Italo Ferreira levanta a taça de campeão mundial em Pipe

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O potiguar Italo Ferreira é campeão mundial de surfe, após vencer a etapa de Pipeline, no Havaí, a última do ano, em cima de outro brasileiro, bicampeão mundial, Gabriel Medina.

A conquista é inédita para ele. A primeira de um atleta do Rio Grande do Norte. Agora, Italo e Medina representarão o país nas Olimpíadas de Tóquio em 2020, juntos com Silvana Lima e Tatiana Weston-Web.

Kelly Slater ficou com o titulo de campeão da Tríplice Coroa Havaiana. A certeza de mais um título para o Brasil havia sido definida na primeira bateria das oitavas de final com a passagem de fase de Italo Ferreira, que teve uma campanha impecável no Tour.

O potiguar surfou os melhores tubos para vencer Gabriel Medina na bateria que fechou a temporada 2019, com um show brasileiro em Pipeline e Backdoor. O Brasil é agora tetracampeão mundial e o troféu de melhor surfista do mundo, pela primeira vez, vai para a Região Nordeste do país, para Baía Formosa, no Rio Grande do Norte, junto com o de campeão do Billabong Pipe Masters em homenagem à Andy Irons.

“Eu nem consigo acreditar que consegui, é irreal, não sei nem o que falar”, disse Italo Ferreira, muito emocionado. “Eu vim para Pipe há um mês para treinar, testar as pranchas e este troféu significa muito para mim. Foram grandes baterias hoje aqui, com o Gabriel (Medina), o Kelly (Slater), o Yago (Dora), o Peterson (Crisanto). Vocês todos me dão muita energia e eu apenas tento fazer o meu melhor a cada dia. Antes de começar o evento, fiquei olhando pro troféu, pensando se eu conseguiria ganhar e ele agora está aqui nas minhas mãos. Foi um ano realmente diferente e só tenho que agradecer à Deus por tudo”.

Italo também falou em português no pódio, para a transmissão ao vivo da WSL, sobre os outros dois brasileiros que chegaram disputando o título no Havaí: “O Gabriel (Medina) e o Filipe (Toledo) são, de certa maneira, responsáveis pelo o que eu sou hoje. Eu dedico todos os meus dias, os meus treinos, para ganhar desses caras, claro que os outros também que estão no circuito. Eu venho me dedicando muito por um objetivo e hoje acabei cumprindo isso, Graças à Deus. Os meus dias ajoelhados, meus dias de oração, dias que Deus me mostrou que era possível, valeram a pena e hoje consegui. Esse título dedico para minha avó e o meu tio, que se foram, mas devem estar em um lugar melhor agora lá em cima (choro)”.

Foi um momento épico, emblemático, que consagra o Brasil como uma das maiores potências do esporte. Esta é a segunda final brasileira no templo sagrado do esporte. A primeira foi em 2015, quando Gabriel Medina, campeão mundial de 2014, tinha garantido o segundo título brasileiro seguido para Adriano de Souza, ao derrotar Mick Fanning na primeira semifinal. Medina se tornava então, o primeiro brasileiro campeão da Tríplice Coroa Havaiana, mas Mineirinho foi o primeiro a vencer o Billabong Pipe Masters.

Agora, a vitória valia o título mundial e Italo e Medina já vinham brilhando nos tubos 6-8 pés da quinta-feira, para chegar na batalha final em igualdade de condições. Italo começou o dia ganhando os duelos brasileiros que abriram as oitavas e as quartas de final. Na semifinal, surfou dois tubaços e não deu qualquer chance ao Mr. Pipeline, Kelly Slater. Medina também ganhou por “combination”, o confronto de bicampeões mundiais com John John Florence nas quartas de final. No surfe, é como uma goleada no futebol, com seu oponente precisando de mais de dez pontos, ou seja, de uma combinação de duas ondas para vencer.

Todos os dez indicados pelo ranking masculino da World Surf League, subiram ao pódio do Billabong Pipe Masters, antes da premiação dos finalistas. Os campeões mundiais Italo Ferreira e Gabriel Medina vão disputar medalhas para o Brasil, junto com a gaúcha Tatiana Weston-Webb e a cearense Silvana Lima. Os outros classificados foram Jordy Smith pela África do Sul, Kolohe Andino e John John Florence pelos Estados Unidos, Kanoa Igarashi pelo Japão, Owen Wright e Julian Wilson pela Austrália e Jeremy Flores e Michel Bourez pela França.

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