vence o Rip Curl Pro Bells Beach na Austrália

O atual campeão mundial segue em terceiro no ranking e o novo líder é João Chianca, que vai vestir a lycra amarela na etapa que foi cortado da elite no ano passado. O Western Australia Margaret River Pro começa no dia 20 na Austrália.

Duas finais australianas fecharam a histórica 60ª edição do Rip Curl Pro Bells Beach apresentado por Bonsoy na última terça-feira (11/04) em Victoria, na Austrália. Tyler Wright conquistou o bicampeonato batendo a líder do ranking, Molly Picklum. Na masculina, Ethan Ewing derrotou Ryan Callinan depois de passar pelo defensor do título em Bells Beach, Filipe Toledo.

Chumbinho tirou a liderança de Jack Robinson quando passou para as oitavas de final e o australiano perdeu na terceira fase no domingo. Na segunda-feira, João acabou derrotado numa bateria fraca de ondas para o sul-africano Matthew McGillivray. O único que poderia lhe tirar a liderança na terça-feira era Filipe Toledo, mas somente se conquistasse o bicampeonato no Rip Curl Pro Bells Beach. O campeão mundial foi passando suas baterias com viradas incríveis no último minuto, mas nas semifinais foi barrado pelo campeão, Ethan Ewing.

Esse duelo foi uma reedição da semifinal do ano passado, quando o brasileiro badalou o sino da vitória e deixou o australiano em terceiro lugar no campeonato. Filipe se manteve em terceiro lugar no ranking, agora liderado por João Chianca, com Jack Robinson em segundo e Ethan Ewing saltou da décima para a quarta posição, com os 10.000 pontos da vitória. Ele tirou Caio Ibelli do seleto grupo dos top-5, que caiu do quarto para o sétimo lugar e o americano Griffin Colapinto permaneceu em quinto lugar.

“Isso é demais, este evento é o que eu mais queria vencer. É um sentimento muito especial e tenho pensado em ser campeão aqui desde que entrei no Tour”, disse Ethan Ewing. “Era um objetivo meu homenagear a minha mãe (Helen Lambert, in memoriam, campeã em Bells Beach), deixá-la orgulhosa. Eu tenho o troféu dela ao lado da minha cama e sempre sonhei em ter o meu nome na escada (onde é registrado os nomes dos campeões em Bells) com ela”.

A vitória sobre Ryan Callinan, por 14,50 a 11,00 pontos somando notas 7,67 e 6,83, foi a segunda da carreira de Ethan Ewing em etapas do World Surf League (WSL) Championship Tour. A primeira foi em Jeffreys Bay no ano passado na África do Sul, numa decisão também australiana com Jack Robinson. Já Ryan Callinan só tinha chegado numa final em 2018 na França, quando também terminou como vice-campeão na vitória do australiano Julian Wilson.

Na decisão feminina, Tyler Wright repetiu o título do ano passado no Rip Curl Pro Bells Beach, batendo a líder do ranking, Molly Picklum, por 16,00 a 12,00 pontos com as notas 8,17 e 7,83 das melhores ondas que surfou na bateria. Para chegar na final, Tyler ganhou dois confrontos de campeãs mundiais na terça-feira. A bicampeã passou pela pentacampeã Carissa Moore nas quartas de final e pela octacampeã Stephanie Gilmore nas semifinais.

“Demorei 12 anos para conseguir o meu primeiro Bell e é uma honra absoluta e um privilégio surfar aqui em Djarrak”, disse Tyler Wright. “É incrível ter toda a minha equipe e suporte aqui, são momentos como esse que significam o mundo para mim. Estou muito orgulhosa por tudo que fiz essa semana e me sinto realmente em casa aqui. Foi uma grande semana com meu irmão (Owen Wright) se aposentando, ele teve uma carreira incrível e foi muito legal ver ele encerrar a carreira aqui”.

Ethan Ewing e Tyler Wright com o histórico troféu do Rip Curl Pro Bells Beach (Crédito da Foto: @WSL / Beatriz Ryder)

Ethan Ewing e Tyler Wright com o histórico troféu do Rip Curl Pro Bells Beach (Crédito da Foto: @WSL / Beatriz Ryder)

ESCAPANDO DO CORTE – Apesar da derrota nas semifinais para Tyler Wright, a atual campeã mundial, Stephanie Gilmore, festejou o terceiro lugar no Rip Curl Pro Bells Beach. O resultado a levou da 14.a para a sétima posição no ranking, entrando na lista das top-10 que permanecerão na elite na segunda metade da temporada, já com vaga garantida no CT 2024. O corte vai acontecer na próxima etapa, o Western Australia Margaret River Pro, que começa no dia 20 e vai até 30 de abril no outro lado da Austrália. Steph tirou da lista a costa-ricense Brisa Hennessy.

A octacampeã mundial começou a terça-feira derrotando Tatiana Weston-Webb nas quartas de final. A brasileira permaneceu fechando o grupo das top- do ranking, com Molly Picklum continuando na liderança, agora seguida por Tyler Wright, que subiu do quarto para o segundo lugar. Carissa Moore caiu para a terceira posição e a jovem norte-americana Caitlin Simmers para a quarta.

TOP-22 MASCULINO – No ranking masculino, Ryan Callinan foi quem mais se aproximou do grupo dos top-5, subindo do 13.o para o sexto lugar com os 7.800 pontos do vice-campeonato no Rip Curl Pro Bells Beach. Dois surfistas entraram na lista dos 22 primeiros do ranking, que serão mantidos no CT na segunda metade da temporada, com vagas garantidas para 2024. O japonês Kanoa Igarashi e o sul-africano Matthew McGillivray, que derrotou o novo líder do ranking, João Chianca, tiraram do G-22 o contundido Miguel Pupo que não competiu e o australiano Liam O´Brien.

Além de Miguel Pupo, quem continua fora dos 22 é Michael Rodrigues. Ele até fez uma grande bateria contra John John Florence nas oitavas de final, acertando os aéreos para somar duas notas 7. No entanto, o bicampeão mundial conseguiu a classificação na sua última onda, por uma pequena diferença no placar encerrado em 14,77 a 14,10 pontos. Para Michael escapar do corte, ele terá no mínimo que chegar nas oitavas de final de novo em Margaret River.

OLIMPÍADAS DE PARIS – O World Surf League Championship Tour deste ano também é qualificatório para os Jogos Olimpícos de Paris 2024. Serão indicados dez surfistas da categoria masculina e oito da feminina, limitados a dois de cada país. Após a quarta etapa em Bells Beach, estariam se classificando João Chianca e Filipe Toledo pelo Brasil, Jack Robinson e Ethan Ewing pela Austrália, Griffin Colapinto e John John Florence pelos Estados Unidos, Leonardo Fioravanti pela Itália, Matthew McGillivray e Jordy Smith pela África do Sul e Rio Waida pela Indonésia.

Os finalistas na estreia do surfe como esporte olímpico nos Jogos de Tóquio no Japão, o primeiro surfista medalha de ouro da história, Italo Ferreira, bem como o medalha de prata, Kanoa Igarashi, estariam de fora das Olimpíadas da França. Os dois estão empatados em 17.o lugar no ranking, já tendo que se preocupar para escapar do corte na elite. Na categoria feminina, as oito que estariam se classificando são Molly Picklum e Tyler Wright pela Austrália, Carissa Moore e Caitlin Simmers pelos Estados Unidos, Tatiana Weston-Webb pelo Brasil, Brisa Hennessy pela Costa Rica, Teresa Bonvalot por Portugal e Johanne Defay pela França.

Compartilhe.