O paulista Flavio Nakagima é mais um brasileiro campeão do Rip Curl Pro Argentina e manteve a hegemonia de títulos do Brasil nas quatro edições do QS 1500 Rip Curl Pro Argentina em Mar del Plata. O argentino Leandro Usuna também fez história ao se tornar o primeiro surfista do seu país a chegar na grande final do evento que vem abrindo o calendário da WSL South America nos últimos anos. Ele começou bem na decisão do título, mas logo o brasileiro começou a mostrar o seu surfe de manobras modernas de borda e aéreas para tirar duas notas 8,33 e ampliar o seu próprio recorde no campeonato para 16,66 pontos, contra 13,90 do argentino. A vitória valeu um prêmio de 8.000 dólares, 1.500 pontos para o ranking mundial do WSL Qualifying Series e 1.000 pontos para largar na frente na corrida pelo título sul-americano de 2016 da WSL South America.
O surfista da Praia Grande, no litoral paulista, fez grandes apresentações na Playa Grande de Mar del Plata desde a sua estreia, quando fez os recordes do QS 1500 Rip Curl Pro Argentina com a nota 9,0 e os 16,50 pontos que totalizou na quinta-feira. Este placar só foi batido por ele mesmo na grande final do sábado de praia lotada torcendo por uma primeira vitória argentina de Leandro Usuna em casa. As manobras mais modernas e os aéreos do repertório de Flavio Nakagima fizeram a diferença contra o power surf do argentino, principalmente de frontside nas direitas da Playa Grande.
Apesar de não ter conseguido uma vitória inédita para a Argentina, Leandro Usuna também ficou feliz pelo resultado e por ter sido o primeiro surfista do seu país a fazer uma final em Mar del Plata. No seu caminho até a decisão do título no sábado, ele despachou quatro brasileiros, David do Carmo e Luan Wood na quarta fase da competição que abriu o último dia, depois o bicampeão brasileiro Messias Felix nas quartas de final e um dos destaques do evento, Marcos Correa, que dividiu o terceiro lugar no QS 1500 Rip Curl Pro Argentina com o australiano Jacob Willcox, barrado pelo campeão Flavio Nakagima na outra semifinal.
O australiano Jacob Willcox foi o surfista que veio de mais longe para buscar pontos no ranking mundial do WSL Qualifying Series e subiu da 54.a para a 28.a posição com os 840 pontos recebidos pelo terceiro lugar. Ele poderia chegar na 18.a se vencesse o campeonato, ficando bem mais próximo do grupo dos dez surfistas que sobem para a elite da World Surf League pelo QS. As duas semifinais foram eletrizantes e decididas por uma pequena diferença de pontos. O australiano perdeu por 11,53 a 11,13 para Flavio Nakagima e Leandro Usuna superou o brasileiro Marcos Correa por 12,73 a 12,10.
Com os 840 pontos do terceiro lugar, Marcos Correa saltou de 378 para 123 no ranking do QS, ficando ainda fora da lista dos 100 primeiros que podem participar das etapas mais importantes, com status QS 6000 e QS 10000, que são decisivas na disputa pelas dez vagas no CT. Apenas seis dos 82 surfistas de dez países que competiram na Argentina, conseguiram entrar neste grupo com os seus resultados em Mar del Plata. Os finalistas Flavio Nakagima e Leandro Usuna foram dois deles. Os outros são o sul-africano Dylan Lightfoot, que subiu do 142.o para o 84.o lugar, o peruano Alonso Correa de 116.o para 86.o, o brasileiro David do Carmo de 153.o para 96.o e o chileno Manuel Selman do 155.o para o centésimo lugar.
O QS 1500 Rip Curl Pro Argentina também abriu a disputa pelo título sul-americano da WSL South America de 2016. Nos dois últimos anos, o vencedor desta etapa em Mar del Plata acabou se sagrando campeão no final da temporada. Foi assim com Alex Ribeiro em 2014 e com Robson Santos em 2015. Agora é Flávio Nakagima quem larga na frente, somando os primeiros 1.000 pontos no ranking regional. O argentino Leandro Usuna começa em segundo com 750 pontos, seguido por Marcos Correa com 560 em terceiro e empatados em quarto lugar estão os brasileiros Messias Felix e Wesley Santos e o peruano Cristobal de Col, que perderam nas quartas de final e marcaram 420 pontos.
Por João Carvalho