Piloto brasileiro é destaque no Mundial de Asa Delta

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Quem colocou o Brasil entre os melhores do dia da sexta-feira (11), terceiro dia de competição, foi Alvaro Sandoli, o Nene Rotor, segundo em 2h48min29, somando 990 pontos. O francês Mario Alonzi voltou a voar bem e completou em terceiro, nove segundos atrás de Nene. Christian Ciech (ITA) e Christian Pollet (FRA) completaram o top 5 na prova. Após o voo da sexta-feira, outra vez com os pousos na Esplanada dos Ministérios, Nene Rotor analisou seu desempenho. “As coisas começaram a se encaixar. Consegui me organizar melhor e fiz uma regulagem nova na minha asa, que ficou muito boa. Estreei o cinto no segundo dia e estava faltando um pouco de ajuste. Nesta sexta ocorreu tudo bem e estive bem concentrado. Nos quilômetros finais consegui encontrar um caminho muito bom, que inclusive outros pilotos me seguiram. Este momento, na entrada de Brasília, foi decisivo para obter esta colocação”, contou o piloto de Atibaia (SP).

Thomas Weissenberger (AUT) foi o sexto colocado, Filippo Oppici (ITA), Petr Benes (CZE), o brasileiro Sergio Galvez e Marco Laurenzi (ITA), entre sétimo e décimo, completaram o top 10 do dia. O mexicano Rodolfo Gotes, 11º colocado na prova, avaliou o dia. “Estava um dia difícil para voar, porque a pressão era alta e as condições estavam um pouco fracas, ou seja, era necessário trabalhar muito e não se deixar desesperar. O objetivo para os próximos dias é sempre chegar na meta (goal) e tenho para mim definido que quero estar entre os cinco primeiros”, contou Rudy Gotes.

O gaúcho Mario Andre Felsk, integrante da seleção B do Brasil, também fez seu balanço sobre o terceiro dia, após completar na 27ª posição. “Fizemos uma prova de 130 km e estava muito difícil, com bastante contravento. A largada aconteceu um pouco tarde e levamos bastante tempo para chegar aqui na Esplanada. As térmicas eram boas, mas havia sempre muita gente junto. No final, quem conseguiu se concentrar melhor e ficar mais alto, se deu bem e chegou na frente. O Brasil está bem, mas está difícil de chegar nos italianos”, disse Monex – como é conhecido.

Enquanto Ploner e Ciech seguem em primeiro e segundo lugares, Mario Alonzi subiu para terceiro, com 2.861. Oppici e Benes são quarto e quinto colocados, com 2.824 e 2.767, respectivamente. O melhor brasileiro no acumulado é Nene Rotor, com 2.686, em 11º na classificação geral. Na disputa por equipes, os italianos seguem com folga na liderança, com 8.665, após três provas. Os tchecos são os vice-líderes, com 8.098, enquanto a seleção brasileira está em terceiro lugar, com 8.025 pontos. Alemanha (7.644) e Austrália (7.588) completam o top 5 na competição por seleções.

O piloto alemão Gerd Dönhuber fez um pouso de emergência nesta sexta, nas imediações do Palácio da Alvorada. Gerd perdeu altura e não conseguiu se direcionar para o gramado da Esplanada dos Ministérios, nas proximidades do Museu Nacional, onde deveria ter pousado. Assim, acabou sobrevoando o lago e optou, por uma questão de segurança, pousar no gramado mais próximo. “O piloto vinha sobrevoando o lago numa altura muito baixa e a única área que avistou para pousar em segurança foi aquela. Ele optou por perder pontos e até mesmo ser desclassificado da competição do dia, para fazer uma aterrissagem segura”, comentou Dioclécio Rosendo, vice-presidente da Confederação Brasileira de Voo Livre (CBVL).

Gerd foi conduzido para uma delegacia onde foi registrada uma ocorrência e o equipamento de voo dele foi liberado pela segurança do Palácio da Alvorada e recolhido pela equipe alemã. “O Mundial tem um controle do espaço aéreo que foi liberado para a competição. Com esse pouso de emergência fora da área o piloto acaba por infringir regras e será punido”, ressalta Dioclecio. “Foi um ato muito mais de segurança, do que de invasão e desrespeito. A própria embaixada alemã foi acionada, porque trata-se de uma questão diplomática”, finalizou.

Por Gustavo Coelho

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