Domingo decisivo em Ubatuba

Camila Cássia / Foto Daniel SmorigoCamila Cássia / Foto Daniel Smorigo

O domingo (20) será de decisão no Circuito Brasileiro de Surf Feminino, que está sendo disputado na Praia de Itamambuca, em Ubatuba/SP. Num encontro de gerações, a atual campeã e competindo “em casa”, Camila Cássia, e a cearense radicada no RJ, Yanca Costa, surfam pelo título da Associação Brasileira de Surf Profissional (Abrasp). O terceiro e último dia de disputas começa às 8h30 e terá transmissão ao vivo pela internet pelo site da FPSurf.

No sábado (19), as duas atletas competiram nas quartas-de-final e avançaram para a semi mantendo aberta a disputa pelo título 2019. Yanca, 19 anos, tem de chegar à final e ficar da terceira posição para cima, desde que a rival fique, no máximo, em quarto. Já Camila, dez anos a mais, garante o título com a terceira colocação. As duas atletas não pensam em contas e são semelhantes em seus pensamentos.

“Nem sei que lugar tenho de ficar para ser bicampeã. Só quero fazer o meu trabalho, passar cada bateria. Meu objetivo é ganhar a etapa”, afirmou Camila, que garantiu a maior média do evento até agora, com 16,57 pontos de 20 possíveis, nas duas melhores ondas. “Gosto muito de surfar aqui, na esquerdinha para o canal e meu back side está bem encaixado”, ressaltou.

Yanca, que venceu a etapa inicial do Circuito em Ubatuba, tem um discurso parecido e descarta a pressão. “Estou pensando só em bateria por bateria nessa etapa. Quero surfar. Se der para ganhar o título, será muito bom. Com pressão não funciono muito bem. Estava bem instigada no começo do ano, mas agora deu uma calma. Nem vi o ranking, não faz muito bem para mim”, destacou.

O sábado foi repleto de grandes disputas, com a participação de atletas de sete estados e também da Argentina, Peru e até do Havaí. As competidoras vindas de outros países comemoram a presença e enaltecem o alto nível técnico, o ambiente favorável e a organização como fatores que as levaram a participar.

Entre elas, está a argentina Josefina Ane, vitoriosa já em duas etapas do QS e que está no Brasil para treinar. “Venho sempre treinar e competir, porque são muito boas. Já tinha ouvido falar desse campeonato e gostei muito. Quero voltar no ano que vem”, falou a surfista de 21 anos, que é Mar Del Plata.

Já Marina Fonseca, 13 anos, veio do Havaí para competir em Ubatuba, depois de acompanhar o campeonato pela internet. Ela é filha do ex-juiz do Circuito Mundial, Rômulo Fonseca, o Rominho, que mora no arquipélago há 30 anos. “Eu sempre quis vir. Adorei. Tem uma vibe muito boa, é muito legal”, falou a surfista, que compete no Circuito Havaiano e mora em Oahu.

O pai também gostou muito do evento. “Era um sonho dela competir aqui. A gente sempre acompanha e é muito legal. O surf feminino estava por baixo no Brasil, o Wiggolly deu essa força, e agora está cada vez mais forte. Acho que tem tudo a ver, só meninas, essa praia linda”, diz Rominho, que foi juiz da ASP (hoje WSL) de 1989 a 98. “Depois fui técnico do Victor Ribas, Guilherme Herdy, Renan Rocha. Hoje consigo passar para ela a minha experiência”, contou.

Apesar dos dez anos, a peruana Catalina Zariquiey é a mais experiente entre as estrangeiras no evento, competindo pela terceira vez seguida e tentando a terceira vitória seguida na sub10. Na etapa anterior, a atleta teve uma nota 9,40, a maior entre todas as competidoras.

Entre as disputas de sábado, destaque para o longboard feminino, com atletas experientes no mar, como Thiara Mandelli e Mayna Thompson, que também viram suas filhas Luara Mandellli e Lanay Thompson competindo na nova geração. As duas mães garantiram vagas na final junto com Aylar Cinti, que também já venceu em Ubatuba, e Daniele Guimarães. Já na sub16, a catarinense Kiany Hyakutake foi a melhor na semi e está na final junto com a baiana Sol Carrion, a carioca Mariana Areno e o talento local Nairê Marquez, um dos grandes destaques na etapa anterior.

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