Matt Wilkinson vence o Rip Curl Pro Bells Beach

Matt Wilkinson (AUS) / Foto KirstinMatt Wilkinson (AUS) / Foto Kirstin

O australiano Matt Wilkinson, 27 anos, disparou na frente do ranking vencendo as duas primeiras etapas do World Surf League Championship Tour 2016 na Austrália. Ele surfou as melhores ondas que entraram na final contra o sul-africano Jordy Smith, 28, para badalar o sino do troféu de campeão do Rip Curl Pro, depois de barrar os brasileiros Italo Ferreira, 21, e Wiggolly Dantas, 26, no domingo de ondas difíceis de 6-10 pés em Bells Beach. Com as duas vitórias, o australiano já garantiu que vai competir no Brasil com a lycra amarela no Rio Pro, com todas as estrelas do surfe mundial se apresentando nas ondas do Postinho da Barra da Tijuca, do dia 10 a 21 de maio no Rio de Janeiro. Ele não perde a liderança do ranking na etapa que fecha a perna australiana nos dias 8 a 19 de abril em Margaret River.

Matt Wilkinson (AUS) / Foto Sloane

A competitividade do australiano neste início de ano impressiona, para quem vinha sempre brigando na parte de baixo da tabela para permanecer na elite dos top-34 nos últimos anos. O seu backside funcionou bem com batidas verticais, grandes arcos, manobras de borda executadas com pressão, nas diferentes condições de mar nas direitas de Snapper Rocks e de Bells Beach. Além de escrever seu nome no cobiçado troféu do Rip Curl Pro, como campeão da 56ª edição do campeonato mais antigo do esporte, Wilkinson igualou um feito que não acontecia há 17 anos, ser o primeiro goofy-footer a vencer depois de Mark Occhilupo em 1998. E a última vez que alguém começou ganhando as duas primeiras etapas foi há sete anos, o também australiano Joel Parkinson em 2009.

Na decisão do título, Matt Wilkinson foi preciso mais uma vez na escolha das melhores ondas e aproveitou muito bem as chances que teve, manobrando forte de backside para atingir imbatíveis 17,37 pontos com notas 9,20 e 8,17. O sul-africano Jordy Smith não conseguiu repetir as ótimas atuações e estava mais desgastado, passando por três duelos muito difíceis desde o início do dia. Ele só voltou a competir esse ano e ainda disputou a segunda semifinal, contra o bicampeão consecutivo do Rip Curl Pro, Mick Fanning, ficando com menos tempo de se preparar para a bateria final.

Matt Wilkinson (AUS) / Foto Sloane

O primeiro desafio do sul-africano no domingo foi na segunda bateria do dia, contra o brasileiro Caio Ibelli, valendo a última vaga para as quartas de final. Ambos surfaram ondas no critério excelente dos juízes e a última série que entrou na bateria decidiu tudo. O estreante na elite deste ano vencia com notas 8,50 e 7,43 e trocou essa menor por 7,83, totalizando 16,33 pontos. Mas, a do Jordy Smith foi melhor e valeu 8,37, que somou com o 8,43 da sua segunda onda para vencer por 16,80 pontos.

Depois ganhou outra bateria com menos de um ponto de diferença contra Michel Bourez nas quartas de final. O sul-africano começou forte com notas 9,27 e 8,50 e o taitiano chegou perto dos seus 17,77 pontos, atingindo 17,26 com o 9,03 da sua última onda. Aí veio outra batalha contra o defensor do título, Mick Fanning, mas essa acabou sendo mais tranquila porque ele pegou as melhores ondas e tirou duas notas 8,17 e um 9,00 para vencer por 17,17 a 13,90 pontos. Com o vice-campeonato, Jordy Smith passou a dividir a terceira posição no ranking com o norte-americano Kolohe Andino, abaixo apenas do californiano Conner Coffin e do líder disparado com 20.000 pontos, Matt Wilkinson.

Matt Wilkinson (AUS) / Foto Kirstin

Ninguém vai poder tirar a lycra amarela do Jeep WSL Leader no Drug Aware Pro Margaret River, que começa no dia 8 e vai até 19 de abril em West Australia. Foi com a vitória nesta etapa que Adriano de Souza assumiu a ponta do ranking pela primeira vez no ano passado, surfando ondas incríveis, enormes, que rolaram em Margaret River. Mineirinho não foi bem em Bells Beach e está em décimo lugar depois das duas primeiras etapas na Austrália, empatado com o também paulista Wiggolly Dantas e outros cinco surfistas.

Por João Carvalho

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