Wilkinson garante a lycra

Matt Wilkinson Kelly CestariMatt Wilkinson Kelly Cestari

Os duelos eliminatórios começaram em seguida e o australiano Matt Wilkinson não surfou bem de novo em Jeffreys Bay, sempre errando na finalização das ondas que já não estavam tão boas como nas baterias anteriores. Sorte dele que o sul-africano Steve Sawyer foi pior ainda e Wilkinson acabou vencendo por um baixo placar de 8,47 a 7,93 pontos. Com a passagem para a terceira fase, o australiano já garantiu a lycra amarela do Jeep WSL Leader para competir na etapa do Taiti, acabando com as chances de Gabriel Medina e John John Florence conseguirem a ponta do ranking na África do Sul. “Foi uma bateria complicada e tenho sorte de poder manter essa lycra amarela”, disse Matt Wilkinson. “Eu estava bem confiante lá fora, mas continuava a cair nas ondas, não conseguia completar nenhuma, então só por sorte mesmo ter passado essa bateria. Mesmo assim, estou feliz por ter já garantido a primeira posição no ranking e espero conseguir surfar melhor na próxima fase”.

Matt Wilkinson (AUS) / Foto Cestari

Matt Wilkinson (AUS) / Foto Cestari

O havaiano também começou com derrota num dos resultados mais surpreendentes da quarta-feira, com o mais jovem integrante da elite, Kanoa Igarashi, estreando com vitória em sua primeira vez competindo nas longas direitas de Jeffreys Bay. John John voltou ao mar para disputar a segunda fase e surfou uma onda incrível que rendeu dois tubos profundos e ainda uma série de manobras para tirar nota 9,57 dos juízes. Seu adversário era o brasileiro Alex Ribeiro, que também começou bem, massacrando uma boa onda com batidas verticais de backside que valeram 8,17. O havaiano depois só surfou mais uma vez e garantiu a vitória por 17,27 a 11,77 pontos, com Alex Ribeiro seguindo sem conseguir vencer nenhuma bateria nas seis etapas que disputou neste seu primeiro ano na divisão de elite da World Surf League.

O confronto seguinte foi mais um marcado por longos intervalos entre as séries de ondas, mas Filipe Toledo soube usar muito bem as oportunidades que teve para aproveitar a sua segunda chance de classificação para a terceira fase do J-Bay Open. Ele largou na frente com notas 6,67 e 6,33, mas o australiano Kai Otton assustou, surfando uma boa onda que valeu 8,57. Filipe então usou sua arma mortal, o aéreo reverse, para finalizar uma direita que já vinha sendo detonada por uma série de manobras executadas com pressão e incrível velocidade. Ele ganhou nota 8,77 nessa onda e depois surfou outra boa que tirou 7,77 para fechar o placar em 16,54 a 14,43 pontos. “Eu tenho realmente trabalhado bastante para melhorar o meu surfe em lugares como J-Bay”, disse Filipe Toledo. “Estou super animado em estar aqui surfando ondas perfeitas como essas. Eu sou um surfista que adoro fazer aéreos e manobras mais arriscadas, mas sei que se quero ser campeão do mundo, tenho que melhorar em outros tipos de ondas, nos tubos principalmente”.

Julian Wilson (AUS)  / Foto  Cestari

Julian Wilson (AUS) / Foto Cestari

Recorde do dia – Na hora da chuva forte o mar ficou perfeito, sem vento, com ondas lisas abrindo longas paredes para manobras de borda e bons tubos também. E foi nas melhores condições do dia que o australiano Julian Wilson fez uma bateria impecável, surfando apenas três ondas e todas no critério excelente. Ele viveu de perto todo o drama do tubarão se debatendo com Mick Fanning na sua última bateria disputada no ano passado, agora parecia abençoado numa sintonia incrível com o mar. “Está muito bom o mar hoje (quarta-feira), tem bastante ondas boas, bem longas, e é incrível ter uma condição assim para competir no dia de abertura do campeonato”, disse Julian Wilson. “Esta foi a minha melhor bateria esse ano e tem altas ondas. Eu estou apenas curtindo essas ondas aqui e é muito bom começar bem um campeonato”.A primeira onda de Julian Wilson valeu nota 9,17, na segunda saiu 8,97 e na terceira pegou dois tubaços para conseguir 9,60 e se tornar o recordista absoluto do dia com 18,77 pontos. No confronto seguinte, ainda aproveitando a ótima condição do mar, o havaiano Sebastian Zietz também superou os 17,27 pontos do campeão mundial Gabriel Medina, atingindo 17,90 para conquistar a última classificação direta para a terceira fase do J-Bay Open.

Por João Carvalho

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