Garopada tem mais um dia de praia cheia e boas ondas

Sophia Medina estreando com vitória no Circuito Brasileiro de Surfe (Crédito: Daniel Smorigo / World Surf League)Sophia Medina estreando com vitória no Circuito Brasileiro de Surfe (Crédito: Daniel Smorigo / World Surf League)

A “Capital Catarinense do Surfe” teve mais um dia de praia cheia e boas ondas na etapa de abertura do Circuito Banco do Brasil de Surfe. A sexta-feira começou pela estreia dos cabeças de chave do primeiro evento do World Surf League (WSL) Qualifying Series na cidade de Garopaba. Depois, as 32 participantes da categoria feminina fizeram suas primeiras apresentações nas direitas e esquerdas da Praia da Ferrugem. Apenas 16 seguem na briga do título e restaram 32 concorrentes no masculino.

As peruanas Daniella Rosas e Sol Aguirre fizeram os recordes femininos, conseguindo as maiores notas e somatórias das duas ondas computadas. Mas, todas as atenções da torcida que encheu a praia, foram para Sophia Medina e Silvana Lima, uma das atletas patrocinadas pelo BB Asset Management, que também patrocina as três etapas do Circuito Banco do Brasil de Surfe. Sophia conquistou o título sul-americano da WSL Latin America duas semanas atrás e estreou com vitória em Garopaba. Ela foi cercada pelo público, tirando muitas selfies no caminho da praia até a arena do evento na Praia da Ferrugem.

“É um carinho muito especial, essa galera é muito carinhosa e me sinto superfeliz por eles admirarem o que eu faço. Fico muito grata e isso certamente me motiva mais”, disse Sophia Medina, que vai disputar o Challenger Series em maio na Austrália. “Esta é realmente minha última parada antes do Challenger. Mas, quero viver momento por momento, sem pensar muito lá na frente. Agora estou aqui, então vou fazer o meu melhor para conseguir um bom resultado e ir ainda mais motivada para o Challenger”, reforçou a irmã do tricampeão mundial Gabriel Medina, que volta a competir este ano, na etapa da Indonésia.

A recém-coroada campeã sul-americana profissional com apenas 16 anos, um a menos de quando seu irmão ganhou o primeiro dos seus dois troféus da WSL Latin America, vai disputar a terceira batalha por duas vagas para as quartas de final do Circuito Banco do Brasil de Surfe neste sábado. Será um grande teste para Sophia Medina, pois vai enfrentar as experientes surfistas olímpicas, Silvana Lima e a equatoriana Dominic Barona, ambas com dois títulos sul-americanos no currículo. A guerreira Juliana Meneguel completa esta bateria.

Silvana estreou no confronto Brasil x Peru que fechou a sexta-feira, conseguindo a última vaga para a segunda fase. A disputa foi vencida pela peruana Sol Aguirre, que somou uma nota 7,30 para atingir o maior placar feminino na Praia da Ferrugem, 14,13 pontos. Apenas ela superou os 13,74 que a também peruana Daniella Rosas, registrou na primeira bateria das meninas em Garopaba. Daniella foi a recordista de nota, com o 8,17 recebido pela esquerda destruída por uma série de batidas e rasgadas de backside. A peruana venceu as duas últimas etapas do QS que participou nas últimas semanas, na Praia Mole de Florianópolis e na Argentina.

“Estou feliz por ganhar a primeira bateria neste terceiro campeonato seguido, mas na verdade em cada um eu comecei do zero, então tem que ir passo a passo”, disse Daniella Rosas. “Eu consegui me adaptar bem com essas ondas e me sinto pronta para as próximas baterias. Só as condições do mar que mudam bastante. Na bateria antes da minha (última do masculino), as ondas estavam muito boas, então eu tentei começar bem a bateria e fiquei feliz com meu surfe”.

