O bicampeão mundial Gabriel Medina venceu o Rip Curl Narrabeen Classic com seus aéreos registrando novos recordes na temporada 2021 do WSL e foca no terceiro título mundial. Ele já tinha conseguido a maior nota (9,70) do ano na etapa passada em Newcastle e na terça-feira colocou mais três na lista, 9,30 recebido nas quartas de final e 9,27 e 9,50 na decisão do título com o californiano Conner Coffin. Os 18,77 pontos da sua 15ª vitória em 27 finais em etapas do CT, também passaram a ser o maior placar do ano, ultrapassando os 18,16 de John John Florence em Pipeline.
Medina decidiu o título em todas as finais até o momento. Perdeu a primeira no Havaí para John John Florence, a segunda para Italo Ferreira em Newcastle, mas agora ganhou e disparou na liderança do ranking. O único que poderá tirar a lycra amarela de Gabriel Medina é Italo Ferreira, mas o potiguar já precisa chegar na final do Boost Mobile Margaret River Pro, para superar os 25.600 pontos do novo líder do ranking.
A performance de Medina nas boas ondas de 3-4 pés da terça-feira em North Narrabeen foi espetacular. Na decisão do título, já destruiu sua primeira onda, começando com uma rasgada desgarrando a rabeta e invertendo total a direção da prancha, emendando uma batida forte e um aéreo reverse na finalização, que valeram nota 9,27. Logo ele pega uma direita, manda um pancadão de backside e acelera até chegar na rampa para voar muito alto, fazer o rotação completa no ar com muita extensão e aterrissar com perfeição.
Quando completou a manobra, até pediu a nota 10 com os dedos das mãos e a torcida também, mas a nota saiu 9,50. Ainda assim, já era a segunda maior do ano e com ela fez também o maior placar das três primeiras etapas, 18,77 pontos. Tudo isso nos 10 primeiros minutos da bateria. Depois ficou dando um show para o público, que vibrava a cada onda do bicampeão mundial. Conner Coffin até surfou bem uma onda nos minutos finais que valeu 8,77, mas não ameaçou a 15.a vitória de Gabriel Medina em sua 27.a final no CT.
“É uma sensação incrível conseguir fazer uma performance como essa”, disse Gabriel Medina, logo que saiu do mar e foi cercado pela torcida que lotou a praia na terça-feira. “Foi uma final com boas ondas e bastante oportunidades para surfar e eu acertei todos os meus aéreos. É muito bom ganhar um evento e eu estava com saudade dessa emoção. Eu tenho chegado em várias finais (essa foi a quarta consecutiva), mas estava cometendo alguns erros que corrigi tudo nessa. É ótimo sentir essa sensação de que você está melhorando”.
Medina também comentou sobre o aéreo que valeu a maior nota do Rip Curl Narrabeen Classic, 9,50: “Aquela rampa foi demais. Quando eu entrei na onda, fiz a primeira manobra e depois só acelerei e fui para o aéreo. Quando aterrissei, eu sabia que ia receber outra nota 9 e pouco e aí pensei: acabou. Eu quero agradecer todo mundo aqui desse lugar incrível, as praias são fantásticas, a comida é ótima, as pessoas muito simpáticas e ter esse apoio da torcida é demais. Tenho me divertido muito e a Austrália nunca foi tão boa para mim assim”.
Medina já tinha brilhado na primeira bateria que disputou na terça-feira, contra a sensação australiana, Morgan Cibilic. O estreante na elite do CT começou forte surfando um tubaço nas esquerdas de Narrabeen, mandando ainda um cutback e um rasgadão na onda que valeu 8,67. Eles se enfrentaram na semifinal em Newcastle e Gabriel só conseguiu derrota-lo com um aéreo que arrancou a maior nota do ano, 9,70. Teria que fazer o mesmo e conseguiu no último minuto, voando alto e completando o giro para ganhar 9,30 dos juízes, a maior do campeonato até ali.
Na semifinal, também teve trabalho para superar o português Frederico Morais, que largou na frente com notas 5,40 e 4,27 com seu ataque de backside nas esquerdas. Não entraram muitas ondas boas nessa bateria e Gabriel não conseguia completar os aéreos. Mas, de tanto insistir acertou dois em duas ondas seguidas para assumir a ponta com notas 6,00 e 5,70, que depois trocou por um 6,50. Mas, ele teve que marcar o português de perto, para seguir para sua quarta final consecutiva por 12,50 a 10,70 pontos.
O outro único titular da seleção brasileira masculina a chegar no último dia foi o catarinense Yago Dora, que detinha um recorde de 16,33 pontos no Rip Curl Narrabeen Classic. Ele disputou a última vaga para as semifinais com o americano Griffin Colapinto, que abriu a bateria com nota 8,50 de um aéreo 360 de backside muito alto na sua primeira onda. Yago respondeu com dois ataques poderosos no crítico de uma esquerda para entrar no jogo com nota 7,00. Depois parou de entrar ondas boas e eles tiveram que somar notas baixas, com Griffin derrotando o catarinense por 12,50 a 12,00 pontos.
As outras etapas serão na região de West Australia, o Boost Mobile Margaret River Pro de 02 a 12 de maio em Margaret River e o Rip Curl Rottnest Search de 16 a 26 de maio em Rottnest Island.