Top-5 dos rankings mundial: Tatiana vence em Peniche e Filipe é vice-campeão

Tatiana Weston-Webb, Lakey Peterson, Filipe Toledo e Griffin Colapinto (Crédito: ©WSL / Damien Poullenot)Tatiana Weston-Webb, Lakey Peterson, Filipe Toledo e Griffin Colapinto (Crédito: ©WSL / Damien Poullenot)

Duas finais Brasil x Estados Unidos decidiram os títulos do MEO Pro Portugal na segunda-feira em Supertubos. Tatiana Weston-Webb conseguiu a vitória contra Lakey Peterson, depois de passar pela pentacampeã mundial Carissa Moore. Já Filipe Toledo ganhou a semifinal brasileira com Italo Ferreira, mas perdeu por 0,14 de diferença para Griffin Colapinto, que venceu sua primeira final em etapas do World Surf League Championship Tour.

Curiosamente, as outras duas vitórias da carreira da Tatiana no CT, foram conquistadas em uma dobradinha brasileira com Filipe no pódio. Foi assim no ano passado, quando ganharam o Boost Mobile Margaret River Pro na Austrália e no US Open of Surfing de 2016, na Califórnia. Filipe tentava seu segundo título na etapa portuguesa, pois em 2015, venceu o show de aéreos na decisão brasileira com Italo Ferreira. A dupla Filipe e Tatiana, também foi vice-campeã mundial de 2021 e agora assumiram o mesmo quarto lugar no grupo dos top-5 dos rankings com estes resultados. Tatiana saltou da 14.a posição com a vitória e Filipe estava na sétima.

“Estou muito grata. Deus tem um plano para tudo e acredito nisso, sempre”, disse Tatiana Weston-Webb. “Foi uma final emocionante, com várias trocas na liderança a cada onda. Eu me senti em sintonia com as ondas, mas o mar estava congelante. Foi a primeira vez que eu usei roupa de borracha com manga curta aqui e meus braços estavam queimando de tanto frio”.

Filipe Toledo queria o bicampeonato em Portugal, mas estava feliz por voltar ao pódio: “É muito bom estar aqui em Portugal de novo. É um lugar que me sinto bem confortável, as pessoas são muito acolhedoras e sempre tenho bons resultados aqui. O evento inteiro foi de muito surfe e me diverti bastante. Deu altas ondas e estou feliz em estar no pódio novamente. Parabéns para a Tatiana, para a Lakey, para o Griffin pela vitória e estou pronto para a Austrália”.

O último dia foi iniciado logo ao amanhecer, para aproveitar as melhores condições do mar. As semifinais começaram as 7h00 em Portugal, 4h00 da madrugada no Brasil. Lakey Peterson derrotou a heptacampeã mundial Stephanie Gilmore na primeira bateria e Tatiana Weston-Webb passou pela pentacampeã Carissa Moore na segunda. As semifinais masculinas foram realizadas em seguida e o título feminino foi o primeiro a ser decidido no MEO Pro Portugal apresentado pela Rip Curl.

No pódio, Tatiana agradeceu o apoio do público, que encheu a praia na manhã da segunda-feira, com a maioria torcendo para a brasileira: “Foi muito legal e vocês foram incríveis. Eu amo Portugal, aqui é um dos meus lugares favoritos no mundo. Eu sofri uma lesão em Sunset Beach e achei que não ia conseguir competir aqui, mas me recuperei e a final com a Lakey foi muito legal. Ela é uma guerreira, um monstro na água, com um surfe letal de backside, então tive que dar meu máximo e fazer o meu melhor pra poder ganhar”.

Filipe Toledo abraçou a campeã Tatiana Weston-Webb na areia, antes de entrar no mar para tentar o bicampeonato em Portugal. Ele e Griffin Colapinto moram em San Clemente, na Califórnia. O americano pega a primeira onda nas direitas e já voa num aéreo nose pick de frontside, que vale 4,67. Filipe começa nas esquerdas, só acertando a primeira manobra e errando a segunda. Na terceira onda, consegue atacar forte três vezes de backside e ganha 6,67. Logo, repete a dose com uma série de três manobras que valem 5,50.

Griffin entra no jogo, mostrando a potência do seu backside com três marretadas muito fortes numa esquerda boa, para assumir a ponta com 7,67. Filipe fica precisando de 5,68 para vencer nos 10 minutos finais e faz uma combinação de três ataques explosivos, retomando a liderança com nota 7,53. Mas, Griffin vem na de trás, que é maior e rende duas manobras potentes para ganhar 6,67 e abrir 6,82 pontos de vantagem sobre o brasileiro nos últimos 5 minutos. Sem rampas para voar, o máximo que Filipe conseguiu foi 5,90 e Griffin Colapinto festejou a primeira vitória da sua carreira, por uma pequena vantagem de 14,34 a 14,20 pontos.

Filipe Toledo não conseguiu a 1ª vitória na sua 15ª final disputada em etapas do CT, mas subiu no primeiro pódio esse ano, depois de ganhar a reedição da decisão brasileira de 2015 nas ondas de Supertubos. Ele e Italo Ferreira tentaram repetir o show de aéreos daquela final, com Filipe garantindo a terceira vitória da sua carreira com uma nota 10. Dessa vez, as ondas não estavam tão boas para isso e eles mais caíram do que completaram as manobras, nas condições difíceis do mar na segunda-feira.

Com a classificação, Filipe já assumiu o quarto lugar no ranking, tirando Caio Ibelli do seleto grupo dos top-5, que no final do ano vai disputar o título mundial no Rip Curl WSL Finals em Trestles, na Califórnia. Caio agora é o sexto colocado e, pela primeira vez na história, o ranking da World Surf League é liderado pelo Japão, por Kanoa Igarashi. O ex-líder, Barron Mamiya, passou a dividir a segunda posição com Kelly Slater, Filipe Toledo está na quarta e Seth Moniz caiu do segundo para o quinto lugar.

Outros cinco integrantes da seleção brasileira desse ano, terão que tentar entrar neste grupo que já garante vaga no CT 2023, nas duas etapas da Austrália. João Chianca é quem está mais próximo, em 23º lugar. Deivid Silva e Jadson André dividem a 27ª posição, enquanto o tricampeão mundial Gabriel Medina e o contundido Yago Dora, não competiram esse ano e só aparecem na 39ª colocação.

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