Italo Ferreira fez os recordes e Samuca deixa Kelly na repescagem em Supertubos

Italo Ferreira estreando com os recordes do MEO Pro Portugal apresentado pela Rip Curl (Crédito: © WSL / Damien Poullenot)Italo Ferreira estreando com os recordes do MEO Pro Portugal apresentado pela Rip Curl (Crédito: © WSL / Damien Poullenot)

O atual bicampeão da etapa portuguesa do World Surf League Championship Tour, Italo Ferreira, fechou o primeiro dia do MEO Pro Portugal apresentado pela Rip Curl com os recordes da quinta-feira em Supertubos, nota 8,50 e 16,17 pontos. Samuel Pupo já havia estreado com vitória, mandando Kelly Slater para a repescagem. E Jadson André e Tatiana Weston-Webb também passaram direto para a terceira fase, mas em segundo lugar nas suas baterias.

A melhor apresentação do dia aconteceu na bateria com participação dupla do Brasil. Jadson André já arriscou um aéreo na primeira onda, mas caiu na aterrissagem e sua prancha partiu ao meio. Enquanto ele saia do mar para pegar outra, Italo Ferreira iniciou o seu show de aéreos, completando um full rotation muito alto que arrancou nota 8,50 dos juízes, a maior do dia. Ele seguiu surfando as esquerdas, enquanto o português Vasco Ribeiro pegava as direitas.

Italo continuou voando a cada onda, até somar uma nota 7,67 para se tornar o recordista absoluto do MEO Pro Portugal apresentado pela Rip Curl com 16,17 pontos. Depois, Italo começou a surfar um tubo atrás do outro e o melhor valeu nota 7,00, que foi descartada. Faltando 10 minutos, Jadson encontra uma boa onda para combinar uma manobra e um aéreo rodando na finalização. Com a nota 5,67 recebida, tirou o segundo lugar do português, completando uma dobradinha potiguar com Italo Ferreira.

“Estou muito feliz em estar de volta a Portugal. Tenho ótimas memórias daqui e vinha treinando bastante nos últimos dias”, disse Italo Ferreira, recordista em finais no CT de Portugal em Supertubos, sendo vice-campeão na final brasileira com Filipe Toledo em 2015 e bicampeão em 2018 e 2019. “A bateria foi bem divertida, porque peguei várias ondas e consegui mostrar o meu surfe. É isso o que eu gosto de fazer, surfar e me divertir. Gosto de lugares assim, onde você consegue surfar, sem precisar ficar esperando pelas ondas e tendo que marcar seus adversários”.

Tatiana Weston-Webb avançou direto para as oitavas de final (Crédito: ©WSL / Damien Poullenot)

Tatiana Weston-Webb avançou direto para as oitavas de final (Crédito: ©WSL / Damien Poullenot)

DIA INTERNACIONAL DA MULHER – A World Surf League está promovendo no MEO Pro Portugal apresentado pela Rip Curl, uma homenagem especial para celebrar o Dia Internacional da Mulher, que será comemorado em 8 de março. Todos os surfistas estão competindo com suas lycras tendo o nome de uma mulher que serviu de inspiração para eles no esporte. Italo Ferreira escolheu Ana Marcela Cunha, a baiana campeã olímpica na maratona aquática nos Jogos de Tóquio 2020 no Japão.

“Ela é uma mulher maravilhosa e medalhista de ouro nas últimas Olimpíadas”, destacou Italo Ferreira, sobre Ana Marcela Cunha, medalha de ouro nos 10.000 metros de natação. “Ela é um exemplo para o mundo inteiro e uma pessoa muito especial. Ela é do Nordeste do Brasil, como eu, e representa muito para a nossa região. Essa homenagem é para você Ana!”.

Já o jovem estreante na seleção brasileira deste ano, Samuel Pupo, escolheu homenagear a Naomi Osaka, primeira japonesa a vencer um Grand Slam no Tênis: “São muitos motivos para colocar o nome dela na minha lycra. Ela tem impactado o Tênis nos últimos anos, além de liderar alguns protestos sociais importantes. É muito inspirador ver isso não apenas para o Tênis, mas para o mundo em geral. Por isso, tenho muito orgulho em ter o nome da Naomi Osaka nas minhas costas e ela já me trouxe sorte (risos)”.

