Lucas Vicente levanta a taça de campeão mundial Pro Junior 2019

Lucas Vicente
(Matt Dunbar / WSL via Getty Images)Lucas Vicente (Matt Dunbar / WSL via Getty Images)

O catarinense Lucas Vicente é o novo campeão mundial Pro Junior de 2019. A vitória do Lucas no Taiwan Open of Surfing foi emocionante, de virada, na última onda que surfou numa final de alto nível com o norte-americano Kade Matson. Ele completou um aéreo incrível que valeu 8,93, para vencer por 17,56 a 17,40 pontos e aumentar para nove, o recorde de títulos mundiais do Brasil em 21 anos de história desta competição para surfistas com até 18 anos de idade. Lucas repetiu o feito de Mateus Herdy no ano passado, outro catarinense também revelado pelo ótimo trabalho da Associação de Surf da Joaquina (ASJ) em Florianópolis.

“Isso era um sonho meu e nem acredito que consegui realizar ainda”, disse Lucas Vicente. “Toda bateria foi uma batalha para mim, inclusive a final. Isso mostra que você não pode desistir nunca. Mesmo que precise de duas notas muito altas, tem que tentar até o fim. Estou muito feliz, porque é incrível conseguir o título mundial pro Brasil, no ano seguinte ao do Mateus (Herdy). Nós dois surfamos juntos desde que éramos crianças e vou poder brincar com ele, que agora eu sou o número 1. Estou muito orgulhoso pelo título e por ter conseguido isso em um lugar tão bonito. Taiwan é um paraíso e vai ficar marcado na minha vida”.

Os títulos mundiais de 2019 foram decididos na sexta-feira (29/11) de boas ondas de 6-8 pés em Jinzun Harbour. Lucas Vicente enfrentou quatro adversários no último dia. A primeira vítima foi o japonês Arashi Murata, numa bateria fraca de ondas, encerrada com um baixo placar de 9,57 a 9,37 pontos. Depois, despachou o norte-americano Jett Schilling por 13,00 a 8,33 e nas semifinais começou a mostrar o seu surfe moderno, fazendo grandes manobras progressivas de borda e acertando os aéreos para derrotar outro japonês, Joh Azuchi, por 16,13 a 15,10, com as notas 7,80 e 8,33 que recebeu nas últimas ondas que surfou.

A grande final foi eletrizante e o título veio de forma dramática, emocionante para o brasileiro. O americano Kade Matson largou na frente, começando muito forte numa onda que valeu 8,33. Lucas Vicente falhou nas primeiras tentativas, mas entrou na briga com notas 6,33 e 8,63 em duas ondas seguidas. Só que o californiano arrebentou outra onda muito boa que arrancou nota 9,07 dos juízes.

O catarinense não desistiu e passou a arriscar os aéreos para conseguir a vitória. Errou numa onda, em outra e em mais uma. O tempo já chegava ao fim, mas Lucas ainda achou uma direita para acertar o aéreo reverse de backside dessa vez e ainda atacar a junção com uma grande manobra para receber 8,93 e virar o placar para 17,56 a 17,40.

Enquanto Lucas Vicente festejava o nono título mundial do Brasil, Kade Matson amargou mais uma frustração por não conseguir a primeira vitória dos Estados Unidos na categoria Pro Junior da World Surf League, que começou a ser disputada em 1998. O catarinense faturou o prêmio máximo de 10.000 dólares e o título lhe garante participação nas principais etapas do WSL Qualifying Series em 2020, que são decisivas na disputa pelas dez vagas para o CT. O norte-americano ganhou 5.000 dólares pelo vice-campeonato mundial em Taiwan.

“Meu objetivo neste ano era chegar na final aqui, então estou feliz por ter conseguido isso”, disse Kate Matson. “Obviamente, ser campeão mundial teria sido incrível, mas sei que fiz tudo o que poderia fazer para ganhar, então estou feliz por ter feito o meu máximo. Eu consegui mostrar o meu surfe em muitas ondas nessa semana aqui em Taiwan e certamente quero voltar para cá no próximo ano, para tentar o título que escapou agora”.

Lucas Vicente
(Matt Dunbar / WSL via Getty Images)

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