Filipe Toledo: “Eu sei que vai ser bem difícil, mas vou dar meu máximo”

No dia 15 de março, quando retornava de um aéreo em plena semifinal da etapa de abertura do WCT na Gold Coast, Austrália, o brasileiro Filipe Toledo sofreu uma lesão no fêmur esquerdo. Ficou fora de duas etapas do Tour e, mais do que isso, sem surfar por quase dois meses. Ainda em recuperação e fazendo fisioterapia, ele retorna às ondas e será uma das estrelas no Rio Pro, a quarta etapa do World Surf League Championship Tour, a partir do dia 10 na Praia de Grumari, Rio de Janeiro.

Filipinho em Ubatuba / Foto Zen Filmes

Filipinho em Ubatuba / Foto Zen Filmes

Antes de chegar à capital fluminense, Filipinho e a família deram uma parada “estratégica” em Ubatuba, onde, inclusive, voltou a surfar. Ainda sem arriscar as manobras mais radicais, ele adianta que não está 100%, mas está animado para defender o título de 2015. Além dos treinos nas ondas, ele segue firme na fisioterapia e em Ubatuba tem o apoio da Personal Boards, com dois profissionais para auxiliá-lo. “A recuperação está boa, graças a Deus. Voltei a surfar com um pouco de receio, ainda, em arriscar algumas manobras, mas estou conseguindo surfar sem dor”, comentou. “Eu sei que vai ser bem difícil, não sei se vou conseguir ficar 100% até o dia do campeonato, mas vou dar meu máximo, batalhar muito para poder defender esse título e deixar o troféu em casa novamente”, ressaltou.

O surfista de 21 anos demonstra otimismo não só para a etapa carioca, como para todo o Tour. “Agora o foco é me manter dentro da elite, e se Deus quiser, chegar no Havaí brigando pelo o título novamente. Estou confiante, sei que tenho chance, o ranking está bastante embolado”, falou. Apesar de pensar que hoje poderia estar vivendo uma situação bem confortável no Circuito, não fosse a lesão, ele não esmorece e confia no que vem pela frente. “Imaginei que se não fosse o aéreo, se eu tivesse mandando uma batida, ou não tivesse pego aquela onda, talvez teria tomado um rumo totalmente diferente, a bateria, a etapa, o campeonato. Mas era para ser. Deus quis que fosse assim e temos de continuar focados, treinando forte, batalhando, para conquistar os nossos objetivos”, disse.

Foto Arquivo Pessoal

Foto Arquivo Pessoal

Durante o período sem surfar, Filipinho se dedicou totalmente à fisioterapia, com o médico Mark Kozuk, na Califórnia, a aproveitou para curtir a família. “Foi bem complicado. Estava ficando meio doido sem surfar tanto tempo. Assistindo a galera competir e eu não podendo fazer nada. Ao mesmo tempo, foi bom, para dar uma relaxada na cabeça, me recuperar física e mentalmente”, contou o atleta. “O que mais passou pela minha cabeça foi coisa boa. Aproveitei com a família, a namorada. Muito difícil ter todos eles juntos. E ter todos juntos comigo foi muito bom. Incentivo. Recarreguei as energias”, complementou o atleta, que em Ubatuba, está na casa onde cresceu, onde sempre viveu antes de se mudar para a Califórnia. “Sempre morei aqui. Foi onde tudo aconteceu… Muito bom voltar, rever meus amigos, surfar onde aprendi a surfar. Tem ligação especial, energia muito boa. Me faz querer surfar mais. Me motiva muito mais”, relatou.

Ele também falou da nova fase na vida pessoal, com a gravidez da namorada Ananda e a chegada da filha em outubro, garantindo que assimilou bem a mudança radical. “Tudo mudou de uma hora para a outra. Estou feliz, muito amarradão, com a princesinha. A Ananda também. A família está apoiando”, afirmou. Estou muito tranquilo e, sem dúvida, vai me dar muito mais motivação para ir, quebrar tudo e voltar para a casa”, disse sobre a filha, ainda sem nome definido, mas já com um destino certo no final do ano, o Havaí. “Se Deus quiser ela estará presente, para acompanhar tudo de pertinho desde cedo”, completou Filipe, agradecendo aos fãs que torceram por sua recuperação.




Por Fábio Maradei

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