Principais estrelas entram na disputa dos títulos na Argentina

Leandro Usuna aumentando seu recorde de baterias disputadas em Mar del Plata (Crédito: Mariano Antúnez / Rip Curl Pro)Leandro Usuna aumentando seu recorde de baterias disputadas em Mar del Plata (Crédito: Mariano Antúnez / Rip Curl Pro)

Argentina – PLAYA GRANDE, Mar del Plata – As principais estrelas do Rip Curl Pro Playa Grande confirmaram as expectativas e passaram pelas suas primeiras baterias na etapa argentina do World Surf League (WSL) Qualifying Series em Mar del Plata. Na quinta-feira (14/04) de boas ondas na Playa Grande, foi definido quem vai disputar classificação para as quartas de final do evento que abre a temporada 2022/2023 da WSL Latin America.

As mulheres estrearam na quinta-feira e as vencedoras das três etapas femininas, das oito edições do Rip Curl Pro Playa Grande, ganharam suas baterias. A equatoriana Dominic Barona foi bicampeã nas duas primeiras, em 2017 e 2018, e detém todos os recordes do evento. Foi ela quem mais vestiu a lycra de competição em Mar del Plata e mais saiu do mar em primeiro lugar, chegando a 13 vitórias em 15 baterias disputadas, incluindo a da quinta-feira. Ela também é recordista de nota – 9,50 – e pontos – 16,75 – nos 3 anos de história.

“Estou muito feliz em estar aqui novamente e sempre me sinto em casa em Mar del Plata”, disse Mimi Barona. “Estava muito frio de manhã, mas tem boas ondas pra poder surfar e estou contente por me classificar. Temos bastante campeonatos esse ano, na segunda-feira já viajo pro Brasil, depois tem Galápagos no meu país, Chile, então estou feliz em poder desfrutar desta oportunidade. Parabéns por esse evento, que me encanta e vamos com tudo”.

Dominic Barona estreou na sexta bateria do dia e a jovem brasileira Kiany Hyakutake se classificou em segundo lugar, eliminando as argentinas Malena Pessagno e Josefina Ané, que foi finalista no bicampeonato da equatoriana no Rip Curl Pro Playa Grande de 2018.

Ornella foi semifinalista em Mar del Plata nos dois últimos anos, em 2018 e em 2019, enquanto Daniella Rosas só participou da última edição e já foi campeã sem perder nenhuma bateria na Playa Grande. E a peruana começou bem a defender seu título, fazendo os recordes femininos do Rip Curl Pro Playa Grande 2022, nota 7,50 e 14,00 pontos. Daniella Rosas está vindo de vitória no Brasil, no LayBack Pro encerrado no domingo (10/04) e que fechou a temporada 2021/2022 na Praia Mole de Florianópolis.

“Eu estou vindo do Brasil, onde consegui ganhar o evento lá no domingo, então estou superpreparada para competir aqui”, disse Daniella Rosas. “Estou bem confiante e feliz por esta aqui, as ondas estão boas e espero que continuem assim. Eu só vim a Mar del Plata uma vez e pude vencer o evento. Foi incrível, por ter sido minha primeira vitória no QS e me sinto em casa aqui, pois todos falam espanhol, tem boas ondas e espero seguir avançando”.

Depois das oito baterias que iniciaram a categoria feminina, os cabeças de chave do Rip Curl Pro Playa Grande começaram a estrear em Mar del Plata. Eles entraram direto na terceira fase e o argentino Santiago Muniz já fez as marcas a serem batidas no primeiro confronto masculino do dia. Ele é o único surfista da Argentina classificado pelo ranking regional da WSL Latin America para o Challenger Series 2022, circuito que começa em maio na Austrália e vale dez vagas para a elite do World Surf League Championship Tour do ano que vem.

