Seleção brasileira da WSL começa bem no Rip Curl Pro Bells Beach

Samuel Pupo vencendo a primeira dobradinha brasileira em Bells Beach (Crédito: @WSL / Ed Sloane)Samuel Pupo vencendo a primeira dobradinha brasileira em Bells Beach (Crédito: @WSL / Ed Sloane)

A seleção brasileira começou bem no Rip Curl Pro Bells Beach, que abriu a quarta etapa do World Surf League Championship Tour 2022 na segunda-feira (11/04) em Victoria, na Austrália. A competição foi iniciada às 11h e só foram realizadas oito das doze baterias da primeira fase. Apenas três brasileiros competiram e todos se classificaram, assim como o peruano Lucca Mesinas. Italo Ferreira e Samuel Pupo estrearam com vitórias, enquanto Filipe Toledo mandou o tricampeão mundial Mick Fanning para a repescagem.

Mick Fanning é a grande atração do evento. O australiano divide o recorde de quatro vitórias no Rip Curl Pro Bells Beach com Kelly Slater e Mark Richards. O campeonato mais tradicional do Circuito Mundial, não foi realizado em 2020 e em 2021 por causa da pandemia, mas retorna agora para abrir a decisiva perna australiana para a disputa dos títulos mundiais de 2022. Esta etapa de Bells tem prazo até o dia 20 para ser encerrada e na sequência vem a de Margaret River, que fechará a primeira metade da temporada.

É quando haverá um corte na elite, para o restante do ano. Os 22 primeiros colocados e as 10 melhores da categoria feminina, permanecerão competindo nas outras cinco etapas, buscando terminar entre os top-5 dos rankings, que irão disputar os títulos mundiais no Rip Curl WSL Finals em Trestles, na Califórnia. Esse grupo dos 22 e das 10, também já estará garantido na elite do CT 2023. Para quem ficar abaixo da linha de corte, o Challenger Series é o caminho para tentar confirmar suas permanências na elite dos top-34 e das top-17 do ano que vem.

Os três brasileiros que estrearam na segunda-feira e o peruano Lucca Mesinas, estão dentro do G-22 no momento. Filipe Toledo ocupa a quarta posição no ranking das três etapas já disputadas no Havaí e em Portugal. O campeão olímpico, Italo Ferreira, está em décimo lugar, enquanto Samuel Pupo e Lucca Mesinas dividem a 18.a colocação com mais três surfistas. Estes cinco estão fechando a zona de classificação para a segunda metade do WSL Tour 2022.

Italo Ferreira foi o primeiro a competir na segunda-feira. Ele entrou na segunda bateria e achou boas direitas nas séries de 3-5 pés do primeiro dia em Bells Beach, para mostrar a força do seu backside nas batidas e rasgadas. Somando notas 6,50 e 6,33, derrotou dois havaianos por 12,83 pontos, contra 10,73 de Ezekiel Lau e 8,46 de Imaikalani Devault, que terá que disputar a repescagem por ter ficado em último na bateria. Foi em Bells Beach, onde Italo Ferreira conquistou a primeira vitória da sua carreira no CT em 2018, ganhando a final que marcou a despedida de Mick Fanning do Circuito Mundial.

Filipe Toledo foi vice-campeão da última edição do Rip Curl Pro Bells Beach em 2019 (Crédito: @WSL / Ed Sloane)

Filipe Toledo foi vice-campeão da última edição do Rip Curl Pro Bells Beach em 2019 (Crédito: @WSL / Ed Sloane)

“Estou bem feliz em estar de volta aqui competindo”, disse Italo Ferreira. “Aquele ano (2018) foi muito especial para mim. O Mick (Fanning) está de volta aí e espero vencer ele na final de novo (risos). Brincadeira, mas é muito legal ver o ‘legend’ de volta competindo. Surfei com ele de manhã e foi bem divertido reencontrá-lo. O evento de Portugal foi bom para mim, queria ter feito a final lá, mas tem que seguir passo a passo. Estou feliz em estar de volta a Austrália e bem animado já para a próxima bateria aqui em Bells”.

