Quatro brasileiros estreiam com vitórias em Margaret River Pro

Gabriel Medina atendendo aos fãs após estrear com vitória em Margaret River (Crédito da Foto: @WSL / Aaron Hughes)Gabriel Medina atendendo aos fãs após estrear com vitória em Margaret River (Crédito da Foto: @WSL / Aaron Hughes)

A segunda-feira amanheceu com boas ondas de 4-6 pés em Main Break, para dar a largada na competição masculina do Western Australia Margaret River Pro. Quatro brasileiros estrearam com vitórias e avançaram direto para a terceira fase. A primeira foi a do defensor do título desta quinta etapa do World Surf League (WSL) Championship Tour (CT), Gabriel Medina, que ganhou a primeira nota excelente do dia – 8,50. Depois, Italo Ferreira fez o maior somatório – 17,00 pontos – e Caio Ibelli e Samuel Pupo também venceram suas primeiras baterias na luta para escapar do corte na elite.

Foram realizadas as 12 baterias da primeira fase masculina, as duas da repescagem feminina e a primeira das quatro da repescagem masculina. A competição foi interrompida porque as condições do mar ficaram mais difíceis e a direção técnica decidiu deixar os três últimos confrontos para abrir o próximo dia. A expectativa é de que continue na terça-feira, com a primeira chamada marcada para as 7h15 na costa ocidental da Austrália, 20h15 da segunda-feira no fuso horário de Brasília. O Western Australia Margaret River Pro está passando ao vivo no Sportv e no WorldSurfLeague.com.

A seleção brasileira da WSL estreou em dose dupla no segundo confronto do dia em Main Break. Em 32º lugar no ranking, Deivid Silva encarou os dois últimos vencedores desta etapa. O tricampeão mundial Gabriel Medina é o atual campeão e já começou forte, achando uma direita boa para fazer uma série de batidas e rasgadas que valeram nota 8,50. Foi logo na primeira onda e na segunda conseguiu 6,50, que já garantiu a vitória por 15,00 pontos. O australiano Jack Robinson, campeão em casa em Margaret River em 2022, somou 7,83 com 6,83 e superou Deivid Silva por 14,66 a 12,83 pontos. DVD terá uma segunda chance de classificação na repescagem.

“É bom estar de volta a WA (Western Australia) e comecei a gostar muito dessa onda depois da vitória no ano passado”, disse Gabriel Medina. “Demorei um longo tempo para conseguir surfar bem, estava um pouco difícil. Tem muitas ondas diferentes e espero que as condições melhorem um pouco na próxima fase, com mais oportunidades para surfar”.

Gabriel Medina é um dos três brasileiros que estão entre os 22 primeiros colocados no ranking, que serão mantidos na elite para o restante da temporada. Para confirmarem suas permanências sem depender dos resultados de outros concorrentes, tanto ele como o Italo Ferreira e o Yago Dora, precisam chegar nas quartas de final. O campeão olímpico também passou direto para a terceira fase, igualando o maior somatório do dia – 17,00 pontos – do australiano Ethan Ewing. Italo somou duas notas 8,50 com a mesma combinação de dois ataques potentes de backside nas direitas de Main Break.

“Foi uma bateria superdivertida”, disse Italo Ferreira, que depois de garantir a vitória, arriscou vários aéreos, até um Superman, mas não conseguiu aterrissar dos voos. “Eu estava assistindo a bateria antes da minha e foi meio devagar de ondas. Então foi ótimo pegar muitas ondas na minha e conseguir boas pontuações. Eu estava me sentindo bem lá fora e estou muito feliz com meu desempenho”.

O campeão mundial de 2019 e primeiro medalha de ouro na história do surfe nas Olimpíadas, derrotou o medalha de prata, Kanoa Igarashi, em sua estreia no West Australia Margaret River Pro. O japonês também avançou direto para a terceira fase em segundo lugar, mandando o australiano Callum Robson para a repescagem. É o caminho que Yago Dora também terá de seguir, pois terminou em último na bateria contra o português Frederico Morais e o norte-americano Crosby Colapinto.

