O ícone do surf brasilieiro, o maior nome de todos os tempos. O santista Picuruta Salazar é o maior vitorioso da categoria. Só de brasileiros profissionais, foram dez conquistas, além de dois vices mundiais e o título no ISA World Surfing Games, num momento marcante, em 1998, em Portugal. “O longboard representa as maiores conquistas que tive em toda a minha vida. Foi onde garanti meus maiores resultados, tive a opção de viajar para os melhores lugares do Mundo, em busca de ondas perfeitas, competições maravilhosas, nesses 37 anos de surf”, ressalta o recordista de vitórias nas ondas do surf brasileiro.
Hoje, aos 55 anos, ele não compete oficialmente, mas segue em cima das pranchas e com a realização do Festival Santos de Longboard, será o grande anfitrião, recebendo todos “em casa” na Praia do José Menino, junto ao Quebra-Mar, no Parque Municipal Roberto Mario Santini. A competição, com patrocínio da Rumo, reunirá várias gerações dos pranchões, divididos em seis categorias e Picuruta será a “cereja do bolo” dessa grande festa dos pranchões na quinta e sexta-feira (21 e 22).
Mesmo com idade para participar numa disputa “menos acirrada”, mais festiva, ele continua sendo destaque na open, que incluirá os profissionais, entre eles, alguns tops do Circuito Mundial e bem mais jovens. Também estarão em ação a júnior, com limite de 20 anos), a feminina, outra categoria que reunirá estrelas do Circuito Mundial, a kahuna (para atletas dos 45 a 49 anos), a gran kahuna (dos 50 aos 59 anos) e a pioneiros (dos 60 anos em diante).
Feliz em receber todos no pico onde treina e que se confunde com a sua história, Picuruta destaca a satisfação com o evento. “Parece que estamos vendo um filme do passado. Estamos conseguindo resgatar toda aquela magia dos grandes festivais que aconteciam em Santos, com a presença dos melhores. Para nós, é um presente, estou me sentindo gratificado de representar a minha cidade nessa competição, em rever amigos, que não vejo há muito tempo”, diz.
Apesar de exaltar o lado festivo, a reunião com amigos de velhos tempos, e de estar “aposentado” das disputas, Picuruta não deixa seu lado competitivo. E promete incomodar a nova geração. “Sem dúvida. O longboard não evoluiu tanto assim, de quatro, cinco anos atrás que deixei de competir, ao ponto de ficar ultrapassado. Pelo contrário, o que eles fazem, eu também faço. Lógico que não tenho a mesma idade que essa molecada, mas vou brigar em igualdade”, anuncia.
Por Fábio Maradei