Wiggolly Dantas quer ampliar o Brasileiro de Surf

A iniciativa de Wiggolly Dantas em patrocinar o Brasileiro de Surf Feminino Profissional é louvada por todas as atletas da categoria, mas o top do WCT ainda não está satisfeito e já avisa que quer ampliar a sua atuação para revitalizar ainda mais a modalidade. Há três anos, ele teve a ideia de realizar um campeonato exclusivo para mulheres e, com recursos próprios, promoveu na Praia de Itamambuca, em Ubatuba, a iniciativa.

Em sua terceira edição consecutiva e definindo a campeã nacional da temporada, o Wiggolly Dantas apresenta Wizard Brasileiro de Surf Feminino cresceu, ganhou novas categorias, com o longboard profissional e mais disputas de base, incluindo a sub10, atraindo atletas de todo o litoral e até do exterior. Mas o top do WCT quer mais. Não está satisfeito ainda e já anuncia seu objetivo.

“Estou dando parte da minha contribuição. Meu foco é fazer um circuito com três etapas. Elas merecem. Vou fazer de tudo para acontecer no ano que vem”, determina. “É muito gratificante fazer um evento para as meninas. A única, por enquanto. Um sonho que estou realizando, não só para mim, para a minha família, mas para todas as atletas do Brasil”, ressalta.

Guigui, como é conhecido no meio do surf, teve em casa o apoio importante na carreira de duas mulheres, sua mãe Eliane, que atua como sua empresária, e sua irmã, Suelen Naraísa, bicampeã brasileira profissional em 2009 e 2010, sempre muito próxima em sua fase de amador. Mas a ideia de ajudar as meninas não foi um pedido em casa. Surgiu ao observar a situação precária da categoria, que estava sem evento algum, sem incentivo ou patrocínios.

“Estava voltando de São Paulo com o Duduzinho, um amigo meu e falei: Poxa! Não tem campeonato para elas e estou a fim de fazer algo. Ele botou uma pilha e eu via a minha irmã treinando em Itamambuca, várias outras meninas, e coloquei isso na cabeça. Cheguei em Ubatuba e conversei com a minha mãe e ela respondeu: eu assino embaixo. Era só o que eu precisava saber”, lembra. “E tudo começou. No primeiro ano, banquei tudo do meu bolso, no segundo conseguimos patrocinadores e agora está sendo o mais difícil, pela crise no Brasil”, conta.

O surfista brasileiro explica que conta com alguns patrocinadores importantes, que estão ajudando para a realização do campeonato, mas ele ainda continua assumindo muitos custos com a família. “Tivemos vários imprevistos, mas conseguimos começar o evento bem, está todo mundo feliz. É bom. Deixei de ir para Portugal (QS 10000) para estar aqui, ver as meninas competindo e ver o sorriso delas não tem preço que pague”, destaca Guigui.

No evento, toda a família tem sua contribuição, sobretudo a mãe e a prima Natali Paola, que também já foi competidora e agora fica na organização direta. Ela e Eliane são a linha de frente, junto à Abrasp, patrocinadores e todos os detalhes. O irmão e técnico Wellington Carane também colabora e outro parceiro direto é Alberto Jacob, primeiro técnico de Guigui, hoje o diretor de prova. “Estou feliz. Não imaginava que cresceria tanto. Aconteceu do nada e hoje temos um grande evento”, realça o surfista.

Aos 27 anos, Wiggolly está em sua terceira temporada no WCT e ocupa o 21º lugar no ranking, sendo o quarto melhor brasileiro. “Estou bem, surfando bem, com pranchas boas e bem focado mentalmente. É um ano que não consegui tantos resultados, difícil, mas estou bem tranquilo. Meu foco é terminar como top 10, quero fazer outro ótimo resultado na Europa e chegar bem no Havaí”, avalia.

Seu melhor resultado foi o quinto lugar na etapa do Taiti, superado por Kolohe Andino. “Dava para avançar mais. Poderia ter feito semi com o Gabriel. Foi erro de prioridade, mas estou bem focado e confiante para a Europa”, complementa o surfista que em seu evento faz questão de ficar na praia, acompanhando o que está acontecendo e atuando como um ótimo anfitrião.

Por Fábio Maradei

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