PRIMEIRA CONTRA SLATER – Samuel Pupo referiu-se ao seu desempenho na primeira vitória brasileira no MEO Pro Portugal apresentado pela Rip Curl. Ele estava enfrentando pela primeira vez o maior ídolo do esporte, Kelly Slater, mas já começou bem, manobrando forte numa direita para largar na frente com nota 6,50. Depois, mostrou o caminho das rampas para voar nas esquerdas de Supertubos, completando o primeiro aéreo do dia, um full rotation perfeito com grande amplitude. A nota 8,10 recebida, confirmou a vitória por 14,60 pontos.

Outro novato na elite, Imaikalani Devault, também usou os aéreos nas esquerdas para garantir a segunda vaga direta para a terceira fase. O havaiano somou notas 7,33 e 6,40, para superar Kelly Slater por 13,73 a 9,90 pontos. O atual número 5 do mundo, que já venceu a etapa portuguesa do CT em Peniche em 2010, saiu aborrecido do mar, mas terá uma segunda chance de classificação para a terceira fase na repescagem.

“Foi demais a bateria e estou feliz por ter vencido, especialmente por ter sido contra o Kelly (Slater)”, disse Samuel Pupo. “Eu comecei com duas notas boas e consegui ficar na frente até o final. Mas, tive que mudar de prancha por um problema no meu equipamento. Na real, foi um dia meio estranho para mim. Fui fazer um free surf hoje de manhã e me senti fora de sintonia com o mar. Mas, fiz alguns ajustes e consegui colocar em prática na bateria”.

O MEO Pro Portugal apresentado pela Rip Curl começou pela categoria feminina, mas as baterias só foram iniciadas ao meio-dia em Portugal, quando o mar ficou melhor. Mesmo assim, as condições estavam difíceis para competir nas ondas mexidas de 4-6 pés em Supertubos. Depois da primeira fase e da repescagem das mulheres, foram realizadas as quatro primeiras baterias masculinas para fechar o primeiro dia.

Lycras com nomes de mulheres que inspiraram os competidores (Crédito: ©WSL / Thiago Diz)

Lycras com nomes de mulheres que inspiraram os competidores (Crédito: ©WSL / Thiago Diz)

MULHERES HOMENAGEADAS – O peruano Lucca Mesinas também competiu na quinta-feira, só que ficou em último na bateria que classificou o australiano Owen Wright e o vice-líder do ranking, Seth Moniz, do Havaí. Lucca terá que disputar a repescagem em Portugal e homenageou a sua compatriota Sofia Mulanovich, que trouxe o primeiro título mundial da WSL para a América do Sul. O potiguar Jadson André escolheu a também surfista Jessi Miley-Dyer, que hoje é vice-presidente de Circuitos e Competições da WSL.

Mais cinco brasileiros ainda vão estrear no MEO Pro Portugal apresentado pela Rip Curl. O vice-campeão mundial Filipe Toledo está na bateria que vai abrir a sexta-feira em Supertubos e entrará no mar homenageando a brasileira Maria Esther Bueno. Miguel Pupo também escolheu a tenista campeã de Wimbledon, enquanto os outros preferiram surfistas. A lycra do atual top-4 do ranking, Caio Ibelli, tem o nome da australiana campeã mundial de 2005, Chelsea Hedges. A do João Chianca, o da guerreira brasileira Silvana Lima. E a do Deivid Silva, o nome da Malu Mendes, filha do técnico de surfe, Paulo Kid, que foi campeã mundial de Surf Adaptado em 2020.

ÚNICA BRASILEIRA – Já a única brasileira da elite mundial, Tatiana Weston-Webb, competiu na quinta-feira usando a lycra com o nome da Michelle Kwan, bicampeã olímpica e pentacampeã mundial de patinação artística. Tatiana enfrentou duas novatas no CT 2022 na quarta bateria do dia e viu Molly Picklum fazer as marcas a serem batidas no campeonato. A australiana surfou forte e venceu somando 15,50 pontos, com notas 7,17 e 8,33 em duas ondas seguidas.

Mas, Tatiana conseguiu a classificação na última onda que surfou e valeu nota 5,17, superando Gabriela Bryan por 10,10 a 9,10 pontos. A havaiana depois venceu sua bateria pela repescagem e avançou para enfrentar a bicampeã mundial Tyler Wright nas oitavas de final. Esse confronto será antes do da Tatiana Weston-Webb, que vai disputar a sétima e penúltima vaga para as quartas de final com outra estreante na elite, a havaiana filha de pai e mãe brasileiros, Luana Coelho Silva.

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