Cinco surfistas já foram cortadas do Margaret River Pro

Bronte Macaulay derrubou duas favoritas e entrou na briga por vaga no G-10 (Crédito: Aaron Hughes / World Surf League)Bronte Macaulay derrubou duas favoritas e entrou na briga por vaga no G-10 (Crédito: Aaron Hughes / World Surf League)

O Margaret River Pro já definiu as semifinalistas da categoria feminina no último sábado de boas ondas de 4-6 pés em Main Break e praia lotada em Western Austrália. Foi um dia dramático na batalha pelas últimas vagas na elite, que vai permanecer disputando a segunda metade do WSL Championship Tour. A vice-campeã mundial Tatiana Weston-Webb fez os recordes do dia na repescagem, depois perdeu nas oitavas de final, mas está confirmada nas top-10. Cinco brasileiros também passaram pela repescagem e o time masculino da “seleção brasileira” está 100% classificado para a terceira fase.

Na categoria masculina, são vinte surfistas disputando as nove vagas para o grupo dos 22 primeiros colocados no ranking, que ainda restam definir. Estes seguirão competindo no CT na segunda metade da temporada, já com seus nomes garantidos na elite de 2023. Entre esses vinte, cinco estavam na repescagem e todos passaram as suas baterias, os brasileiros Samuel Pupo, Deivid Silva e Jadson André, o português Frederico Morais e o sul-africano Matthew McGillivray.

O mais experiente da “seleção brasileira”, Jadson André, achou boas direitas para atacar forte de backside e derrotou até a fera, Kelly Slater, para seguir tentando permanecer entre os melhores surfistas do mundo por mais um ano. Serviu para relembrar um pouco da única etapa do CT que o potiguar venceu, batendo o próprio Kelly Slater na final do Billabong Pro Santa Catarina de 2010 em Imbituba. Esta foi a décima vez que os dois se enfrentaram em baterias do CT e Jadson conseguiu sua terceira vitória, contra sete de Slater.

“Sem dúvidas, eu preciso de um bom resultado aqui para continuar no Tour. É meio impossível não ficar pensando nesse corte, mas parece que minha carreira inteira foi assim, então já sei mais ou menos como lidar com isso”, disse Jadson André. “Não queria estar nesta posição, mas essa é a vida e estou feliz por ter ganhado a bateria surfando bem hoje. O negócio é surfar, tudo é definido na escolha das ondas e o importante é você fazer o seu melhor. Às vezes, seu oponente surfa melhor do que você, às vezes você acha que ganhou a bateria, mas perde. Enfim, essa é a vida e estou muito feliz e grato por estar aqui”.

Jadson chegou em Margaret River dividindo o 28º lugar no ranking com outro brasileiro, Deivid Silva, que também avançou para a terceira fase na manhã do sábado, numa dobradinha verde-amarela vencida por Caio Ibelli. Jadson e DVD ganharam três posições e já aparecem empatados em 25º com João Chianca e mais quatro surfistas. Todos tentando entrar no grupo dos 22 primeiros colocados no ranking, que seguirão na elite e já garantidos no CT 2023.

Enquanto onze surfistas estão abaixo da linha de corte querendo entrar no G-22, nove estão dentro defendendo suas vagas, como Samuel Pupo, que venceu a última bateria masculina do sábado. Samuca ocupa a 18ª posição no ranking e na 21ª está o peruano Lucca Mesinas. Esta batalha por vagas no G-22 será intensa na terceira fase do Margaret River Pro. Em todas as baterias, terá alguém brigando por classificação. Quatro delas serão confrontos diretos entre surfistas que defendem vagas no G-22.

O primeiro acontece na segunda bateria, com o número 14 do ranking, Kolohe Andino, enfrentando o vigésimo colocado, Jackson Baker. Na sexta, tem Connor O´Leary em 16.o lugar contra Samuel Pupo em 18.o. Na décima, esse duelo nas mesmas posições se repete com Nat Young em 16.o e Jake Marshall em 18º. E na 14ª bateria, Jordy Smith ainda tenta confirmar sua permanência, defendendo o 14º lugar contra Ezekiel Lau, que divide a 21ª posição com Lucca Mesinas. O peruano está na bateria seguinte (a 15ª) e precisa passar pelo australiano Jack Robinson, local de Margaret River, para seguir tentando se garantir no CT.

Além de Samuel Pupo, os outros brasileiros que estão nesta batalha, também terão um duro desafio na terceira fase do Margaret River Pro. Na sétima bateria, João Chianca terá um duelo brasileiro com o campeão olímpico Italo Ferreira. Chumbinho vem sendo um dos destaques da temporada, especialmente nos confrontos fantásticos que fez com o bicampeão mundial John John Florence, em Pipeline e em Bells Beach.

