A australiana Sierra Kerr e o californiano Jett Schilling, conquistaram os últimos títulos mundiais de 2023 da World Surf League. Jett é o primeiro surfista do continente norte-americano a ser campeão nas 23 edições do Mundial Junior da WSL e Sierra foi campeã da categoria Sub-20 com apenas 16 anos de idade.
As decisões dos títulos nas finais do SAMBAZON World Junior Championships organizado por Best Western, foram contra a norte-americana Zoe Benedetto, 18 anos, e o havaiano Jackson Bunch, de 20 anos como o campeão. Os vice-campeões barraram a peruana Sol Aguirre, 20 anos, e o brasileiro Leo Casal, 19 anos, nas semifinais que abriram o sábado decisivo de boas ondas de 2-3 pés em Oceanside Pier, na Califórnia, Estados Unidos.
Os títulos de campeão e campeã do Mundial Junior, garantem participação no Challenger Series deste ano, o circuito de acesso para a elite do World Surf League Championship Tour. “Eu nem esperava me classificar para o Challenger Series. Até esqueci desse prêmio e é insano saber disso agora”, disse Sierra Kerr. “Essa bateria foi muito louca e é incrível ser campeã. Eu achei que não estava surfando tão bem nessa competição e entrei na final para não deixar dúvidas. Nessa bateria eu senti que que realmente surfei bem, acertando tudo. Quero agradecer a todos que vieram na praia hoje e todos que assistiram”.
“Isso é muito especial e nem consigo acreditar que consegui vencer”, disse Jett Schilling. “Só quero agradecer primeiramente a Deus e à minha família, por tudo que fizeram por mim. Esse título é muito especial para mim. No ano passado não fui bem e vencer é simplesmente surreal. Obrigado a todos que estão aqui e quero trabalhar muito forte esse ano, até chegar no CT, onde estão meus amigos”.
A jovem australiana é filha de um ex-top da elite mundial da WSL, Josh Kerr. No ano passado, ela perdeu nas semifinais para a campeã de 2022, a portuguesa Francisca Veselko. Agora, Sierra Kerr mereceu o título de 2023, pois foi a melhor surfista nas ondas de Oceanside Pier. Das cinco maiores notas da categoria feminina, quatro foram dela, que igualou o recorde da brasileira Laura Raupp na grande final. Sierra barrou a catarinense dona da única 9,0 nas quartas de final, quando fez o maior somatório do campeonato, 17,54 somando 8,87 e 8,67. No sábado, repetiu o 8,67 na semifinal com a californiana Talia Swindal.
No último dia, Sierra Kerr fez a segunda e terceira maior pontuação do SAMBAZON World Junior 2023. Ela ganhou a semifinal por 16,17 pontos e a final por 16,83, com notas 9,0 e 7,83. A surfista da Flórida, Zoe Benedetto, que tinha derrotado a peruana Sol Aguirre por 10,17 a 9,77 pontos, no primeiro duelo do sábado em Oceanside Pier, só surfou uma onda boa na decisão do título, que valeu nota 8,0. Já a australiana pegou quatro, ganhando 7,83 na primeira, 7,40 na segunda, 7,53 na terceira e 9,0 com seu surfe explosivo, jogando muita água nas manobras e acertando até um aéreo reverse.
Foi também com um ataque agressivo de frontside nas direitas, que Jett Schilling confirmou o primeiro título mundial Junior dos Estados Unidos em 23 anos de história. Jackson Bunch tentava o quinto do Havaí, mas não conseguiu acompanhar o forte ritmo do californiano, que dominou o confronto depois do 8,33 recebido em sua quarta onda. Jett surfou mais três seguidas muito boas, que ganharam notas 7,07, 7,17 e 7,90. A melhor do havaiano valeu 7,37 e o placar foi encerrado em 16,23 a 13,37 pontos. Jett Schilling festejou o título com os irmãos Griffin e Crosby Colapinto e seus amigos de San Clemente.
BRASIL EM TERCEIRO – O catarinense Leo Casal era a esperança de aumentar para 10 o recorde de títulos mundiais do Brasil na categoria Junior Sub-20. Mas, ele enfrentou um inspirado Jackson Bunch, que ganhou a segunda vaga na final com seu ataque de frontside nas esquerdas de Oceanside Pier. Ele já tinha conseguido uma nota 7,50 com batidas verticais de backside numa direita. Leo Casal respondeu com 6,73 na seguinte, mas o havaiano confirmou a vitória com 8,43 e 8,20 nas esquerdas, atingindo 16,63 pontos contra 13,33 do catarinense.
A participação do Brasil nesta segunda edição seguida do Mundial Junior da WSL na Califórnia, foi bem melhor do que a do ano passado. Na disputa do título de 2022 em San Diego, o paulista Ryan Kainalo e o cearense Cauã Costa pararam nas oitavas de final e terminaram em nono lugar. Agora em Oceanside, o mesmo Ryan Kainalo ficou em quinto lugar nas quartas de final, assim como os catarinenses Heitor Mueller e Laura Raupp. Já Leo Casal dividiu o posto de terceiro melhor Junior do mundo com o norte-americano Levi Slawson.
INÍCIO NO PERU – A batalha pelas vagas sul-americanas para o próximo Mundial Junior da WSL, já será iniciada no mês de fevereiro no Peru. O Billabong Señoritas Open Pro vai abrir os rankings regionais masculino e feminino de 2024 da WSL South America nos dias 14 a 17 de fevereiro, nas ondas de Señoritas, em Punta Hermosa. Estão previstas mais duas seletivas da categoria para surfistas com até 20 anos de idade na América do Sul esse ano. Quem ficar na primeira e segunda posições no ranking final, garantem participação no Mundial Junior de 2024.