Dominic Barona e Rafael Teixeira batem recordes históricos no QS de Iquique no Chile

Caio Costa conseguiu a terceira maior nota da sexta-feira nos tubos de La Punta (Crédito: Nicolás Diaz / Iquique Pro)Caio Costa conseguiu a terceira maior nota da sexta-feira nos tubos de La Punta (Crédito: Nicolás Diaz / Iquique Pro)

As ondas subiram para 4-6 pés na sexta-feira e recordes históricos foram batidos na etapa do World Surf League (WSL) Qualifying Series de Iquique no Chile. Primeiro, na terceira fase do Quiksilver Iquique Pro QS 3000, o brasileiro Rafael Teixeira aumentou de 18,25 para 18,53 pontos, a maior somatória registrada desde 2018 nas ondas de La Punta, na Playa Cavancha de Iquique. Depois, a equatoriana Dominic Barona conseguiu no Roxy Iquique Pro QS 3000, a maior nota feminina nos 3 anos do evento, 9,17. O show de surfe prossegue neste sábado, a partir das 8h00 no Chile, ao vivo pelo WorldSurfLeague.com.

Na sexta-feira, pela primeira vez na semana, foram realizadas baterias de todas as quatro competições que estão sendo disputadas em Iquique. O quarto dia começou pelas quatro restavam para fechar a segunda fase do Quiksilver Iquique Pro Junior. Na sequência, as oito da terceira fase do QS 3000, quando Rafael Teixeira registrou um novo recorde histórico no Chile. Com as notas 9,60 e 8,93 das duas últimas ondas que surfou, atingiu incríveis 18,53 pontos que ninguém havia conseguido em Iquique desde 2018.

“Estou muito feliz, mas eu não escutei nada lá dentro e só fiquei sabendo das notas quando eu saí, quando vi que tinha um 8,9 e um 9,6”, contou Rafael Teixeira. “Certamente, foi minha melhor bateria dos últimos anos. Eu não estava tendo um bom ano, mas agora inicia uma nova caminhada para alcançar o objetivo. Essa foi a primeira bateria que eu venci aqui, espero que de muitas que hão de vir. Fico feliz em estar voltando ao ritmo, surfando bem e só quero agradecer meus patrocinadores, porque sem eles nada disso poderia acontecer. Vamos seguir passo a passo, até chegar na final”.

Esse recorde de Rafael Teixeira foi atingido no sexto dos oito confrontos da terceira fase do Quiksilver Iquique Pro QS 3000. E o da equatoriana Dominic Barona foi conseguido três baterias depois, na segunda da terceira fase do Roxy Iquique Pro QS 3000. A surfista olímpica só pegou duas ondas e destruiu a segunda, repetindo o ataque do brasileiro, com uma série de manobras potentes de backside que arrancaram 9,17 dos juízes. A maior nota nos dois primeiros anos era 8,73, de Meah Collins em 2019, mas a norte-americana segue com o maior placar feminino da história, 15,73 pontos contra os 15,44 da equatoriana na sexta-feira.

“Estou superfeliz, o mar subiu bastante em comparação a ontem e minha bateria foi bem difícil, então estou contente por ter conseguido pegar boas ondas”, disse Dominic Barona. “A água aqui é bem gelada e no Equador nunca fica assim, mas está muito bom para surfar. Eu gosto muito dessas ondas, parecem com as da minha casa, Montañita, que é uma direita também muito boa. Então, estou me sentindo bem confiante em surfar aqui”.

A equatoriana tem dois títulos sul-americanos da WSL Latin America no currículo e já fez uma final nesta temporada 2022/2023, na estreia das Ilhas Galápagos no calendário da World Surf League em seu país. Dominic acabou perdendo para a peruana Sol Aguirre e as duas são as principais concorrentes para assumir a liderança do ranking regional no Chile. A brasileira Tainá Hinckel perdeu na sexta-feira e ficou aberta a disputa pela primeira posição na corrida pelas quatro vagas para o WSL Challenger Series de 2023.

Tainá competiu junto com Sol Aguirre e estava passando em segundo lugar até o último minuto, quando a argentina Lucia Cosoleto a ultrapassou com uma nota 5,67. A brasileira ainda pegou uma onda precisando de 5,94 para se classificar, mas a nota saiu 5,47 e ela foi eliminada por 11,37 a 10,90 pontos. Sol Aguirre dominou o confronto, desde o 6,33 recebido em sua primeira onda. Depois, trocou essa nota por 6,77, que somou com 7,83, fazendo o segundo maior placar feminino da história do QS de Iquique até ali, 14,60 pontos.