Depois, o potiguar Jadson André volta a encarar Kelly Slater na 13ª bateria e Deivid Silva disputará a última vaga para as oitavas de final com o havaiano Barron Mamiya. Os adversários dos três, Italo, Slater e Mamiya, já estão garantidos no G-22, assim como mais três surfistas da seleção brasileira da WSL, o líder do ranking, Filipe Toledo, Caio Ibelli e Miguel Pupo.

Estes três vão enfrentar atletas que estão abaixo da linha de corte e tentam entrar no grupo dos top-22 para permanecerem na elite. Miguel Pupo está na oitava bateria com Owen Wright. Na seguinte, entra Filipe Toledo com a lycra amarela de número 1 do mundo, para defender o título do Margaret River Pro contra outro australiano, Ryan Callinan. E Caio Ibelli faz um duelo luso-brasileiro com Frederico Morais na 11ª bateria.

Enquanto Filipe Toledo segue na busca do bicampeonato em Margaret River, a igualmente vice-campeã mundial Tatiana Weston-Webb, não poderá repetir a dobradinha brasileira no pódio desta etapa no ano passado. Ela até começou muito bem o dia, com seu backside agressivo e vertical fazendo os recordes do Margaret River Pro no segundo confronto do sábado em Main Break. A nota 9,17 recebida em sua melhor onda, é a segunda maior do CT 2022 e, os 16,50 pontos da vitória, são a quinta maior somatória do ano.

Nesta bateria da Tatiana pela repescagem, uma jovem novata no CT deste ano, foi a primeira vítima deste novo corte no meio da temporada, Bettylou Sakura Johnson. Ela acabou eliminada por outra estreante do Havaí que tenta entrar no grupo das top-10 que ficam na elite, Gabriela Bryan. O drama continuou nas oitavas de final, iniciadas após a repescagem masculina. Mais uma havaiana estreante no CT, Luana Silva, saiu da briga na primeira bateria, vencida por Brisa Hennessy.

Gabriela Bryan entrou na seguinte, novamente enfrentando Tatiana Weston-Webb, que a tinha derrotado na repescagem. Foi um duelo de poucas ondas e a brasileira só conseguiu surfar uma boa, que valeu nota 6,00. A havaiana teve mais sorte e seguiu na briga por uma vaga no G-10, ganhando por uma pequena diferença de 11,30 a 10,93 pontos, somando notas 5,93 e 5,37, contra 6,00 e 4,93 da brasileira.

Apesar da derrota de Tatiana Weston-Webb em nono lugar no evento que ela decidiu o título nas duas últimas edições e foi campeã no ano passado, a combinação de resultados no restante do sábado, acabou garantindo seu nome entre as top-10 que permanecem no CT. Mas, as surpresas continuaram após a saída da brasileira. Nas disputas seguintes, todas as surfistas que precisam de bons resultados para se garantir na elite, venceram suas baterias.

A série começou com Tyler Wright perdendo para Molly Picklum, logo após a derrota de Tatitana Weston-Webb. Na quarta bateria, Courtney Conlogue, que estava pendurada no G-10, passou por Malia Manuel e já confirmou sua permanência no sábado, deixando a havaiana ameaçada. Aí veio a grande surpresa, com a convidada Bronte Macaulay despachando a pentacampeã mundial Carissa Moore. Esse resultado confirmou o retorno da costa-ricense Brisa Hennessy, para a liderança no ranking da primeira metade da temporada.

Apesar de não fazer parte da elite deste ano e estar substituindo a contundida Caroline Marks, Bronte Macaulay já reuniu chances matemáticas de até conseguir uma vaga no G-10. E ela compete em casa, pois foi criada e mora em Margaret River. Enquanto uma segue com chances, duas se despediram da elite ainda nas oitavas de final, India Robinson com a derrota para Stephanie Gilmore e a veterana Sally Fitzgibbons, barrada por Johanne Defay.

Nas quartas de final que fecharam o sábado, dramas e glórias foram vivenciadas pelas surfistas em todas as baterias. Na primeira, Gabriela Bryan seguiu sonhando com a vaga, ao carimbar a faixa da nova líder do ranking, Brisa Hennessy. Com a classificação para as semifinais, ela já tirou a última posição no G-10 da rebaixada India Robinson. Na segunda bateria, drama para Molly Picklum, com Courtney Conlogue acabando com as chances da australiana e entrando no seleto grupo das top-5 com a vitória.

Depois, Bronte Macaulay aprontou mais uma para seguir na briga para entrar no G-10. Depois de bater uma pentacampeã mundial, passou pela heptacampeã Stephanie Gilmore e terá um confronto direto por vaga com a também australiana Isabella Nichols, que despachou a francesa Johanne Defay na bateria que fechou o longo sábado na Austrália. São três surfistas disputando as duas últimas vagas, com Malia Manuel só torcendo para não ser ultrapassada por Gabriela Bryan, Isabella Nichols e Bronte Macaulay.

Compartilhe.