Santiago ganhou nota 7,15 na melhor onda que surfou e venceu sua primeira bateria por 14,15 pontos. Ele é irmão mais jovem do ex-top do CT, Alejo Muniz, nasceram em Mar del Plata, mas moram em Santa Catarina desde crianças. Alejo sempre competiu como brasileiro desde o início da sua carreira e Santiago escolheu defender a Argentina no Circuito Mundial. Alejo também passou sua bateria, mas em segundo lugar na disputa vencida por outro catarinense, Lucas Vicente, vice-campeão no QS de Mar del Plata em 2019.

“Eu só cheguei ontem (quarta-feira) aqui, porque são dois eventos com datas muito próximas e agradeço a Deus, que me mandou boas ondas na bateria”, disse Santiago Muniz. “Estou contente em volta a Mar del Plata, rever os amigos e, dessa vez, junto com meu irmão (Alejo), que há 10 anos não vinha pra cá. Foi uma boa bateria, eu pude me divertir dentro d´água e somos todos amigos. Competimos juntos há muitos anos, então estou feliz por ter dado o primeiro passo”.

A nota 7,15 de Santiago Muniz foi superada quatro vezes, mas seus 14,15 pontos só foram igualados por Rodrigo Saldanha. O brasileiro conseguiu nota 8,00 numa direita iniciada por um aéreo, seguido por batidas e rasgadas na onda que abriu até a beira do mar. Antes, na terceira bateria, o argentino Leandro Usuna e o peruano Alonso Correia, tinham recebido notas 7,90 e 7,50, respectivamente. E na sexta, Gabriel André tirou um 7,35.

“É a minha primeira vez em Mar del Plata e gostei porque tem boas ondas, mas está muito frio e não estou acostumado com isso”, disse Rodrigo Saldanha, de apenas 17 anos de idade, que mora na Praia de Maresias, em São Sebastião (SP). “A água é bem fria, então tem que ficar remando bastante pra esquentar um pouco. Eu tenho participado de muitos eventos esse ano e estou muito focado, porque quero muito me classificar para o Challenger Series”.

A segunda maior nota do dia ficou sendo a 7,90 do surfista que mais competiu no Rip Curl Pro Playa Grande. O argentino Leandro Usuna disputou sua 22.a bateria em Mar del Plata na quinta-feira e outro feito histórico dele, é o de ser o único não brasileiro a conquistar o título de campeão sul-americano da WSL Latin America, em 2016. Lele Usuna só não conseguiu quebrar a hegemonia verde-amarela de vitórias nos 7 anos desta etapa do QS em sua casa. Chegou perto disso no mesmo ano de 2016, mas perdeu a final para Flavio Nakagima.

“Fazia tempo já que não tinha um evento internacional na Argentina, então é muito bom estar em casa, com a família e os amigos de toda a América do Sul”, disse Leandro Usuna. “Estou feliz por ter boas ondas e entrei na água para fazer o meu papel. Acredito que cumpri com meu objetivo. O Alonso (Correa) e os outros competidores são muito bons e sabia que não ia ser fácil. A primeira bateria sempre tem um pouco de pressão, então estou contente por ter achado boas ondas e feliz por ter passado junto com o Alonso, que é um grande amigo”.

Os recordistas de nota da quinta-feira, Leandro Usuna e Rodrigo Saldanha, vão se encontrar na segunda disputa por vagas nas quartas de final do Rip Curl Pro Playa Grande. Outro brasileiro, Leo Casal, e o único chileno classificado, Noel De La Torre, serão seus adversários e somente os dois melhores avançam. Santiago Muniz está na primeira bateria com o peruano Alonso Correa, o brasileiro Ryan Kainalo e o uruguaio Sebastian Olarte.

Na chave de baixo, que vai apontar o segundo finalista, as duas baterias ficaram formadas com um argentino enfrentando três brasileiros, na briga por duas vagas para as quartas de final em cada. Na terceira, é José Gundesen contra Alejo Muniz, Krystian Kymerson e Heitor Mueller. E na última, tem Tomas Lopez Moreno com Lucas Vicente, Marcos Correa e Gabriel André.

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