Habituado a desafiar a natureza de forma radical, o big rider paulista Rodrigo Koxa se superou. No último dia 8, num swell histórico em Nazaré, Portugal, a “meca” das ondas gigantes, o experiente surfista de 38 anos dropou uma ‘montanha de água’, estimada em incríveis 85 a 90 pés de altura (cerca de 25 a 27 metros). Alguns especialistas do segmento já chegaram a falar em redes sociais em impressionantes 100 pés.
O feito foi reconhecido pelo ícone e um dos maiores conhecedores das ondas de Nazaré, Garrett McNamara, e também aparece como grande favorito ao prêmio máximo da modalidade, o WSL Big Wave Awards, conhecido como XXL, o ‘oscar” do big waves, dando ainda mais credibilidade. De quebra, Koxa ameaça o recorde mundial de McNamara, hoje de 78 pés, justamente o seu ídolo e inspiração para enfrentar desafios como este.
Se o tamanho for oficializado, Koxa entrará para o Guiness Book, o livro dos recordes, por sua corajosa façanha. “Esperei a vida toda por uma onda assim. Sempre foi meu sonho surfar essa onda e parecia até que eu sentia que ela estava por vir nessa viagem”, vibrou.
“Na noite anterior, eu estava aparentemente calmo, mas minha mente estava muito inquieta, falando para mim mesmo o tempo todo: a onda vai vir! E quando vier, você vai botar para baixo, porque fez isso a vida inteira… e quando vier, você vai surfa-la. Esta fala ficava como um mantra em minha mente”, revelou.
Mais do que dropar a onda gigantesca, Rodrigo Koxa desceu reto, o que valoriza ainda mais a iniciativa. “No momento em que eu e o Serginho, meu parceiro português, vimos a onda, já sabíamos que ela era realmente gigante. Nesta hora ele gritou: é a bomba. Quer ir? E eu respondi: go, go, go! Quando soltei a corda, percebi que era uma montanha e minha adrenalina que já estava muito alta, subiu ainda mais e, rapidamente, percebi que se tratava de muita velocidade e não poderia cair”, lembrou.
“Mas a parte animal foi perceber a linha de surf que eu precisava fazer e acreditar que eu poderia mesmo descer a onda reto, buscando aproveitá-la ao máximo, ao invés de sair para o lado, o que geralmente acontece. Também foi assustador, porque a prancha ganhou velocidade e quase caí, mas acreditei na linha de descer reto. Meu sentimento foi de uma flecha dropando a onda toda. Depois foi só comemorar e agradecer”, vibrou o sempre sorridente Koxa.
Ao terminar a onda, o sentimento de êxtase se misturou com gratidão, inclusive por sua equipe envolvida no projeto, sobretudo Sergio Cosme, como piloto, o também português Antonio Silva, seu segundo resgate (back up), que o convidou a primeira vez para Nazaré, o norte-americano David Langer, Joana Andrade e Carlos Eduardo. Ele também mencionou sua esposa e companheira diária de projetos e sonhos, Aline Cacozzi. “Yeahhhh. Senti muita euforia e principalmente muita, mas muita gratidão”, falou.
“Assim que subi no jet ski comecei a gritar, agradecendo muito aquele lugar, demais à Nossa Senhora de Nazaré e todos os anjos e protetores que nos rodeiam. Eu era só amor, alegria e gratidão. Senti que finalmente havia me superado, depois do dramático capítulo que vivi em 2014”, revelou, lembrando o momento que chegou a correr risco de vida na mesma Nazaré.
Koxa em Nazaré, Portugal / Foto Raphael Alvim
Fonte FMANotícias