O Corona Open Mexico apresentado pela Quiksilver foi encerrado com chave-de-ouro, com os classificados para o último dia dando um show nas melhores ondas da semana em Barra de La Cruz. O paulista Deivid Silva perdeu o título por 2 centésimos de diferença no placar de 15,16 a 15,14 pontos, para o australiano Jack Robinson.
Agora, todas as atenções ficam para a decisão dos títulos mundiais na estreia do Rip Curl WSL Finals, no melhor dia de ondas no período de 9 a 17 de setembro nas ondas de Trestles, na Califórnia (EUA). Os cinco primeiros do ranking masculino e as cinco melhores do feminino, irão se enfrentar num sistema mata-mata. Quatro surfistas da seleção brasileira se classificaram, com Gabriel Medina, Italo Ferreira e Filipe Toledo encabeçando o ranking masculino e Tatiana Weston-Webb ficando em segundo lugar no feminino.
“Quero agradecer a Deus pela oportunidade de estar nessa final. Eu queria ter vencido, mas estou muito amarradão por ter feito um bom evento”, disse Deivid Silva. “Estou feliz por ter vencido grandes surfistas, como o Adriano (de Souza) que está se aposentando, o Gabriel (Medina) e fico muito amarradão em estar representando o Brasil muito bem também. O Jack (Robinson) quebrou a bateria. Foi uma bateria muito boa, bem disputada, mas o ano que vem estarei de novo no tour e vamos nessa. Acho que o sonho de vencer uma etapa não acabou ainda e vamos com tudo pro ano que vem”.
O Brasil foi representado por dois surfistas que já comemoravam seus melhores resultados em etapas do CT. Deivid Silva despachou o italiano Leonardo Fioravanti no primeiro confronto do dia, mas o jovem catarinense Mateus Herdy, campeão mundial Pro Junior de 2018 que participou desta etapa como convidado, foi batido pelo australiano Jack Robinson. Os derrotados nas semifinais dividiram o terceiro lugar no evento.
A decisão do título começou com Jack Robinson já pegando um belo tubo e variando batidas e rasgadas, até finalizar com um aéreo 180 para largar na frente com nota 6,83. Deivid Silva demora um pouco pra surfar, mas escolhe uma boa para mandar duas batidas retas de cabeça pra baixo no crítico da onda, seguindo seu ataque de backside com manobras executadas com bastante pressão abrindo grandes leques de água. Os juízes dão nota 7,27.
Depois de uma calmaria, Jack Robinson pega uma onda menor, mas que rende um tubo mais longo, sai limpo e emenda um cubtback e várias batidas. Deivid Silva responde numa maior, começando com duas manobras gigantes e vai marretando a onda de forma impressionante até o fim. O australiano recebe 5,17 na onda dele e a do brasileiro vale 6,93 para assumir a ponta, deixando o australiano precisando de 7,37 há 15 minutos do fim.
Faltando 9 minutos, Robinson pega uma onda e muda a abordagem, mandando um aéreo na saída do tubo no início, prosseguindo com sua variação de manobras progressivas até o fim. Deivid repete a dose com suas pauladas verticais no pocket de outra onda e fazendo fortes batidas e rasgadas. O brasileiro ganha 7,87, mas o australiano recebe 8,33 e vira o placar para 15,16 a 15,14 pontos. Isso foi há 5 minutos do fim e não entrou mais ondas, com Jack Robinson festejando sua primeira vitória na igualmente primeira final de Deivid Silva em etapas do CT.
“Nem sei por onde começar, mas é uma sensação parecida quando eu me qualifiquei para o CT”, disse Jack Robinson, que é casado com uma brasileira e passou a ser treinado pelo pai de Yago Dora, Leandro Dora, esse ano. “Ainda estou processando tudo. Eu estava muito motivado e com esse objetivo em mente. Estou com uma equipe excelente, os Doras, minha esposa Júlia, minha família e meus patrocinadores. Certamente, eu não ia conseguir sem vocês”.
O australiano seguiu comentando sobre o melhor resultado do seu primeiro ano na elite do CT: “Eu tentei criar uma energia antes de chegar aqui. Todo mundo surfa muito bem, então é incrível conseguir superar todos eles. Senti que podia vencer as baterias e acho que isso foi o resultado dessa mentalidade positiva. Foi um ano muito louco, com altos e baixos, então é impressionante chegar aonde estou agora. Sou muito grato por esse evento, a WSL, os patrocinadores e pela segurança de fazer um evento desses aqui nessa época”. E encerrou o discurso da vitória no pódio com um: “Viva México”.