Brasileiros começam bem no mar clássico de Pipeline no Havaí

Italo Ferreira com o seu técnico, Shane Dorian (Crédito: ©WSL / Tony Heff)Italo Ferreira com o seu técnico, Shane Dorian (Crédito: ©WSL / Tony Heff)

O Billabong Pro Pipeline abriu a temporada 2022 do World Surf League Championship Tour em um cenário perfeito no Havaí, com Sol e um mar clássico com tubos de 8-10 pés para a estreia dos melhores surfistas do mundo. A “seleção brasileira” começou bem, com sete avançando para disputar classificação para as oitavas de final na terceira fase e apenas um sendo eliminado no último sábado e o campeão olímpico Italo Ferreira conquistou a primeira vitória brasileira do ano.

“Eu tenho ótimas memórias aqui de Pipe e é muito bom estar de volta”, disse Italo Ferreira. “Foi um pouco difícil de encontrar ondas boas, mas estou feliz por ter passado. Eu estava bem ansioso antes da minha bateria e acabei caindo na primeira onda. Fiquei mais nervoso e também não dormi muito bem a noite passada, por causa de ansiedade. Mas, agora o foco é manter a calma para pegar as melhores ondas na próxima”.

Filipe Toledo estreou na bateria seguinte a do Italo Ferreira, junto com um estreante na “seleção brasileira” da WSL, Samuel Pupo. Foi mais uma disputa fraca de ondas, com poucos tubos bons. O havaiano Ivan Florence, irmão mais velho do bicampeão mundial John John e local de Pipeline, entrou na primeira onda, sofreu uma queda terrível que partiu sua prancha e não surfou mais nada depois. Samuca achou um tubo rápido e liderava a bateria, até Filipe surfar um também e completar a onda com um aéreo full-rotation, que não é muito comum em Pipeline.

O atual vice-campeão mundial também comentou sobre a nova temporada que está se iniciando e sobre o fato da decisão do título no Rip Curl WSL Finals ser novamente em Trestles, onde ele mora na Califórnia: “Estou me sentindo superbem e o calendário de eventos está incrível. Tem umas etapas novas, o WSL Finals de novo em Trestles, mas não dá pra pensar muito lá na frente. Ainda preciso passar do corte do meio da temporada (ficar entre os 22 primeiros do ranking após a quinta etapa), para depois focar em chegar nos Top 5 que vão pra Trestles. Mas, tudo começou hoje, com a primeira vitória do ano”.

O havaiano Ivan Florence depois passou pela repescagem e vai voltar a competir contra Filipe Toledo, na nona disputa por vagas nas oitavas de final do Billabong Pro Pipeline. Já Samuel Pupo terá um duelo brasileiro com Deivid Silva na 15.a e penúltima bateria da terceira fase. Isso também vai acontecer com outros países, com Kelly Slater enfrentando o também norte-americano Jake Marshall na segunda, na décima tem um confronto havaiano entre Seth Moniz e Ezekiel Lau, na 14.a um australiano do Ethan Ewing com Callum Robson e a terceira fase termina com os dois únicos participantes da África do Sul, Jordy Smith e Matthew McGillivray.

A melhor apresentação da temporada até agora aconteceu na bateria que estreou o maior ídolo do esporte, Kelly Slater, que tem sete títulos em doze finais disputadas nos tubos mais desejados do mundo. Kelly chegou a dizer que o sábado foi um dos dias mais perfeitos de ondas que já viu em Pipeline. Ele atingiu os mesmos 16,57 pontos do havaiano Barron Mamiya, que fez as marcas a serem batidas no início do dia.

O primeiro a ultrapassar essa pontuação foi o bicampeão mundial John John Florence, que defende o título do Billabong Pro Pipeline, conquistado na final contra Gabriel Medina na abertura do WSL Championship Tour 2021. O havaiano somou notas 8,60 e 8,53 no placar de 17,13 pontos, mas o primeiro tubaço surfado nessa bateria foi o de um estreante do Brasil na elite desse ano, João Chianca, o Chumbinho.

O irmão mais jovem do campeão mundial de ondas gigantes, Lucas Chumbo, ficou muito profundo no tubo, entocado de grab-rail lá dentro, até ressurgir e sair limpo. Chegou a contar os dedos das mãos sugerindo uma nota máxima, mas a média ficou em 8,43. João Chumbinho pegou outros tubos muito bons e surfou no mesmo nível da fera, John John Florence. As notas das melhores ondas ficaram até parecidas e ele foi o recordista entre os brasileiros, com essa nota 8,43 e os 15,30 pontos que totalizou.

O mais experiente da “seleção brasileira”, Jadson André, não conseguiu acompanhar o ritmo do João e do John John, chegou a bater nos corais numa queda e terminou em último. Depois, o potiguar acabou sendo o único a ser eliminado no primeiro dia. Jadson perdeu para o também brasileiro Deivid Silva, a briga pela última vaga para a terceira fase na bateria vencida pelo costa-ricense Carlos Munoz, que fechou a repescagem e o sábado no Havaí.

Dos oito surfistas que estão estreando na divisão de elite da World Surf League esse ano em Pipeline, sete se classificaram para a terceira fase. Além dos brasileiros Samuel Pupo, João Chianca e do peruano Lucca Mesinas, também avançaram os australianos Callum Robson e Jackson Baker, o norte-americano Jake Marshall e Carlos Munoz, da Costa Rica. O único eliminado foi o havaiano Imaikalani Devault. O outro novato é Liam O´Brien, que acabou se contundindo enquanto treinava pela manhã e foi substituído por outro australiano, Jordan Lawler, barrado na repescagem.

 

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