“Foi uma bateria muito difícil e é assim cada vez que avançamos, porque vai enfrentando surfistas mais fortes, então estou superfeliz porque o meu objetivo era passar a bateria”, disse Sol Aguirre. “Ainda tem a bateria da categoria Junior e vamos com tudo, porque as ondas estão muito boas. Estou superfeliz em estar aqui surfando bem, sempre procurando representar o meu país da melhor forma. Espero manter esse bom ritmo até a final”.

A eliminação da líder do ranking, Tainá Hinckel, não foi a única surpresa da sexta-feira na terceira fase do Roxy Iquique Pro QS 3000. A grande estrela do evento, duas vice-campeã mundial, Silvana Lima, estava empatada com Dominic Barona em segundo lugar no ranking e perdeu na bateria que definiu as duas últimas classificações para as quartas de final. Ela foi barrada pela peruana Arena Rodriguez Vargas e pela jovem Isabelle Nalu. A surfista de apenas 15 anos de idade, foi a única brasileira a se classificar.

As quartas de final do Roxy Iquique Pro QS 3000 neste sábado, vão começar com um duelo peruano entre Sol Aguirre e Melanie Giunta. Na segunda bateria, Dominic Barona enfrenta a argentina Lucia Cosoleto, que impediu Tainá Hinckel de seguir defendendo a liderança do ranking no Chile. Na chave de baixo, tem a brasileira Isabelle Nalu contra a também jovem equatoriana Genesis Garcia, 17 anos. E a última quarta de final será entre a peruana Arena Rodriguez Vargas e a argentina Lucia Indurain.

Com os 3.000 pontos da vitória no Roxy Iquique Pro, todas as oito surfistas podem ultrapassar os 3.095 que Tainá Hinckel ficou no ranking. Ela ainda está na frente, mas Dominic Barona e Sol Aguirre já lhe tiram da liderança se passarem suas baterias. Caso aconteça, as duas farão um confronto direto nas semifinais, repetindo a decisão do QS 1000 de Galápagos, no Equador. As outras surfistas só superam os 3.095 pontos de Tainá Hinckel, se chegaram na grande final e as duas argentinas somente com a vitória em Iquique.

No ranking masculino da WSL Latin America, que define o campeão sul-americano da temporada 2022/2023 e dez vagas para o WSL Challenger Series, o também catarinense Heitor Mueller, segue defendendo a liderança no Chile. O surfista de apenas 17 anos de idade, primeiro se classificou para a terceira fase do Quiksilver Iquique Pro Junior na quarta bateria do dia. Depois, manteve a invencibilidade ganhando mais uma no Quiksilver Iquique Pro QS 3000, derrotando até um ex-top da elite da World Surf League, Wiggolly Dantas, que acabou eliminado pelo venezuelano Francisco Bellorin.

Foi durante estas oito baterias da terceira fase do QS 3000, que La Punta bombou as melhores ondas, para os surfistas darem um verdadeiro espetáculo de surfe no point break de direitas da Playa Cavancha, em Iquique. Na bateria do recorde histórico de Rafael Teixeira, o jovem Caio Costa também surfou uma onda no critério excelente do julgamento, recebendo 9,40, a terceira maior nota do Quiksilver Iquique Pro QS 3000.

Ela só ficou abaixo do 9,60 da direita destruída por uma série de pancadas de backside do Rafael Teixeira e do tubaço que o saquaremense Valentin Neves surfou na terceira bateria. O filho do bicampeão brasileiro Leonardo Neves (in memoriam) ficou entocado na cortina d´água, com as placas caindo a sua frente, foi atravessando e saiu limpo do tubo. Valentin ainda faz mais uma manobra para finalizar e ganha 9,67 dos juízes, com dois dando nota 10. Ele tinha perdido três baterias antes, pelo Quiksilver Iquique Pro Junior, mas brilhou nessa.

“Eu tinha surfado um tubo bom já antes, mas perdi, Então, eu sabia que ia vir tubos nas ondas mais para dentro da bancada e foi o que aconteceu”, contou Valentin Neves. “Eu tive paciência para esperar, a onda veio e eu estava com a prancha certa para fazer o tubo. Estou feliz porque essa é a minha especialidade, o tubo, treino bastante isto em minha cidade, Saquarema. Segui o conselho do meu pai, do meu amigo que me ligou ontem, obrigado João Chumbinho, que era para fazer o meu surfe e estou superfeliz por estar conseguindo mostrar meu talento”.

