Brasil, Peru e Uruguai nas oitavas de final do Surfest Newcastle

Foto de arquivo de Ian Gouveia em Sunset Beach em 2019 (Foto: Tony Heff / WSL via Getty Images)Foto de arquivo de Ian Gouveia em Sunset Beach em 2019 (Foto: Tony Heff / WSL via Getty Images)

Três sul-americanos passaram para as oitavas de final do QS 5000 Surfest Newcastle no mar difícil da sexta-feira, com ondas de 2-3 pés e longos intervalos entre as séries em Merewether Beach, na Austrália. O peruano Alonso Correa já subiu para o terceiro lugar no ranking do WSL Qualifying Series e vai enfrentar o uruguaio Marco Giorgi na terceira bateria. O último a se classificar foi o pernambucano Ian Gouveia, único que pode conseguir um bicampeonato consecutivo do Brasil na 35.a edição da etapa de Newcastle esse ano. Ele vai disputar a quinta vaga para as quartas de final com o jovem taitiano Kauli Vaast.

O filho do grande ídolo do surfe brasileiro, Fabio Gouveia, teve que brigar com o catarinense campeão mundial Pro Junior da World Surf League no ano passado, Lucas Vicente, pelo segundo lugar na bateria vencida por Reef Heazlewood. Ian só conseguiu surfar as duas ondas que são computadas no resultado e a última foi a melhor, valeu 6,60 para superar o catarinense por 11,93 a 11,17 pontos. O australiano já tinha liquidado a fatura, com os 14,34 pontos que totalizou das notas 6,67 e 7,67 em duas ondas seguidas.

Com a classificação para as oitavas de final do QS 5000 de Newcastle, Ian Gouveia já saltou da 33.a para a 15.a posição no ranking. Agora, já entra no grupo dos dez primeiros que se classificam para a elite dos top-34 da World Surf League, se passar por Kauli Vaast. Ian só disputou uma etapa esse ano, o QS 5000 Oi Hang Loose Pro Contest na Cacimba do Padre, onde ficou em quinto lugar nas quartas de final em Fernando de Noronha.

Ian Gouveia é a esperança do Brasil conseguir uma segunda vitória consecutiva em Newcastle, para repetir o feito do paulista Alex Ribeiro na final verde-amarela com o potiguar Jadson André em Merewether Beach no ano passado. No momento, apenas um brasileiro está no G-10 do QS, o paulista Wiggolly Dantas, que não passou da sua estreia em Newcastle, mas permanece na liderança do ranking.

O outro brasileiro que estava na zona de classificação para o CT 2021, era o saquaremense João Chianca. Mas, o atual campeão sul-americano da WSL Latin America foi barrado na sexta-feira, ficando em 25.o lugar no Surfest Newcastle. O australiano Matt Banting e o sul-africano Beyrick de Vries passaram essa bateria, pela quarta fase também e agora vão se enfrentar na penúltima oitava de final.

Dois peruanos também estão no G-10 e Alonso Correa já aparece em terceiro lugar no ranking, com os 1.750 pontos que garantiu pela passagem para as oitavas de final. Ele aproveitou muito bem as chances que teve para surfar no início e liderou a bateria toda, com as notas 5,00 e 6,67 das primeiras ondas. Depois, conseguiu um 5,50 para selar a vitória por 12,17 pontos.

O brasileiro Samuel Pupo estava passando em segundo lugar, mas o neozelandês Billy Stairmand achou uma boa onda para ganhar 6,17 e abrir 5,88 pontos de vantagem. Samuca ficou mais de 10 minutos esperando por uma onda que proporcionasse isso e ela só entrou no último minuto. Ele conseguiu fazer duas manobras, mas a nota saiu 5,70 e Stairmand avançou para as oitavas de final, por uma pequena diferença de 10,47 a 10,30 pontos.

“Estou muito feliz pela classificação, por ter achado boas ondas para conseguir as notas para vencer”, disse Alonso Correa. “As condições do mar estavam mais difíceis hoje (sexta-feira), mas eu entrei na bateria muito concentrado e deu tudo certo. Espero continuar assim, pois quero conseguir um bom resultado aqui, para me manter entre os primeiros do ranking. Quero agradecer a todos do Peru, que ficaram torcendo por mim e vamos com tudo pra próxima”.

Nas oitavas de final, Alonso Correa terá um duelo sul-americano com Marco Giorgi na terceira bateria. Assim como Ian Gouveia, o uruguaio foi bem seletivo na escolha das ondas e só surfou três para garantir a classificação, com as notas 5,33 e 5,73 das primeiras. Seus dois adversários foram em sete ondas e o francês Charly Quivront venceu por 13,17 pontos, contra 11,06 do uruguaio e 9,23 do japonês Reo Inaba, que foi eliminado.

Essa batalha pelas vagas nas oitavas de final começou com o australiano Julian Wilson fazendo os recordes da sexta-feira, como no dia anterior. Ele destruiu as direitas de Merewether Beach com manobras potentes, que arrancaram notas 8,17 e 7,60 dos juízes, para totalizar imbatíveis 15,77 pontos. Outro australiano, Liam O´Brien, também surfou bem uma onda que valeu 7,83 para passar em segundo lugar, despachando o brasileiro Alejo Muniz. O catarinense só achou uma onda boa na bateria e ficou com 8,10 pontos, contra 12,83 de O´Brien.

Alejo Muniz terminou em 17.o lugar no Surfest Newcastle, como o também catarinense Lucas Vicente barrado por Ian Gouveia e o paulista Samuel Pupo, derrotado na bateria vencida pelo peruano Alonso Correa. Os três receberam 1.250 dólares de prêmio e marcaram 1.000 pontos no ranking. Samuca estava em 33.o lugar e no momento aparece na 21.a posição do WSL Qualifying Series, empatado com o potiguar Jadson André. Alejo subiu de 39.o para 26.o, enquanto Lucas estava estreando na temporada e começa o ano em 127.o lugar na classificação geral das treze etapas de 2020.

Mais dois brasileiros perderam nas baterias restantes da terceira fase que abriram a sexta-feira em Merewether Beach. Na primeira do dia, Lucas Vicente barrou um ex-top do CT, Stu Kennedy, na disputa vencida pelo taitiano Kauli Vaast. A segunda foi um confronto direto entre Brasil e Havaí, que terminou empatado. Sebastian Zietz ganhou e Ian Gouveia superou o capixaba Krystian Kymerson na briga pelo segundo lugar.

O saquaremense João Chianca também ficou em terceiro na sua bateria e em 25.o no evento, como Krystian, com os dois recebendo 1.000 dólares e 375 pontos. Com a derrota, o atual campeão sul-americano já caiu do décimo para o 11.o lugar no ranking no momento, saindo do grupo que se classifica para o CT. O havaiano Keanu Asing também perdeu sua vaga no G-10 como Chianca, ambos ultrapassados pelo francês Joan Duru e o australiano Matt Banting.

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