O Brasil saiu da briga pelos títulos do primeiro World Surf League (WSL) Challenger Series de 2022 na Austrália. Tatiana Weston-Webb foi barrada na primeira bateria da terça-feira em Snapper Rocks. Depois, Jadson André, Alex Ribeiro, Michael Rodrigues e Lucas Silveira, também foram eliminados na disputa pelas vagas para as oitavas de final do Boost Mobile Gold Coast Pro apresentado pela Rip Curl. Com a previsão de ventos desfavoráveis para os próximos dias, o evento deve terminar nesta quarta-feira na Austrália, noite de terça-feira no Brasil, ao vivo pelo WorldSurfLeague.com.
A terça-feira terminou com as oitavas de final femininas utilizando o sistema “overlapping heats”, com duas baterias sendo disputadas simultaneamente. As condições do mar melhoraram no fim do dia e duas jovens surfistas que saíram do World Surf League Championship Tour com o novo corte na elite no meio da temporada, se destacaram com as maiores notas. Molly Picklum ganhou 9,50 na vitória sobre Coco Ho e Bettylou Sakura Johnson conseguiu 9,30 no último duelo do dia, contra Yolanda Hopkins.
Nas quartas de final, Molly Picklum vai enfrentar a bicampeã mundial Tyler Wright na terceira bateria e a havaiana Bettylou Sakura Johnson entra na última com outra australiana, Bronte Macaulay. Na chave de cima, que vai apontar a primeira finalista do Boost Mobile Gold Coast Pro apresentado pela Rip Curl, a havaiana Gabriela Bryan disputa a primeira bateria com Sally Fitzgibbons e a segunda será entre a também australiana Nikki Van Dijk e a norte-americana Caitlin Simmers.
Na terça-feira, a World Surf League anunciou quais surfistas participarão do Championship Tour como convidados. A australiana Sally Fitzgibbons, que foi cortada da elite em Margaret River, foi uma das escolhidas para a primeira metade da temporada 2023. Ela e o brasileiro Yago Dora, que se contundiu no ano passado e ainda não voltou a competir. Já o tricampeão mundial Gabriel Medina e a norte-americana Caroline Marks, ganharam wildcards para participar do restante desta temporada de 2022 e da primeira metade da de 2023.
Essa foi a única notícia boa para o Brasil na terça-feira, porque dentro d´água, todos foram eliminados na batalha pelas vagas para as oitavas de final. Alguns, por décimos de diferença em ondas surfadas nos segundos finais. O dia já começou com a vice-campeã mundial, Tatiana Weston-Webb, perdendo na primeira bateria com a última onda surfada pela havaiana Coco Ho. Com a nota 6,40 recebida, superou a brasileira por 14,00 a 13,17 no confronto vencido pela bicampeã mundial Tyler Wright, por 14,33 pontos.
Após as quatro baterias restantes da segunda fase feminina, começou a terceira rodada do masculino também valendo classificação para as oitavas de final. As ondas não estavam tão perfeitas como nos outros dias, mas ainda entravam umas boas com tubos e abrindo longas paredes para fazer várias manobras usando a borda da prancha. O potiguar Jadson André, que encabeçou as listas de recordes no primeiro dia, não conseguiu pegar boas ondas e foi barrado pelo português Vasco Ribeiro e pelo havaiano Ian Gentil na primeira bateria.
Na quinta, Alex Ribeiro foi eliminado por 2 décimos de diferença em um dos confrontos mais disputados do dia. Ele detonou a onda que surfou nos últimos segundos, com batidas e rasgadas abrindo grandes leques de água, porque precisava de 7,13 para se classificar. No entanto, a nota saiu 6,93 e os dois australianos que ele enfrentou, vibraram com a dupla classificação. Oscar Berry venceu por 11,77 pontos e Callum Robson passou em segundo lugar com 11,30, contra 11,10 do Alex Ribeiro.
Na disputa seguinte, o australiano Jackson Baker já começou surfando um tubaço, some lá dentro, reaparece e segue fazendo uma série de manobras para ganhar nota 9,17, recorde da terça-feira e a terceira maior do Boost Mobile Gold Coast Pro. Michael Rodrigues foi guerreiro, mostrou muita raça tentando tirar o máximo das ondas que surfou e passou a frente de Ramzi Boukhiam nos minutos finais. Porém, mais uma vez, um brasileiro foi eliminado em ondas surfadas nos últimos segundos. O marroquino pegou uma onda que armou a parede para ele usar seu power surf e conseguir nota 6,00, suficiente para superar Michael Rodrigues por 12,17 a 10,93 pontos. Jackson Baker passou em primeiro lugar com 13,17.
O carioca Lucas Silveira era a última esperança de classificação do Brasil, mas a eliminação nos segundos finais se repetiu. O italiano Leonardo Fioravanti conseguiu duas notas na casa dos 7 pontos que lhe garantiram a vitória. O brasileiro estava se classificando em segundo lugar e pegou uma onda no último minuto, que abriu para ele tentar trocar sua nota mais baixa. Mas, o norte-americano Nolan Rapoza vem na última onda, surfando forte de backside em mais uma direita muito longa e vibra no final. A expectativa fica para a análise dos juízes. Lucas trocou o 4,00 por 5,60 e aumentou a vantagem. O americano ficou precisando de 6,36 e recebeu 6,50, tirando o último brasileiro por uma pequena vantagem de 11,67 a 11,53 pontos. O italiano venceu por 14,60, somando 7,60 e 7,00.
Com isso, Lucas Silveira terminou empatado com Jadson André, Michael Rodrigues e Alex Ribeiro, em 17.o lugar no Boost Mobile Gold Coast Pro apresentado pela Rip Curl, marcando 2.000 pontos no primeiro ranking do WSL Challenger Series 2022. Os que avançaram para as oitavas de final, já garantiram um mínimo de 3.500 pontos. Para os brasileiros, agora é se preparar para a próxima batalha pelas vagas para o World Surf League Championship Tour 2023, que será travada no GWM Sydney Surf Pro apresentado pela Rip Curl, que começa no dia 17 em Manly Beach, Sidney, também na Austrália.