Prinou fala com InnerSport

Yago Prinou é um skatista amador no sentido literal da palavra! Que pratica por amor, que anda por prazer, que se aventura sem nada em troca. Um skatista de alma. Foi aos seis anos que tudo começou influenciado pelos skatistas mais velhos de um bairro de Osasco, sua cidade natal, onde teve seu primeiro contato com o carrinho. Um primo foi o responsável em despertar nele o estilo de vida que carrega até hoje. Com 23 anos, Yago ainda mantém a mesma disposição e é nítido que só irá parar quando não se aguentar mais em pé no skate para deslizar nas ladeiras da vida. Cheio de  “style”, e atrevido nas manobras, Prinou começou praticando a modalidade Longboard, mas o downhill o conquistou.

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O InnerSport conseguiu fazer este simpático atleta, e sempre sorridente, deixar o skate por alguns minutos de lado para um bate-papo descontraído e descobrir um pouco mais sobre seu estilo de vida, além de outras curiosidades. Acompanhe aqui, nesta entrevista descontraída, um pouco mais do Prinou.

O que o motivou a praticar o skate?
A minha maior motivação foi a velha guarda do skate de Presidente Altino, onde moro. Há uns 15 anos atrás. Eu era muito pequeno e ficava assistindo eles desenvolverem manobras. Aquele sonho de moleque que virou realidade, sabe? Sem dúvidas foi minha maior inspiração. As competições também me motivam muito.
Como você teve contato com o skate? 
Foi o meu primo Allan, que na época andava de skate. Era um daqueles caras que eu admirava quando pequeno. Ele tinha um skate jogado no fundo da casa dele e me presenteou. Aí eu comecei a praticar na modalidade longboard, mas após os 14 anos me dediquei totalmente ao downhill – modalidade que consiste em descer o mais rápido possível um dado percurso. Pratico até hoje.

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Qual foi o seu primeiro campeonato?
Me lembro bem, em 2014. Foi quando eu participei da primeira etapa do Circuíto Brasileiro de Longboard, em Ferraz de Vasconcelos, Zona Leste de São Paulo, na categoria Iniciante. Fiquei em décimo lugar. Terminei o ano na  8ª posição do ranking. Aí, em 2015, passei para amador, e finalizei o ano em quinto, no ranking geral.

Você já fez muitas viagens? Dos lugares por onde passou qual foi a melhor ladeira? 
Sim! O skate já me proporcionou algumas viagens. Conheci alguns picos de Brasília, Rio de Janeiro, e algumas cidades do interior de Sampa, mas de todas as ladeiras que passei sem dúvida a melhor é a da “quebrada”, onde faço o drop com os amigos. É onde me sinto bem. Quando colo por lá não paro de andar.

Como skatista amador qual foi a conquista que lhe trouxe mais orgulho?
Sem dúvio a quinta posição no Circuíto Brasileiro. Também gostei da minha primeira participação do Campeonato no Quintal do Ipiranga, fiquei com a segunda colocação. Neste dia dividi o pódio com o Pablo vó e o Raphael Goya. Outro foi o Open, em Nazaré Paulista, fiquei em segundo também, e neste tinha grandes atletas e profissionais.

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Atualmente, muitas crianças se espelham nos atuais atletas o que fez com que as exigências das empresas cobrem um novo perfil. A imagem do skatista “anarquista” já não é tão forte como nos anos 80. Como você avalia esta posição?
Acho que hoje em dia não só no skate, como na música, e em outras áreas. A imagem do tal “anarquistas” de fato já não é mais tão forte como nos anos 80. Naturalmente que no skate este comportamento tenha perdido força. Creio que seja por causa do mercado financeiro. As empresas precisam vender, e aumentar o alcance de suas marcas. Uma de nossas funções também é atrair patrocinadores, para que a modalidade cresça cada vez mais, como vem crescendo nos últimos anos. Quando você vai em uma empresa atrás de emprego, o empregador não vai te dar a vaga se você chegar lá bebendo, ou fumando. O skate funciona da mesma forma, precisamos ter postura como atleta e impor bons exemplos para as crianças. O pai e a mãe são os detentores do poder da compra, que movimentam o mercado, então não temos que atingir só as crianças, também aos pais.

Houve alguma situação durante suas viagens como skatista que mudou sua visão ou forma de pensar, ou o skate por si só, automaticamente, altera sua visão de mundo?
O skate por si próprio já me faz ver o mundo de outra forma, o fato de tentar sempre evoluir, aprender manobras, todas as vezes que cair, levantar e tentar outra vez, isso me faz enxergar muitas coisas de outra forma. Esses ensinamentos eu também levo para o meu dia a dia. Quando uma porta se fecha, tente em outra! Temos que lutar sempre para atingirmos os nossos objetivos. Esse método eu costumo chamar de “skaterapia”. Fica a dica para quem não conhece. É uma opção de ver o mundo de outra forma.
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Na sua opinião, os campeonatos de skate que são realizados no Brasil são suficientes, ou faltam mais incentivos?
Falta muita coisa ainda. Falta investimento, falta patrocinadores, falta organização, e algumas outras coisas para que possamos ter nosso espaço. A modalidade está muito carente desses fatores. Faltam muitos incentivos em várias vertentes no universo do skate.

Quais foram os seus principais títulos?
Primeiro lugar no Longboard Iniciante em Poá-SP, segundo no 6° Independência ao Longboard no museu do Ipiranga-SP, e segundo no Longboard Open, em Nazaré Paulista-SP.
Para você, quais os melhores picos para andar de skate no Brasil?
O Brasil é recheado de picos. Acho que não conheço 10%, mas já passei por alguns lugares muito loucos para andar de skate, mas nada melhor que andar perto de casa na ladeira que fui criado, no ROLÊ DA MEIA NOITE, em Osasco, com amigos.

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Na ladeira
Melhor trip: Brasília
Música preferida: Damian Marley – No no no
Prato predileto: Arroz, feijão, bife e batata frita
Família: Meu Pai, minha Mãe, irmã, namorada, meus amigos e meu passarinho ( Pixoxó).
Skate: Brazil Woods Skate Boards

Redação InnerSport / Fotos Arquivo Pessoal Yago Prinol

 

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