Nova geração aquece Surf Trip SP Contest

Ryan Miranda / Foto Munir El HageRyan Miranda / Foto Munir El Hage

Nos anos 90, Renan Rocha levou o nome da capital para os pódios do Brasil e do mundo. Nessa época ainda não existia um circuito focado apenas nos surfistas do Planalto, e fora Renan, Paulo Tendas foi outro paulistano a ganhar projeção nacional nos anos 70 e 80. Apenas em 2002, quando Rocha estava em sua quarta temporada na elite mundial, surgiu a primeira versão da competição hoje representada pelo Surf Trip SP Contest.

Felippe Gaspar, Itamambuca / Foto Munir El Hage

Hoje, em sua 17ª edição, o circuito é considerado a plataforma que impulsiona paulistanos a alcançarem vôos mais altos. Antes esporádicos, vemos hoje o contingente aumentar massivamente em competições nacionais e internacionais, em modalidades variadas tais como SUP, Master, Open, e principalmente nas categorias de base.

Destaca-se entre os novatos, Ryan Kainalo, 12, filho de Alex Miranda, fissurado competidor e freesurfer gabaritado pelas ondas mais icônicas do mundo. Atualmente, Kainalo não disputa o SP Contest, mas deu os primeiros passos no campeonato e ranqueado garantiu vaga no estadual amador, caminho hoje seguido por outros talentos. De lá para cá nunca mais parou e já ganhou campeonatos no Brasil e no mundo.

“Tanto o Ryan, que competiu anos atrás, quanto o Phelippe Neves e Ian Sato entraram para o circuito paulista amador após iniciar no nosso evento. Temos esse papel de fomentar a nova geração paulistana, de estar atentos aos novos talentos e ajuda-los a progredir profissionalmente. O Ryan tornou-se um dos melhores do Brasil em sua faixa etária. E quando olhamos pra trás, lembramos daquele garotinho que acompanhava o pai nas competições, começou a participar e a tomar gosto pela coisa”, destaca Eduardo Nascimento, organizador e idealizador do circuito.

O SUP paulistano também tem relevância. “Felippe Gaspar é um garoto que mora em SP, treina no Guarujá e está sempre na ponta do ranking em competições mundiais e nacionais”, recorda Nascimento.

Renovação na Júnior – Após quatro anos de hegemonia de Thiago Meneses, no ano passado, o título da categoria Júnior ficou com Leo Romano, após derrotar Philippe Neves num confronto à parte durante toda final. Dudu Asfo também chegou junto, assim como caçulinha do evento Ian Sato, de apenas sete anos. Romano, que mora em Perdizes, na Zona Oeste de SP, está na expectativa para a etapa de abertura. “Defendo o título então sei que vou ter que surfar melhor do que no ano passado para manter a 1a colocação na Júnior. Fora que cheguei em segundo na Open, competindo contra surfistas mais experientes. Sei que posso ter o mesmo rendimento este ano”, comenta ele, atualmente com 16 anos (e participa do circuito desde os 11).

Morador do bairro do Itaim Bibi, também na Zona Oeste, o vice-campeão Phelippe espera chegar às finais Junior e Open. “Só quero que tenha boas ondas durante o campeonato, diz o surfista de 14 anos, em sua segunda temporada no evento e garantido no paulista amador graças ao vice-campeonato no ano passado. “Com o meu desempenho, consegui a vaga para competir contra os melhores do estado e do Brasil”, afirma Neves.

Tetracampeão Júnior e vencedor da Open no ano passado, Meneses faz estrago também nos circuitos regionais e universitários que disputa. No ano passado estreou na Open e garantiu mais um título para a carreira. “Tem uma galerinha muito boa sendo formada e o paulistano tem uma preparação para eventos municipais e estaduais. Sigo este caminho desde os meus seis. Para mim foi muito importante sair da Júnior e conseguir minha vitória na Open no primeiro ano. Mostrei minha evolução e capacidade de surf e competição”, comenta Meneses.

Por Nancy Geringer

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