Ryan Kainalo garante 2 títulos no Hang Loose Surf Attack

Ryan Kainalo durante o Hang Loose Surf Attack 2018 / Foto Munir El HageRyan Kainalo durante o Hang Loose Surf Attack 2018 / Foto Munir El Hage

Ele já pode ser chamado de mais um colecionador de títulos no Hang Loose Surf Attack. Afinal, neste domingo (21), Ryan Kainalo, surfista que defende Ubatuba, garantiu a sua quinta conquista estadual no mais tradicional circuito de base do País. O surfista de apenas 12 anos vem fazendo história e agora se superou faturando também a sub16, duas categorias acima da sua.

Ryan Kainalo durante o Hang Loose Surf Attack 2018 / Foto Munir El Hage

Na 4ª e última etapa do ranking, na Praia de Maresias, em São Sebastião, ele foi o grande nome do evento, com duas vitórias – na sua faixa etária, a sub12, onde já havia se consagrado bicampeão por antecipação, e na sub16, para chegar ao novo título, e por pouco não chegou à decisão da sub14, parando na semifinal, em quinto, por apenas um décimo.

Sophia Medina, irmã caçula de Gabriel Medina, que já chegou como a campeã da categoria criada este ano, a feminina sub16, confirmou o seu favoritismo com a terceira vitória no ranking. Na sub18, quem levou a melhor foi o catarinense Uriel Sposaro, vencedor da etapa e do Circuito, com Daniel Adisaka, que compete por São Sebastião, sendo o campeão paulista, com o segundo lugar no ranking.

Na sub 14, quem levou a melhor foi Sunny Pires, que é de Búzios mas mora em Maresias, integrando o Instituto Gabriel Medina. No ranking, seu companheiro de equipe, Caio Costa levou o título paulista enquanto que o catarinense Heitor Muller, segundo na etapa, foi o campeão do Circuito.

Já entre os mais novos do evento, na sub10, decisão emocionante, com Eduardo Mulford, de Ubatuba, virando o resultado no final da bateria sobre John Muller, de Guarujá. O título do Circuito já havia sido conquistado por antecipação pelo paranaense Anuar Chiah, com o também ubatubense Kailani Rennó, declarado campeão paulista.

O Circuito também definiu a cidade campeã da temporada, com São Sebastião erguendo o troféu, para superar a bicampeã Ubatuba. O título não era comemorado pelos sebastianenses desde 2014, quando chegaram a duas conquistas seguidas. Neste ano, foram três vitórias, duas delas em casa. Todos os pódios tiveram como atração a entrega dos troféus feita pelo ícone do surf brasileiro, Fábio Gouveia.

Vale destacar que além de Ryan, dois atletas locais, ambos do Instituto Gabriel Medina, chegaram em duas decisões. Daniel Adisaka foi o terceiro na sub18 e na sub16, enquanto que Guilherme Fernandes foi o segundo na sub12, numa disputa acirrada com Ryan e terceiro na sub14.

Das seis finais individuais, três delas foram de virada. Na sub10, John Muller liderou quase toda a disputa, mas no final Eduardo Mulford garantiu duas boas notas, para assumir a ponta. João Vitor, de São Sebastião foi o terceiro e Victor Pompiane garantiu a primeira final de Ilha Comprida na Circuito, ficando em quarto.

Na sub16, uma final de alto nível. Daniel Adisaka saiu na frente, com 7,5, depois o catarinense Léo Casal fez um 8,25, mas a melhor nota – e a vitória – foi de Ryan Kainalo, com 8,90, com o santista Vinicius Parra, em quarto. Ryan nem teve tempo para descansar e ficou para a final da sub12, tendo uma disputa forte com Guilherme Fernandes, com um placar apertado – 11,45 a 11,40. Kaua Campos, de São Sebastião foi o terceiro e Aleabe Rosa, de Ubatuba, o quarto.

Ao sair do mar, Ryan vibrou com as duas vitórias seguidas e só foi saber que tinha garantido o título da sub16 ao chegar ao palanque. No ranking, ele terminou empatado na pontuação com Caio Costa, mas levou a melhor, no desempate pelo quarto resultado (531 contra 430).

“Como ficou na sub16? Eu ganhei? Sério? Fui campeão. Que irado. Nem sabia. Nossa! Estou feliz demais. Foi um dos melhores finais de semana da minha vida. Entrei na sub16 sem compromisso e acabei ganhando. Dobradinha”, vibrou o surfista, que ainda foi o terceiro do ranking da sub14, para encerrar o ano em grande estilo.

Entre as meninas, Nairê Marquez, de Ubatuba, saiu na frente, depois a ponta ficou com Isabela Saldanha, de São Sebastião, até que Sophia Medina, em terceiro, fez uma onda muito boa, nota 7,40 para virar para primeiro e assegurar a terceira vitória no ranking. Isabela ficou em segundo, Nairê em terceiro e Yasmin Neves, competindo por Caraguatatuba, foi a quarta. “Eu estou muito feliz. Na etapa anterior eu fiquei em segundo e isso só me deu mais força para ganhar essa. Eu treinei muito e graças a Deus consegui ganhar essa. Treino aqui todos os dias”, falou.

Na sub14, o catarinense Heitor Muller liderava, mas no final Sunny Pires assumiu a ponta com uma nota 7,5. Guilherme Fernandes foi o terceiro e Renan Rodrigues, de Santos, o quarto. “Foi emocionante. Veio a onda e deu tudo certo. Estou bem feliz, ainda mais vencendo aqui onde moro atualmente”, comentou.

Na última decisão, a sub18, a disputa era entre Uriel e Daniel, pela ponta do ranking. O surfista local começou bem com um 7,25, mas o atleta de Santa Catarina foi construindo o placar, primeiro com um 8,60 e depois com um 7,15, para garantir uma grande vitória. Júnior Siqueira, de Guarujá, ainda assumiu o segundo lugar, à frente de Daniel, e Erick Bahia, que mora em Maresias, foi o quarto.

“Terminei com chave de ouro. Graças a Deus esse lugar abençoado meu deu mais essa felicidade. Tenho treinado muito para conseguir esse título. Foi uma meta que coloquei no começo do ano ser campeão aqui. Sei que é um Circuito de muito nível, muito peso”, destacou Uriel.

Fora do mar, a Hang Loose também teve atrações, com as tendas de atividades, com diversas brincadeiras comandadas pelo animado Júlio Ozório, o Bro, com ping pong, gincanas e brincadeiras, além de mesa de frutas. “Encerramos mais uma edição de sucesso, sempre marcada pelo alto nível técnico da garotada, como sempre aconteceu. São 31 anos do Circuito, 24 com a Hang Loose, com grandes nomes do surf brasileiro revelados e formados”, avaliou o presidente da Federação Paulista de Surf, Silvio da Silva, o Silvério.

Por Fabio Maradei

Compartilhe.