Medina estreia com vitória no Oi Hang Loose Pro Contest

A temporada 2019 do bicampeão mundial Gabriel Medina começou como terminou a do ano passado, vencendo a sua primeira bateria após a do título conquistado em dezembro no Havaí. Ele achou os tubos na Cacimba do Padre em sua estreia no Oi Hang Loose Pro Contest, nesta quarta-feira em Fernando de Noronha. No segundo dia, as principais estrelas começaram a se apresentar no Havaí brasileiro e o melhor tubo foi surfado por outro top da elite da World Surf League, Jessé Mendes, que valeu nota 9,0. Outros, como o cabeça de chave número 2, Italo Ferreira, ainda vão competir. A primeira chamada para a continuação da segunda fase será as 7h00 da quinta-feira na Cacimba do Padre, 6h00 no restante do Brasil.

“É muito bom voltar aqui pra Noronha. Fazia alguns anos que a gente não competia aqui, então estou muito feliz e quero agradecer todo mundo pelo carinho, por estar sempre me acompanhando e torcendo”, disse Gabriel Medina. “Aqui é um lugar especial, sempre alto astral, comida boa, altas ondas, falando português com todo mundo e estou muito feliz em estar aqui em Noronha de novo. As condições do mar estavam um pouco difíceis por causa da maré seca, mas consegui achar boas ondas para vencer e estou feliz em seguir no evento”.

Na quarta-feira, as baterias restantes da primeira fase foram iniciadas às 7h15 e a do Medina abrindo a segunda rodada, começou por volta das 10h30. Ela aconteceu numa hora que o mar estava em transformação, na maré seca, com ondas fracas entrando mais no meio da praia. Sua primeira onda foi um tubo rápido e logo o local de Noronha, Patrick Tamberg, pega um mais profundo para largar na frente com nota 6,00. A praia encheu para assistir o bicampeão mundial, mas torciam mesmo para o surfista da ilha convidado pela Hang Loose.

O costa-ricense Tomas King depois assumiu a ponta só fazendo manobras em duas ondas seguidas, sem tubos. Medina ainda tentou um que fechou e logo remou para mais para perto do Morro Dois Irmãos, enquanto os outros três permaneceram no meio da praia. Sozinho no pico, foi pegando uma onda atrás da outra, dez no total, para vencer a bateria. A reação começou numa esquerda que fez duas manobras e a nota 5,60 já o colocou na liderança.

Quatro ondas depois, aumentou a vantagem num belo tubo em outra esquerda vinda do Morro Dois Irmãos, que os juízes deram 7,53. E na contagem regressiva de término da bateria, achou um tubão pra direita de backside que arrancou nota 8,33 para sacramentar a vitória por 15,86 pontos. Tomas King estava se classificando em segundo lugar, mas no final o local Patrick Tamberg pegou uma direita e acertou boas manobras para ganhar a briga e avançar para a fase dos 48 melhores do Oi Hang Loose Pro Contest junto com Medina. O jovem potiguar Mateus Sena não conseguiu achar as ondas e ficou em último.

“O mar está bem difícil e fiquei junto com eles aqui no meio no começo, mas não tava me achando. O coração ficou um pouco mais acelerado, aí fui pro cantinho e consegui pegar umas boas ondas”, disse Gabriel Medina. “Fiquei feliz por ter me encaixado bem ali com as séries e espero que no próximo rounde as ondas estejam melhores. É muito bom estar com meus amigos aqui. Eu quase não corro os QS e é bom rever essa galera toda. Dessa vez, o Charlão (Charles, seu padastro e técnico) ficou em casa, porque a Sophia (irmão mais jovem) vai competir no Rio (de Janeiro), mas já estou grandinho e sei me cuidar (risos)”.

Outro campeão mundial de 2018 na World Surf League, o catarinense Mateus Herdy, da categoria Pro Junior, estreou na terceira bateria e passou em segundo lugar na disputa vencida pelo norte-americano Nolan Rapoza. Eles barraram o vice-líder no ranking do WSL Qualifying Series 2019, Eithan Osborne, norte-americano que venceu a primeira etapa da temporada em Israel.

Mateus Herdy agora vai competir junto com Gabriel Medina na abertura da terceira fase nesta quinta-feira. O pernambucano Ian Gouveia e o norte-americano Nat Young completam esta bateria. A maré já estava no auge da seca e as ondas ficando cada vez mais difíceis de achar. Ainda rolou mais uma bateria, com Ian Gouveia passando em segundo na vitória australiana de Reef Heazlewood. A competição foi então paralisada e retornou cerca de 1 hora depois.




Por João Carvalho

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