Os outros dois brasileiros que já estrearam na segunda-feira, enfrentaram o convidado especial do Rip Curl Pro Bells Beach na quinta bateria do dia. O novato na seleção brasileira deste ano, Samuel Pupo, achou uma boa onda logo no início e fez uma combinação de batidas e rasgadas de frontside que valeram nota 7,50. As séries estavam demorando a entrar e Filipe Toledo só surfou as duas que são computadas, recebendo notas 6,40 e 5,83. Samuca pegou mais quatro e somou 5,73, para vencer por 13,23 a 12,23 pontos do Filipe. Mick Fanning foi em sete ondas, mas errou as manobras, algumas fecharam e só conseguiu 6,73 nas duas melhores.

“Eu estava falando com o meu irmão (Miguel Pupo) antes e a estratégia era ter um início forte, para ganhar confiança na bateria”, disse Samuel Pupo. “Foi isso que fiz e acabei ganhando a bateria. Rolou uma batalha para ter a primeira prioridade (de escolher a onda), mas eu estava na posição certa e estou muito feliz pela vitória”. Samuca também comentou sobre o novo logotipo da Rip Curl na prancha: “É muito lindo, já tá todo mundo da equipe como adesivo novo, uma nova cara para a Rip Curl e espero que todos gostem”.

Apesar da atração especial ser a participação de Mick Fanning, voltando a competir no palco onde encerrou sua brilhante carreira de três títulos mundiais e quatro vitórias no Rip Curl Pro Bells Beach, o destaque do dia foi Kanoa Igarashi. Ele estreou no confronto seguinte com um fato inédito, sendo o primeiro surfista do Japão a usar a lycra amarela de número 1 da World Surf League. E Kanoa honrou a posição, fazendo os recordes do dia, somando notas 9,07 e 7,17 no placar de 16,24 pontos. O peruano Lucca Mesinas avançou direto para a terceira fase junto com ele, superando o australiano Tully Wylie por 11,17 a 9,36 pontos.

“Essa nota 9,07 foi muito boa para mim e estava sentindo falta de Bells, então é muito bom estar de volta a um lugar que eu tanto amo”, disse Kanoa Igarashi. “Eu sofri para surfar bem essa onda nos meus primeiros anos, mas me apaixonei pelo lugar enquanto tentava dominá-la e hoje foi um dia clássico. Vestir a lycra amarela é muito bom, é uma honra usá-la e me sinto orgulhoso por isso. Eu vi todos os meus ídolos competindo com ela, então é a confirmação de que estou fazendo a coisa certa. Mas, é apenas o início do ano e tem muito trabalho a fazer, mas certamente quero ganhar o título mundial esse ano”.

Italo Ferreira conquistando a primeira vitória brasileira em Bells Beach (Crédito: @WSL / Ed Sloane)

Italo Ferreira conquistando a primeira vitória brasileira em Bells Beach (Crédito: @WSL / Ed Sloane)

Depois do show do japonês Kanoa Igarashi, só aconteceram mais duas baterias com os cabeças de chave campeões do Rip Curl Pro Bells Beach sendo derrotados. Mas, ambos se classificaram direto para a terceira fase, em segundo lugar nas baterias. O sul-africano Jordy Smith passou junto com o português Frederico Morais e o defensor do título desta etapa, John John Florence, perdeu por pouco para o australiano Jackson Baker, 13,77 a 13,37 pontos. O havaiano foi o último a badalar o sino do troféu da vitória em Bells em 2019, derrotando o hoje vice-campeão mundial Filipe Toledo na final.

A bateria que ficou para abrir a terça-feira na Austrália, é a segunda das três com participação dupla do Brasil na rodada inicial do Rip Curl Pro Bells Beach. Na primeira do dia, Caio Ibelli e João Chianca enfrentam ao norte-americano Conner Coffin. Na segunda, entra Jadson André com o australiano Jack Robinson e outro americano, Kolohe Andino. E na seguinte, tem Miguel Pupo e Deivid Silva contra mais um surfista dos Estados Unidos, Jake Marshall.

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