Filipe e Ítalo vencem na abertura do Tour 2018

Filipe Toledo (SP) (@WSL / Ed Sloane)Filipe Toledo (SP) (@WSL / Ed Sloane)

A abertura do mundial de Surfe 2018 na Austrália, nas ondas de Snapper Rocks, teve início no domingo (11/3) e os brasileiros Ítalo Ferreira e Filipe Toledo venceram suas primeiras baterias e avançaram direto para a terceira fase. Já outros nove brasileiros não tiveram a mesma sorte em suas estreias, mas terão uma segunda chance de classificação na agora única repescagem nas etapas do Circuito Mundial.

Filipe Toledo (SP) (@WSL / Ed Sloane)

A primeira vitória brasileira veio após três serem derrotados nas primeiras baterias do dia. O potiguar de Baía Formosa, Italo Ferreira, entrou junto com o campeão mundial Gabriel Medina e o italiano Leonardo Fioravanti, vencedor da triagem. Medina e Leonardo ficaram disputando o pico para pegar a primeira onda boa e o brasileiro parecia ter ganho a batalha. Medina já dropou passando por dentro de um tubo rápido e saiu variando manobras potentes de backside até onde a onda permitiu.

No entanto, os juízes analisaram toda a situação da disputa da onda e concluíram que o italiano tinha adquirido primeiro o posicionamento para surfa-la em toda a sua extensão, o que não conseguiu porque Medina já estava à sua frente. Como penalidade pela marcação da “interferência”, a onda foi anulada e foi difícil encontrar outras boas na condição do mar no domingo, com muita correnteza em Snapper Rocks.

O potiguar Italo Ferreira ainda pegou uma direita boa logo em seguida, a onda abriu uma parede longa para detonar uma série de fortes batidas e rasgadas, algumas ficando de cabeça pra baixo, para largar na frente com nota 7,33. O italiano começou com 5,77 na primeira onda que surfou, mas não achou mais nada e o máximo que Medina conseguiu depois foi um 4,50. Já Italo Ferreira ainda pegou outra boa para repetir o ataque de backside como se estivesse surfando na sua casa, nas direitas do Pontal de Baía Formosa. Com a nota 6,93 recebida, atingiu 14,26 pontos e saiu do mar com os recordes do dia.

Logo após a derrota de Gabriel Medina, o atual bicampeão mundial John John Florence também teve sua camisa amarela de número 1 do ranking carimbada por um dos estreantes da temporada, o norte-americano Griffin Colapinto, campeão do WSL Qualifying Series no ano passado. Ele já começou subindo a maior nota para 7,67 em sua primeira onda como top da elite do CT e ela foi decisiva para a vitória por 12,50 pontos, contra apenas 7,50 das duas ondas computadas pelo havaiano e somente 2,00 pontos do convidado, Mikey Wright.

O único que conseguiu bater todos os recordes foi Filipe Toledo, na décima bateria, segunda com dois brasileiros estreando juntos. Filipe usou a arma mais letal, os aéreos, em sua primeira onda para começar a bateria com nota 7,33. Depois, achou outra direita boa para apresentar seu arsenal de manobras progressivas, atacando os pontos mais críticos da onda com pressão e velocidade.

A onda proporciona quatro manobras fortes no outside, Filipe segue nela, faz a conexão e a onda volta a armar quando entra na bancada para seguir variando mais quatro batidas e rasgadas, até explodir a junção para fechar a melhor apresentação do domingo em Snapper Rocks. Os juízes deram nota 8,23 nesta onda para Filipe Toledo totalizar 15,56 pontos, superando os 14,26 do potiguar Italo Ferreira para se tornar o recordista absoluto da primeira fase do Quiksilver Pro Gold Coast.

O estreante Tomas Hermes e o português Frederico Morais perderam para Filipe Toledo nesta bateria e nove brasileiros vão ter que disputar a repescagem para chegar na terceira fase. Eles não conseguiram mostrar o seu surfe no mar difícil do domingo, com todos saindo do mar falando da forte correnteza agindo na formação das ondas em Snapper Rocks, fazendo com que eles não parassem de remar durante toda a bateria. Foi um intenso teste físico para os surfistas logo no primeiro desafio do ano.

Por João Carvalho

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