Metade da seleção brasileira da WSL se classificou na última quarta-feira (10/08), com o líder do ranking, Gabriel Medina, o vice-líder, Italo Ferreira, e Yago Dora, Jadson André, Deivid Silva e Mateus Herdy, seguindo na disputa do título desta sétima etapa do WSL Championship Tour. Tatiana Weston-Webb e Silvana Lima já tinham se garantido na terça-feira e conheceram suas adversárias após a repescagem que abriu o segundo dia.
A quarta-feira começou pelos últimos colocados nas baterias da primeira fase, com um número recorde este ano de seis brasileiros disputando a repescagem do Corona Open Mexico apresentado pela Quiksilver. Cinco aproveitaram a segunda chance de classificação e a única eliminação aconteceu no confronto 100% brasileiro vencido por Jadson André, com o capitão da seleção brasileira, Adriano de Souza, passando em segundo lugar e Alex Ribeiro terminando em último no evento. Antes, Yago Dora, Deivid Silva e Peterson Crisanto já tinham se classificado nas duas primeiras baterias do dia.
Para aproveitar a boa condição do mar e adiantar a competição, a comissão técnica da World Surf League decidiu utilizar o sistema “overlapping heats” na terceira fase, com duas baterias sendo disputadas simultaneamente, cada uma com 45 minutos de duração. O número 1 do ranking, Gabriel Medina, entrou na primeira e começou bem, manobrando forte com batidas retas de backside e finalizando com um aéreo para largar na frente com nota 7,00.
O taitiano Michel Bourez demorou mais de 20 minutos para surfar a primeira onda, mas já iniciou com um tubo, seguido por fortes manobras de borda para ganhar nota 8,00. Os dois surfaram de novo e a onda do Gabriel valeu 6,00, só que Michel conseguiu 5,10 e ficou na frente nos minutos finais. Medina ainda pegou uma onda pequena, mas ela abriu para fazer algumas manobras e voar num “gorkin-flipp”, aéreo criado por Aaron Cormican, e seguiu atacando a onda com várias batidas e rasgadas até o inside. Ele precisava de 6,11 para vencer e os juízes deram 7,50, virando o placar para 14,50 a 13,70 pontos.
“Foi uma bateria muito difícil, mas acreditei até o final”, disse Gabriel Medina, após garantir a primeira vaga nas oitavas de final. “As ondas estão boas, mas as séries demoram muito para entrar e no final fiquei rezando para ter mais uma oportunidade. Eu sabia que precisava mandar um manobrão e nem lembro direito o que fiz (risos). Eu não fico treinando muito essa manobra (gorkin-flipp). Já acertei antes, mas fazia tempo que não arriscava, então obrigado Deus por essa (risos) e estou pronto para a próxima”.
E na próxima, Medina terá que surfar mais, porque vai enfrentar o melhor surfista nas direitas de Barra de La Cruz, Ethan Ewing. O jovem australiano já havia conseguido a maior nota na terça-feira (8,83) e voltou a mostrar toda a potência e versatilidade do seu surfe, para atingir 18,07 pontos, somando notas 9,20 e 8,87. Os novos recordes do Corona Open Mexico foram registrados no segundo duelo da terceira fase, contra o sul-africano Matthew McGillivray.
No terceiro, o norte-americano Kolohe Andino despachou o medalha de prata nas Olimpíadas de Tóquio, Kanoa Igarashi, que estava em sexto lugar no ranking do CT, na briga direta por uma vaga no grupo dos top-5 que vai disputar o título mundial no Rip Curl WSL Finals, em setembro em Trestles, na Califórnia. Seu adversário na segunda oitava de final será Deivid Silva, que venceu o duelo verde-amarelo com o capitão da seleção brasileira da WSL.
Adriano de Souza só competiu com brasileiros na quarta-feira. Ele já tinha passado na repescagem contra Jadson André e Alex Ribeiro e pela primeira vez enfrentava o também guarujaense Deivid Silva em etapas do CT. Mineirinho liderou desde o início, mas Deivid reagiu no final, achando boas ondas para mandar batidas verticais de backside e ganhar notas 7,33 e 6,40. Com elas, virou o resultado para 13,73 a 12,63 pontos.
“Estou muito feliz por ter passado, mas fico triste por ter sido contra o Mineiro, que é o nosso capitão da seleção brasileira”, lamentou Deivid Silva. “Mas, eu precisava de um bom resultado para tentar manter meu lugar no CT. O capitão pegou duas ondas boas no início e na minha cabeça só pensei em concentrar para surfar uma onda boa e depois outra. Aí consegui aquele 7.33 que surfei bem e a outra peguei quando faltavam só 10 segundos pra terminar a bateria”.