Hanada é supercampeão do Guarujaense

Um dos jovens talentos revelados em Guarujá entrou para a história do surf da cidade. Aos 14 anos, Luan Hanada sagrou-se no último domingo (25), o supercampeão do Rip Curl Guarujaense de Surf 2016 e para valorizar ainda mais o título especial, vencido em condições desafiadoras, com ondas de 6 a 8 pés (cerca de 2,5 metros) sólidos. A disputa é realizada entre os campeões municipais da temporada, numa bateria única e a revelação do Monduba, na Praia de Pitangueiras, liderou a finalíssima desde o início, sabendo escolher bem as ondas. O placar foi apertado, 10,76 contra 10,13 de Carlos Eduardo, e 9,26 de Matheus Mariano. Como prêmio, Luan faturou uma passagem aérea para a Indonésia. “Realizei o meu sonho. Estou muito feliz. Estava difícil lá dentro, com todo mundo surfando bem, mas entrei relaxado e esperei as boas”, vibrou o supercampeão, dedicando ao título ao pai, Binho Hanada, também competidor e que tentava o bicampeonato master no campeonato. “Com certeza, ele foi a razão de eu ter garantido esse título. Me ajuda em tudo. O que eu tenho é graças a ele”, agradeceu. Binho, por sua vez, resumiu bem a emoção de ver o filho supercampeão, com a disputa acirrada até o final. “Pô! Querem me matar do coração?”, brincou o pai, que colocou Luan em cima de uma prancha logo aos três anos de idade na Praia de Pitangueiras. “Com dez anos comecei a levar a sério. Esse título vai ser um grande impulso e agora é treinar mais e seguir carreira”, disse.

O título de supercampeão foi decidido por seis dos nove campeões municipais da temporada. Luan garantiu a vaga ao faturar o ranking da mirim. Carlos Eduardo, o Inhonho, foi o melhor da open e Matheus Mariano garantiu o bicampeonato júnior. Juntos, estavam na grande final Juquinha Júnior, campeão da iniciante e que terminou em quarto na decisão especial; Tekinho do Tombo, número 1 da master e o quinto na finalíssima; e Daniel Farias, o melhor guarujaense na longboard, ficando em sexto. O Circuito ainda teve como campeões da temporada Luiz Diniz, no Sup Wave (e que também ficou em terceiro na open); Stephanie Frumento (irmã de Juquinha), na feminina; e os santistas Yuri Beltrão, na estreante e Leco Salazar, na longboard (e vice no Sup). Diniz e Leco chegaram a duas finais na etapa, assim como Eduardo Motta, vencedor da iniciante e segundo na mirim. Vale ressaltar as vitórias no Tombo de dois ícones – Jojó de Olivença na master e Carlos Bahia na longboard. Na definição das vitórias na etapa, antes da grande atração do Circuito, o supercampeão, a estreante foi a primeira a entrar no mar. Yuri Beltrão repetiu a vitória, vencendo com grande vantagem, para ser o campeão geral, com Everton Freitas sendo o segundo na etapa e erguendo o título guarujaense. Na sequência, foi a vez dos surfistas da iniciante e Eduardo Motta, ausente na etapa inicial, por estar na viagem para a Indonésia, venceu com folga. Abriu a bateria com um 7,83. Na segunda onda, ele perdeu a prancha, mas teve tempo de pegar outro equipamento, voltar e garantir o primeiro lugar. Juquinha Júnior, filho do experiente shaper, Luiz Juquinha, repetiu o segundo lugar, sagrando-se o campeão do ranking 2016.

Na feminina, Stephanie Frumento garantiu o segundo título à família, sem ser ameaçada na bateria. Na mirim, Luan Hanada competiu com o título assegurado e mostrando que estava em grande dia, abriu a bateria com a melhor nota da disputa, 5,67. Eduardo Motta, em sua segunda final, fez um 4,67 e tentou buscar a vitória, até que o líder ampliou o placar, faltando dois minutos, com uma nota 4,77, para comemorar o título. Na longboard, sem atletas da Cidade na final, Leco Salazar também entrou na água como o campeão geral, mas viu Carlos Bahia vencer a disputa. O surfista de São Sebastião, inclusive, teve a maior somatória da competição ainda no round 1, com nada menos que 18,50 pontos de 20 possíveis, com notas 9 e 9,5, mostrando grande sintonia com as ondas do Tombo. O santista terminou em terceiro e o melhor guarujaense no Circuito foi Daniel Farias, que ficou em quinto lugar. Entre os veteranos da master, o bicampeão brasileiro e ex-integrante do WCT, Jojó de Olivença superou o novo campeão do Circuito, Tekinho do Tombo, por uma diferença mínima – 7,77 a 7,54. No Sup Wave, uma final de alto nível, inclusive com o campeão mundial da categoria, Leco Salazar. Luiz Diniz entrou no mar confiante depois da melhor nota do evento, na semi, um 9,77 e quase repetiu o score, com 9,67, que lhe garantiu grande vantagem sobre os rivais. No último minuto, Leco conseguiu uma boa onda e passou de terceiro para segundo. Na júnior, Matheus Mariano, em busca do bicampeonato, abriu com 6,27 e confirmou o novo título com um 7, a melhor nota da bateria. Vitor Mendes foi o principal rival, com um 5 e um 6,4, enquanto que Alax Soares competiu contundido (torção no tornozelo) e mesmo no sacrifício, ainda garantiu o terceiro lugar.

Depois, na open, mais emoção. Carlos Eduardo saiu na frente, com 7,83, viu Gabriel André virar o resultado, recuperou a liderança e novamente caiu para segundo, até que faltando pouco mais de um minuto, pegou uma esquerda, abrindo com uma rasgada para voltar ao primeiro lugar. Precisava de 5,04 para vencer e tirou 6,10. Gabriel André, logo depois, também pegou uma esquerda, atacou o lip da onda, mas não conseguiu reverter o placar. Luiz Diniz em sua segunda decisão no dia, terminou em terceiro lugar, mostrando grande preparo físico. Já na grande final do Circuito, Luan Hanada saiu na frente, com um 4,83. Matheus Mariano fez um 3,63. Carlos Eduardo foi o que mais se aproximou, com um 4,70, mas o novo supercampeão ampliou o resultado, com um 5,93. Daniel Farias ocupava o segundo lugar até que Carlos Eduardo surfou outra boa onda, com 5,43 para assumiu a vice-liderança, precisando de 5,34 para vencer. No final, surfou outra onda, que não foi suficiente para virar – 4,53.

Fotos Silvia Winik

Por Fábio Maradei

Compartilhe.