Alex Ribeiro está fora e Wiggolly é destaque em M-River

O único que está fora da briga do título na etapa que fecha a perna australiana do World Surf League Championship Tour é Alex Ribeiro, que perdeu um duelo verde-amarelo na repescagem para Caio Ibelli. Mais quatro brasileiros venceram suas primeiras baterias em Margaret River e sete vão disputar a terceira fase do Drug Aware Pro na Austrália. Já Wiggolly Dantas surfou um dos melhores tubos do sábado nas boas ondas de 4-6 pés em Main Break, Alejo Muniz ganhou sua primeira bateria depois da cirurgia no joelho e Miguel Pupo confirmou a ótima participação do Brasil em Margaret River. Os quatro se juntam aos campeões mundiais Adriano de Souza e Gabriel Medina e a Italo Ferreira, que estrearam com vitórias no primeiro dia e não competiram no sábado na Austrália.

Wiggolly Dantas (SP) / Foto Cestari

Wiggolly Dantas (SP) / Foto Cestari

O paulista Wiggolly Dantas, de Ubatuba, foi um dos destaques do dia. Ele já havia surfado bem nos primeiros confrontos da manhã, que faltavam para fechar a primeira fase, mas perdeu por pouco – 14,90 a 14,50 – para o australiano Josh Kerr. Teve que voltar ao mar e aproveitou muito bem a segunda chance de classificação para a terceira fase contra o local de M-River, Jack Robinson. Wiggolly ganhou 9,63 dos juízes atacando uma onda com três manobras explosivas de backside e ainda tirou mais duas notas excelentes, acima de 8, pegando um dos melhores tubos do dia nas direitas de Main Break. Ele foi o segundo e último surfista a ultrapassar a barreira dos 18 pontos em Margaret River, com seus 18,06 só ficando abaixo dos 18,87 das notas 9,87 e 9,00 do havaiano John John Florence no confronto que fechou a primeira fase.

Três baterias após a vitória de Wiggolly Dantas, aconteceu o duelo dos estreantes do Brasil na elite dos top-34 da World Surf League esse ano. Caio Ibelli foi um dos três únicos surfistas a passar da terceira fase nas duas primeiras etapas da temporada. Os outros foram o líder do ranking, Matt Wilkinson, e o vice-líder, Conner Coffin, dos Estados Unidos. Caio surfou bem de novo, mostrando muita segurança nas manobras e pegou as melhores ondas que entraram para tirar duas notas na casa dos 7 pontos. Ele totalizou 14,74 pontos, contra 12,83 pontos do também paulista Alex Ribeiro, que não conseguiu passar nenhuma bateria na Austrália.

Alex Ribeiro (SP) / Foto Cestari

Alex Ribeiro (SP) / Foto Cestari

Na disputa seguinte, o outro reforço na seleção brasileira deste ano, Alejo Muniz, ganhou a primeira dele depois da cirurgia no joelho contundido em outubro na França. O catarinense não competiu nas duas primeiras etapas e só está retornando agora em Margaret River. Mostrou estar bem preparado e já havia surfado bem na sexta-feira, perdendo por pouco para o taitiano Michel Bourez. No sábado, pegou a melhor onda da bateria e a nota 7,33 recebida foi decisiva para derrotar o experiente australiano Kai Otton por 12,23 a 10,57 pontos.

E o paulista Miguel Pupo despachou outro australiano na disputa pela penúltima vaga para a terceira fase, Davey Cathels. Pupo achou uma onda muito boa e foi abrindo grandes leques de água com a potência das suas rasgadas e batidas de backside, lincando as manobras com velocidade para receber 8,17 dos juízes. Essa nota liquidou uma das novidades da Austrália na elite deste ano, que tinha barrado o campeão mundial Gabriel Medina na terceira fase da etapa passada, em Bells Beach.

Leonardo Fioravanti (ITA) / Foto Cestari

Leonardo Fioravanti (ITA) / Foto Cestari

A grande zebra do sábado foi o jovem Leonardo Fioravanti, que eliminou o onze vezes campeão mundial Kelly Slater. Quando o italiano nasceu em Roma, Slater, com seus 44 anos de idade, já tinha dois títulos no currículo. Fioravanti lidera o ranking do WSL Qualifying Series esse ano e está participando do Drug Aware Pro como convidado. A outra surpresa do dia foi o australiano Taj Burrow, que anunciou sua aposentadoria do Circuito Mundial aos 37 anos de idade. Ele vai encerrar a carreira na etapa de Fiji, nos dias 5 a 17 de junho, depois de dezenove temporadas e dois vice-campeonatos mundiais, em 1999 e 2007.

Por João Carvalho

 

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