Os 17,67 pontos que Valentin Neves totalizou, com notas 9,67 e 8,00, eram a maior somatória do Quiksilver Iquique Pro QS 3000, até Rafael Teixeira registrar um novo recorde histórico nas ondas de La Punta. Ele foi o primeiro a bater os 18,25 do peruano Alonso Correa em 2018 e em segundo estava o amigo citado por Valentin, o João Chianca, que venceu o QS 3000 de Iquique somando 17,74 pontos na grande final. Outros surfistas que se destacaram na sexta-feira foram o Samuel Igo, que passou junto com Valentin Neves com 16,47 pontos e Caio Costa, que avançou com Rafael Teixeira surfando uma onda nota 9,40.

Os 16 surfistas que ficaram entre os dois melhores em cada uma destas oito baterias da terceira fase, vão disputar classificação para as quartas de final do Quiksilver Iquique Pro QS 3000. A batalha começa as 8h00 do sábado no Chile, 9h00 no Brasil, com um dos dois únicos surfistas do Chile que seguem na disputa de um título em Iquique, Guillermo Satt, enfrentando o brasileiro Samuel Igo, o peruano Gabriel Arturo Vargas e o argentino Radziunas Franco.

O novo recordista de nota desse ano, Valentin Neves, está na segunda com o peruano Miguel Tudela e mais dois brasileiros, Weslley Dantas e o vice-líder no ranking da WSL Latin America, Ryan Kainalo. O líder, Heitor Mueller, entra na terceira bateria, com o recordista Rafael Teixeira, Igor Moraes e o atual campeão mundial Pro Junior da WSL, Lucas Vicente. E as duas últimas vagas para as quartas de final, serão disputadas pelo número 3 do ranking, Gabriel André, Caio Costa, o argentino José Gundesen e o venezuelano Francisco Bellorin.

Quatro surfistas seguem na disputa pelos dois títulos do Quiksilver Iquique Pro, o líder do ranking regional da WSL Latin America, Heitor Mueller, o vice-líder Ryan Kainalo, o também brasileiro Caio Costa e o argentino Radziunas Franco. Eles vão disputar classificação para as quartas de final no Quiksilver Iquique Pro Junior, logo após as quatro baterias do QS 3000 que vão abrir o sábado no Chile.

Os dois melhores em cada, depois se enfrentam nos duelos homem a homem das quartas de final, que serão realizados na sequência. O resultado desta etapa de Iquique, formará o primeiro ranking Pro Junior masculino e feminino da WSL Latin America, que vai definir os títulos sul-americanos de 2022 da categoria para surfistas profissionais com até 20 anos de idade e as vagas do continente para o Mundial Junior da World Surf League.

Entre os 16 classificados no Quiksilver Iquique Pro Junior, 14 são do Brasil. As exceções são o chileno Noel De La Torre e o argentino Radziunas Franco. O argentino entra na primeira bateria com Mateus Sena, Diego Aguiar e Daniel Adisaka. E o único surfista do Chile está na segunda bateria, com o atual campeão mundial sul-americano Pro Junior, Cauã Costa, o Leo Casal vencedor da categoria Pro Junior na última edição desta etapa de Iquique em 2019, antes da pandemia, além de Rodrigo Saldanha. As outras duas são 100% brasileiras.

No Roxy Iquique Pro Junior, a batalha pelas vagas para as quartas de final já aconteceu na sexta-feira, nas últimas baterias do dia. A peruana Sol Aguirre, tricampeã sul-americana Pro Junior com os títulos de 2017, 2018 e 2021, deu mais um show nas direitas de La Punta. No sábado, ela vai disputar a primeira vaga para as semifinais do Pro Junior com a equatoriana Genesis Garcia, depois de enfrentar a também peruana Melanie Giunta na abertura das quartas de final do Roxy Iquique Pro QS 3000.

O segundo duelo pelas quartas de final da categoria Sub-20, será entre a peruana Kalea Gervasi e a brasileira Kiany Hyakutake, que disputou duas baterias sem sair do mar na sexta-feira, a última do QS 3000 e a primeira do Pro Junior. Mais três brasileiras estão na chave de baixo, que vai apontar a segunda finalista do Roxy Iquique Pro Junior. Na terceira bateria, está Nairê Marquez com a peruana Arena Rodriguez Vargas. A última será entre Mariana Areno e a campeã sul-americana Pro Junior de 2016 e 2019, Tainá Hinckel.

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