Tatiana nas quartas do Margaret River Pro

Tatiana Weston-Webb / Foto Cait MiersTatiana Weston-Webb / Foto Cait Miers

As ondas amanheceram mais baixas na terça-feira em Main Break, com séries de 3-4 pés, mas com boa formação e mais limpas para a continuação do evento. Tatiana Weston-Webb mostrou a força do seu backside para vencer sua bateria. A programação era de os homens também competirem, mas as ondas foram se deteriorando durante a manhã e as oitavas de final masculinas foram adiadas. As quartas de final femininas já foram definidas e a brasileira Tatiana Weston-Webb encara a bicampeã mundial Tyler Wright.

A gaúcha bateu o recorde da tetracampeã mundial, nota 8,33, na primeira onda surfada. A brasileira recebeu 8,50 dos juízes numa direita destruída por duas batidas verticais de backside, um rasgadão jogando água pra cima, seguido por um floater e mais uma pancada na junção, para finalizar a sua melhor apresentação nas três etapas da “perna australiana” do CT 2021.

Tatiana entrou na terceira bateria do dia com Sage Erickson, norte-americana que ela já havia derrotado em dez das treze baterias que se enfrentaram em etapas do CT. A décima vitória da Tatiana foi histórica, na primeira bateria do CT feminino disputada em Pipeline, nas quartas de final da primeira etapa de 2021 no Havaí. Em Margaret River não foi diferente e uma nota 4,77 foi suficiente para a brasileira vencer fácil por 13,27 a 9,00 pontos.

“Eu falei com meu técnico antes da bateria e ele me disse para ficar ligada com o vento, para não surfar no topo da onda, mas logo na primeira que peguei já fui com tudo, soltei a rabeta lá no alto e pensei: será que não exagerei?”, contou Tatiana Weston-Webb. “Só que acabei ganhando minha maior nota nessa onda (8,50), então fiquei amarradona. Achei que faltou uma segunda onda boa, mas estou feliz com meu desempenho. Eu procurei onda que abrisse mais parede para fazer duas manobras fortes, mas você nunca sabe como vai ser nessa condição de mar. Então, não dá para desperdiçar nenhuma chance, precisa ir na fé”.

Tatiana foi vice-campeã no último campeonato em Margaret River em 2019, mas agora terá um grande desafio para chegar na final novamente, a bicampeã mundial Tyler Wright. As duas já se enfrentaram dezoito vezes no CT e a brasileira só superou a australiana em seis baterias. Elas até passaram juntas na repescagem da etapa passada, com Tyler vencendo de novo. Mas, Tatiana avançou em segundo e depois barrou até a atual campeã mundial, Carissa Moore, no caminho até a final do Rip Curl Narrabeen Classic.

O título em Sidney valia o segundo lugar no ranking liderado pela havaiana, que ficou com Caroline Marks. Com a derrota da californiana na terça-feira, a brasileira tem mais um confronto direto pela vice-liderança na quarta de final com Tyler Wright. Tatiana ultrapassa os 21.305 pontos de Caroline se passar para as semifinais, mas já perde a terceira posição se for derrotada pela australiana, que começou a temporada 2021 com vitória no Havaí.

Qualquer que seja o resultado, a lycra amarela de número 1 da World Surf League permanecerá com Carissa Moore. Ela estabeleceu novos recordes para o Boost Mobile Margaret River Pro na melhor bateria do campeonato, com a jovem Macy Callaghan dando muito trabalho para a tetracampeã mundial. A havaiana começou bem, manobrando forte uma boa direita para largar na frente com nota 8,00. Depois, entrou uma onda linda em Main Break, abrindo para os dois lados. Carissa vai para a direita e a australiana para a esquerda, que arma um paredão para ela mandar três manobras muito fortes de backside nos pontos mais críticos, para receber a maior nota da competição feminina, 8,67.

Só que a havaiana também surfa bem a direita e ganha 7,23, com as duas já fazendo os maiores placares do evento após essa onda, 15,23 para Carissa e 14,84 para Macy. Depois, a australiana pega uma direita para usar seu frontside e faz bonito, chegando a assumir a ponta com nota 7,50. Mas, Carissa destrói a onda de trás com um ataque incrível, alongando as manobras, fazendo grandes arcos e botando força nas batidas para se tornar recordista absoluta de novo, somando nota 8,93 na vitória espetacular por 16,93 a 16,17 pontos.

Com a classificação de Tatiana Weston-Webb, três surfistas da seleção brasileira já estão garantidos nas quartas de final. Isto porque as duas últimas baterias das oitavas de final masculinas serão 100% verde-amarelas. Na penúltima, o atual campeão mundial Italo Ferreira enfrenta Caio Ibelli e na última estão Filipe Toledo e Jadson André. Os outros dois confrontos serão entre Brasil e Havaí. O bicampeão mundial Gabriel Medina entra com a lycra amarela de número 1 no ranking na quinta bateria com Seth Moniz. Na primeira, Peterson Crisanto encara o bicampeão desta etapa de Margaret River em 2017 e 2019, John John Florence.

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