Uma das revelações paulistas da nova geração, Daniel Adisaka tem o surf “de berço”. A família “respira” o esporte e o caçula tem grande incentivo para seguir adiante. Com chances matemáticas de títulos em duas categorias, o surfista de Ubatuba competirá confiante na 3ª e decisiva etapa do Circuito Medina/ASM de Surf 2016, nestes sábado e domingo (19 e 20), na Praia de Maresias, em São Sebastião. Ele é o terceiro colocado tanto na sub16 quanto na sub14 e tem um motivo a mais para fazer bonito na disputa final. Mais do que revelar talentos, o campeonato é o primeiro critério para selecionar os atletas que participarão da turma inicial do Instituto Gabriel Medina (IGM), a partir de 2017. A construção da sede já está na reta final em Maresias e atenderá de 40 a 60 jovens com até 16 anos de idade, aplicando a mesma metodologia de treinos que o primeiro brasileiro campeão mundial de surf utiliza, com toda a estrutura necessária.
Daniel Adisaka / Foto Jorge Mesquita
“Vou morar com a minha mãe em Maresias para participar do IGM. Ela já alugou um chalé perto do Instituto se tudo der certo”, afirma o surfista, consciente do que pode fazer na etapa. “Gostaria de chegar nas duas finais. Estou em terceiro nas duas categorias, mas na sub16 tenho pontuação melhor, por isso vai ser o meu foco. Mas vou dar o melhor nas duas. Estou recuperado da lesão nas costas, que me atrapalhou bastante no Hang Loose e com pranchas boas”, revela. Na sub16, Heitor Alves, de Maresias, é o líder, com 1.810 pontos, seguido de Pedro Dib, da vizinha praia de Camburi, tem 1.629, com Daniel, vencedor da etapa inicial, somando 1.531. Na sub14, Kauê Germano, que mora na Praia de Juquehy está na frente, com 1.900, e Caio Costa, mais um talento de Maresias, tem 1.240, e Daniel, 1.187. “É difícil, porque todos acima de mim são atletas locais e conhecem muito bem as ondas, que são de correnteza e diferentes de Ubatuba. Mas vai ser o que Deus quiser, como foi na etapa inicial, contra os melhores de Maresias”, comenta.
Para ele, o apoio da família é importante, mas também pode significar pressão em certas ocasiões. É irmão mais novo de Gabriel, surfista profissional, e Aline, um dos principais nomes do SUP (tanto na remada quanto nas ondas) e filho de Jackson Adisaka, que por muitos anos foi empresário do ramo de surfwear e Claudia, que garante total apoio, optando até por mudar de cidade para incentivar o filho. “É muito bom, o apoio é total. Mas as vezes me sinto um pouco pressionado, porque todos em casa entendem e gostam de surf. Por isso, se der qualquer vacilo eles pegam no meu pé”, conta rindo o surfista. “O Daniel ama surfar e competir e temos de apoiar e ser facilitadores, pois é uma carreira difícil e o IGM vai ser muito importante. É pouco sacrifício pelo enorme benefício. Ele não vê a hora de iniciar no IGM”, destaca o pai, que continuará em Ubatuba e seguirá para Maresias todos os finais de semana, para acompanhar a carreira do filho.
Por Fábio Maradei