Daniella Rosas é uma das quatro classificadas pelo último ranking regional da WSL Latin America, para participar da batalha por dez vagas na elite feminina do Championship Tour de 2023. Além dela, a também peruana Arena Rodriguez e duas igualmente jovens surfistas do Brasil, Sophia Medina e a catarinense Laura Raupp, que ganhou sua bateria na sexta-feira. O Challenger Series começa com duas etapas seguidas na Austrália em maio, então o Circuito Banco do Brasil de Surfe é a última competição antes da viagem.

Assim como na categoria feminina, o recordista do dia nas 16 baterias da terceira fase masculina, que abriram a sexta-feira na Praia da Ferrugem, foi um dos dez classificados pela WSL Latin America, para a divisão de acesso ao CT. Santiago Muniz é o único representante da Argentina no Challenger Series e fez a melhor apresentação dos homens, entre os 64 que competiram. Foi na última bateria, completando até um aéreo para atingir 15,50 pontos, igualando o 8,83 do paranaense Kainan Meira na quinta-feira, a maior nota do Circuito Banco do Brasil de Surfe.

“Primeiramente, quero agradecer a Deus por mandar umas ondas e eu poder aproveitá-las”, disse Santiago Muniz. “A Ferrugem sempre dá altas ondas e a bateria foi muito difícil, com amigos de bastante tempo, que a gente sempre se encontra nos eventos. Mas, tem muita coisa para rolar ainda e foi só um passinho agora. Estou feliz por estar tendo essas etapas no Brasil, ainda vai dar altas ondinhas e quero tentar me divertir”.

Santiago ficou em terceiro lugar na etapa que abriu a temporada 2022/2023 da WSL Latin America na Argentina, já valendo vagas para o Challenger Series do ano que vem. Os finalistas em Mar del Plata não estão em Garopaba, nem o peruano Alonso Correa e nem o campeão na final do sábado, seu irmão mais velho, Alejo Muniz. Ele acabou contundindo o joelho nas semifinais e teve que cancelar sua participação no Circuito Banco do Brasil de Surfe. Agora, Santiago pode assumir a liderança do ranking, para ficar tudo em casa.

Um novo número 1 na batalha pelas vagas da América do Sul para o Challenger Series 2023, será conhecido neste fim de semana na Praia da Ferrugem. A nova geração também está bem representada nesta briga, pelos catarinenses Leo Casal e Heitor Mueller, que dividem a quinta posição no ranking. Heitor estava fora deste evento e, só entrou na competição, quando Alejo Muniz anunciou oficialmente que não poderia participar.

Os dois se classificaram e Heitor Mueller ganhou a segunda bateria da sexta-feira na Praia da Ferrugem. Ele agora vai disputar a primeira do sábado, com um surfista da nova geração como ele, Daniel Matos, o bicampeão brasileiro Messias Felix e Edgard Groggia, que vai competir nos Challenger Series da Austrália. Leo Casal passou em segundo na bateria dele, vencida pelo experiente ex-top do CT e campeão brasileiro, Jihad Khodr.

Leo está no terceiro confronto da quarta fase, com o também jovem Gabriel Klaussner, Marcos Correa e um dos destaques do Circuito Banco do Brasil de Surfe em Garopaba, Lucas Silveira. Ele ainda é um dos recordistas do evento, com os 15,83 pontos que totalizou em sua estreia na primeira fase da competição. Já a sua nota 8,50 da quinta-feira, foi ultrapassada pelo 8,83 que Kainan Meira conseguiu no primeiro dia e Santiago Muniz igualou na sexta-feira.

Além da competição acontecendo dentro d´água, o Circuito Banco do Brasil de Surfe também promove várias atividades extras para o público na Praia da Ferrugem, como aulas de surfe, yoga, quadra de “beach tennis” e até espaço kids. Nos boxes montados ao lado da arena do evento, empreendedores locais clientes do Banco do Brasil, montaram lojas de biquinis, de pranchas, para expor seus produtos. Também haverá ações de sustentabilidade, como limpeza da praia com coleta seletiva do lixo e plantio de mudas na cidade de Garopaba.

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