ABAIXO DOS TOP-22 – Quatro brasileiros estão abaixo da linha de corte e precisam de bons resultados para entrar no grupo dos 22 que serão mantidos. Os irmãos Samuel e Miguel Pupo, assim como Caio Ibelli, já precisam chegar nas quartas de final, pois o último colocado entre os top-22, o havaiano Ian Gentil, passou para a terceira fase e aumentou a sua pontuação. Caio achou boas ondas para mostrar a força do seu frontside e conseguir uma nota 8,00, que confirmou a vitória sobre o australiano Ryan Callinan e o norte-americano Cole Houshmand, campeão da etapa passada em Bells Beach.

Samuel Pupo também venceu sua primeira bateria, contra o japonês Connor O´Leary e o indonésio Rio Waida. O seu irmão, Miguel Pupo, igualmente surfou muito bem no confronto que fechou a primeira fase. Com notas 8,07 e 7,30 das suas melhores ondas, fez até mais pontos do que o Gabriel Medina, o Caio Ibelli e o Samuca. Só que os seus adversários foram melhores ainda, computando duas notas excelentes – acima de 8,00 – para ficarem com as últimas vagas diretas para a terceira fase. O italiano Leonardo Fioravanti venceu por 16,57 pontos, Liam O´Brien passou em segundo com 16,36 e Miguel Pupo caiu para a repescagem com 15,37 pontos.

BRASIL NA REPESCAGEM – A repescagem masculina chegou a ser iniciada na segunda-feira, no entanto as condições do mar se deterioraram rapidamente e só rolou a primeira bateria. Nela, o bicampeão mundial John John Florence e o australiano Callum Robson aproveitaram a segunda chance de classificação para a terceira fase. A do Miguel Pupo com o havaiano Barron Mamiya e o australiano Reef Heazlewood, ficou para abrir o próximo dia.

No confronto seguinte, entra Yago Dora com o californiano Cole Houshmand e o onze vezes campeão mundial, Kelly Slater. Já o Deivid Silva vai disputar as duas últimas vagas para a terceira fase com o indonésio Rio Waida e o Matthew Mc Gillivray. Se Miguel Pupo e o DVD ficarem em último nas baterias, já serão cortados da elite que seguirá competindo no CT até o final da temporada.

Luana Silva terá que voltar ao Challenger Series para buscar vaga no CT 2025 (Crédito da Foto: @WSL / Aaron Hughes)

Luana Silva terá que voltar ao Challenger Series para buscar vaga no CT 2025 (Crédito da Foto: @WSL / Aaron Hughes)

BRASILEIRA FORA DO CT – Na segunda-feira, a seleção brasileira já sofreu uma baixa. Luana Silva tinha retornado à divisão principal do Circuito Mundial esse ano, mas não escapou do corte na elite. Ela só conseguiu surfar uma onda boa na repescagem, que valeu nota 7,00. Luana acabou computando um 4,83 e seus 11,83 pontos foram superados pelos 13,67 da australiana India Robinson e os 13,27 da costa-ricense Brisa Hennessy. As duas ficaram com as últimas vagas para as oitavas de final.

Luana Silva já havia caído do nono para o décimo lugar no ranking, quando foi para a repescagem. Agora, certamente sairá do grupo das top-10 que serão mantidas na elite feminina, para o restante da temporada. Isto porque a brasileira será ultrapassada por quem vencer o segundo duelo das oitavas de final do Western Australia Margaret River Pro, entre a havaiana Gabriela Bryan e a australiana Isabella Nichols. Gabriela ultrapassa os 14.710 pontos da Luana Silva no ranking com a vitória e Isabella supera a brasileira no segundo critério do desempate, da média de pontos nas baterias.

Compartilhe.