Jadson e Camarão nas oitavas de final do Challenger de Sydney

adson André / Foto Matt Dunbar / WSLadson André / Foto Matt Dunbar / WSL

O potiguar Jadson André e o paulista Thiago Camarão foram os únicos sul-americanos que passaram para as oitavas de final do primeiro Challenger Series de 10.000 pontos do ano na Austrália. Ambos se classificaram em segundo lugar nas baterias vencidas por australianos, que conquistaram a maioria das vagas (sete) disputadas na quinta-feira, em mais um dia de ondas pequenas de meio metro de altura em Manly Beach. Jadson vai enfrentar o japonês Shun Murakami na quarta bateria e Camarão disputará a penúltima vaga para as quartas de final do Sydney Surf Pro com o australiano Matt Banting.

Jadson André foi vice-campeão desta etapa no ano passado e quer tentar a vitória que escapou no ano passado, para o australiano já eliminado, Jordan Lawler. O potiguar competiu numa bateria de poucas ondas e ele foi o único a pegar três que abriram a parede para fazer duas a três manobras. Começou com nota 5,00, na seguinte ganhou 6,17 e a terceira valeu 6,70, para totalizar 12,87 pontos. O australiano Ethan Ewing só pegou duas e foi preciso na escolha, para vencer por 14,17 com notas 7,50 e 6,67. Já o havaiano Joshua Moniz não acertou os aéreos que tentou e ficou em último, com apenas 3,36 pontos nas duas notas.

O adversário de Jadson André nas oitavas de final é o japonês Shun Murakami, que venceu o confronto seguinte por 12,57 pontos. O havaiano Imaikalani Devault passou em segundo com 11,44, ambos eliminando o cearense Michael Rodrigues, que só conseguiu 10,60 pontos. Shun Murakami começou a temporada sendo campeão da primeira etapa, o QS 5000 da China. Ele liderou o ranking até a oitava etapa, o QS 5000 Oi Hang Loose Pro Contest em Fernando de Noronha, quando Wiggolly Dantas assumiu a ponta com o terceiro lugar no Brasil.

Mas, Wiggolly não passou da sua estreia nas duas etapas da Austrália e já perdeu a primeira posição para o norte-americano Nat Young. Na quinta-feira, mais dois surfistas ultrapassaram o brasileiro e o peruano Alonso Correa, que estava em segundo lugar. Shun Murakami já assumiu a vice-liderança e o australiano Matt Banting, adversário de Thiago Camarão nas oitavas de final, pulou do nono para o terceiro lugar com a classificação.

Matt Banting e Thiago Camarão avançaram nas baterias mais disputadas da quinta-feira, que definiram as últimas vagas para as oitavas de final. O peruano Lucca Mesinas, que está no grupo dos dez indicados para o CT pelo ranking do WSL Qualifying Series, estava passando a bateria contra dois australianos até o último minuto. Até Reef Heazlewood conseguir 6,90 na última onda, para superá-lo por 12,83 a 12,37 pontos. Matt Banting venceu por 12,96 e Lucca Mesinas terminou em 17.o lugar. No momento, o peruano é o sétimo do ranking.

O potiguar Jadson André chegou em Sydney em 24.o e já aparece logo abaixo dele, dividindo a nona posição com mais dois classificados para as oitavas de final, os australianos Liam O´Brien e o próprio Reef Heazlewood. Eles estão fechando o G-10 do QS e o pernambucano Ian Gouveia, que estava em sétimo lugar, agora é o 12.o e deve cair mais, pois Thiago Camarão já saltou do 43.o para o 14.o lugar, com a passagem para as oitavas de final.

Camarão achou algumas direitas que proporcionaram duas a três manobras fortes de frontside para consolidar sua classificação, se revezando na liderança com Ryan Callinan. O ataque do australiano era de backside nas direitas. Camarão conseguiu 6,50 e 5,23 para ficar na frente, mas o australiano retomou a ponta quando tirou 5,83 para somar com o 6,20 da primeira. Os dois ficaram pegando as melhores ondas e Deivid Silva não conseguiu acompanhar o ritmo.

Thiago Camarão surfou outra direita que rendeu uma batida e um aéreo rodando que valeram 7,77. Mas, Ryan respondeu atacando forte uma boa onda para receber 8,33 e se manter na ponta. DVD enfim consegue mostrar a força do seu backside em duas direitas nos minutos finais. A primeira valeu 7,03 e precisava de 7,25 na última, mas a nota saiu 6,73 e Deivid ficou em último com 13,76 pontos, contra 14,27 do Camarão e 14,53 do Callinan.

“Tenho consciência de que fiz uma boa bateria, mas os últimos minutos foram bem estressantes”, disse Thiago Camarão. “O Deivid é um surfista incrível e eu sabia que ele poderia conseguir a pontuação que precisava a qualquer momento, em qualquer onda. Então, foi definitivamente estressante esperar para ouvir as notas dele no final da bateria. Eu já disputei muitas baterias com ele e algumas com o Ryan (Callinan) antes, então sabia que ia ser muito difícil. Mas, já tinha derrotado eles, então sabia também que poderia fazer isso de novo e estou muito feliz por ter conseguido”.

Deivid Silva foi o quarto sul-americano a ser eliminado em 17.o lugar no Sydney Surf Pro Challenger Series. Os outros que receberam 2.500 dólares de prêmio e marcaram 2.000 pontos no ranking, foram o cearense Michael Rodrigues, o peruano Lucca Mesinas e o uruguaio Marco Giorgi, o primeiro a cair no segundo confronto da quinta-feira em Manly Beach.

Depois de se destacar na quarta-feira com o segundo maior placar do dia, o uruguaio não conseguiu pegar as melhores ondas que entraram na bateria e foi batido pelo australiano Liam O´Brien e pelo novo líder do ranking, Nat Young. A melhor onda de Marco Giorgi foi a última que ele surfou e valeu 6,07. O australiano já tinha começado bem com nota 8,00 e na última ganhou 6,37, selando a vitória por 14,37 pontos. O californiano passou em segundo com 13,00 e o uruguaio terminou em terceiro lugar com 11,90 pontos.

Os homens foram os primeiros a competir na quinta-feira. Assim como no dia anterior, as baterias foram paralisadas no meio da manhã por causa da mudança da maré e só retornou as 13h30 na Austrália, 23h30 da quarta-feira no Brasil. Depois das duas últimas baterias da quarta fase masculina, foi a vez das meninas entrarem no mar em Manly Beach, para disputar as oitavas de final do Sydney Surf Pro Challenger Series.

As primeiras a se classificar foram as duas surfistas que estão encabeçando o WSL Qualifying Series no momento e elas agora irão se enfrentar na batalha pela primeira vaga nas semifinais. A costa-ricense Brisa Hennessy está na frente e terá um confronto direto com a vice-líder, a norte-americana Kirra Pinkerton, pelo primeiro lugar no ranking. Quem passar, vai pegar a vencedora do duelo da bicampeã mundial Tyler Wright com a havaiana Gabriela Ryan.

Na chave de baixo, que vai apontar a segunda finalista do primeiro Challenger Series do ano, a australiana Molly Picklum entra na terceira bateria com a espanhola Leticia Canales Bilbao. Depois, tem um clássico do CT na disputa pela última vaga para as semifinais, entre a tetracampeã mundial Carissa Moore e a australiana Bronte Macaulay, que vem de vitória no QS 5000 de Newcastle, encerrado no domingo passado.

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