Ian Gouveia sonha vencer em Fernando de Noronha

Ian Gouveia/ Foto: Clemente CoutinhoIan Gouveia/ Foto: Clemente Coutinho

Em 2019, o ano será de recuperação para Ian Gouveia no surf e, nada melhor, do que começar realizando um sonho: vencer o tradicional Oi Hang Loose Pro Contest, QS 6000, que está de volta à Fernando de Noronha, de 19 a 24 deste mês. O surfista de 26 anos esteve presente em todas as edições realizadas na Ilha, muitas delas como espectador, ainda quando criança, acompanhando seu pai, Fábio Gouveia, e não esconde um sonho: vencer o evento e sair na frente no ranking que classifica os dez melhores surfistas do Mundo para o Championship Tour (CT), a primeira divisão da modalidade.

Ian Gouveia/ Foto: Clemente Coutinho

Mais do que ganhar os 6 mil pontos no ranking, há todo o simbolismo do título do mais tradicional campeonato de surf do País, sem dúvida, o mais desejado no Brasil em ondas tubulares. Soma-se a isso, marca ser sua patrocinadora desde seus tempos de criança e, antes disso, acompanhar toda a carreira de seu pai. “As expectativas são as melhores, a ansiedade enorme. Já são sete anos que não rola o evento lá”, afirma.

“Vai ser muito irado começar a temporada surfando em Noronha. Realmente é um campeonato de tradição e um dos melhores que a gente tem no calendário, tanto no QS quanto no CT. Todo mundo quer ir. Lugar paradisíaco, de altas ondas e, com certeza, está todo mundo com saudades de competir lá”, elogia o surfista.

Ian tem uma forte ligação com Noronha e com o Oi Hang Loose Pro Contest. Especialista em tubos, ganhou grande bagagem justamente nas ondas locais. “Fui em todas as edições do Hang Loose em Noronha. Meu pai sempre me levou para lá quando ia competir. Morava em Recife, era pertinho, e mesmo quando fui morar em Floripa, continuei indo para lá. O meu primeiro QS da vida foi em Noronha”, conta.

Outra grande recordação foi em sua segunda participação no QS, em 2009, sendo o quinto colocado, então com apenas 16 anos de idade. “Foi muito especial, um evento que rolaram altas ondas, consegui fazer boas baterias e acabei perdendo nas quartas para o Bruno Santos, que acabou campeão da etapa”, lembra.

Agora dez anos depois, o cenário é totalmente diferente, com muito mais vivência na bagagem, mas o sonho de vencer é o mesmo. “Em 2009 eu estava começando no Circuito, era só um moleque sem experiência, que gostava de me divertir e pegar ondas”, argumenta.

“Com certeza, sonho em vencer esse evento, principalmente sendo em Noronha. Meu pai já venceu o Hang Loose Pro Contest antes mesmo de eu nascer e repetir esse mesmo feito, ainda mais em Noronha, seria algo especial, que sempre passou pela minha cabeça”, revela Ian Gouveia, eliminando qualquer pressão, em competir o evento de seu patrocinador. “Isso até me motiva”.

ELITE

Ian destaca que o foco nessa temporada é retornar à elite e vem se preparando para as principais etapas. Uma delas, sem dúvida, será Noronha. “Se a gente der sorte de pegar Cacimba do jeito, pode se dizer que será um dos melhores campeonatos do ano. Realmente ali a qualidade da onda é internacional e é top 3 das melhores ondas do Circuito”, fala.

Numa autoavaliação de suas performances em 2018, o que ele leva é o aprendizado. “Foi um ano muito difícil para mim em termos de resultados. Mas levo um ano muito bom em experiência. Agora, com certeza, se eu retornar à elite, será totalmente diferente e acredito que para melhor”, completa o atleta que hoje mora em Maresias, no litoral norte de SP.

Por João Carvalho

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