Alejo Muniz fala com o InnerSport

Alejo Muniz of Brazil after Heat 22 of Round 2 at the US Open of Surfing in Huntington Beach, CA, USAAlejo Muniz of Brazil after Heat 22 of Round 2 at the US Open of Surfing in Huntington Beach, CA, USA

Uma estrela em ascensão. É dessa forma que a comunidade do surf está presenciando a belíssima trajetória do surfista de Bombinhas, Santa Catarina, Alejo Muniz, 21 anos. Seu início de temporada foi marcado por uma vitória em Fernando de Noronha, na etapa Prime do Circuito Mundial e surpreendeu na sua estréia em Snaper Rocks, Austrália, na primeira etapa do World Tour.

Neste feito, Alejo derrotou os dois últimos campeões do Quicksilver Pro e passou direto para as quartas de final com a vitória sobre os australiano Joel Parkinson e Taj Burrow. Filho de argentinos, aos 15 anos foi morar sozinho no Guarujá com o objetivo de treinar e evoluir no esporte e o resultado veio com o título mundial sub-18, onde sagrou-se campeão mundial no ISA World Junior, em 2008.

Em 2011, com o novo patrocinador, a Nike 6.0, o jovem Alejo vive a realização de um sonho que está só começando…

A repórter Viviane Freitas, correspondente no Rio de Janeiro, bateu um papo com este jovem surfista e traz aos leitores do InnerSport um pouco mais de Alejo Muniz, que participou do Rip Curl Pro Bells Beach 50 anos, e surfou que nem gente grande, com um excelente desempenho, que o levou em primeiro na sua bateria, vencendo Raoni Monteiro e australiano Adrian Buchan. No entanto, não foi desta vez, pois, no 3º round, se deparou com outro brasileiro, o amigo Jadson André, que o superou. Parabéns Alejo!

Foto Douglas Cominski

Foto Douglas Cominski

Alejo, como o surfe surgiu em sua vida e quando decidiu ser um surfista profissional? Eu comecei a surfar com 5 anos, na praia de Bombinhas, Santa Catarina. Meu pai que me colocou na água. Iniciei em competições com 11 anos e decidi virar profissional com 15. Foi uma decisão tomada junto com meu pai e meu atual técnico, Paulo Kid, quando fui morar no Guarujá.

Quais as manobras favoritas? Tem alguma estratégia durante as competições? Minha manobra favorita é o rasgada. Dependo do lugar, a minha estratégia muda de acordo com as condições do dia.Na sua opinião, o que torna o atleta um bom competidor? Disciplina. Acho que um bom atleta tem que ter objetivos e fazer o que puder para chegar onde deseja.

Qual sua rotina de treinamento, você pratica alguma atividade paralela ao surfe, voltada para o condicionamento? Sempre que estou no Brasil frequento academia e faço aula de pilates. Quando estou viajando tento correr, alongar bastante e me alimentar bem.

O sonho de todo surfista quando se profissionaliza é estar entre os tops, correr campeonatos mundo a fora e tem todo este glamour que envolve o tour. Qual a sensação de fazer parte da elite do surfe mundial? Como você está vivendo este momento na sua carreira como profissional do surfe? Esse era meu sonho também, o que eu sempre quis. Muitas vezes deitava na cama e acordava pensando em como seria. Na minha primeira bateria estava nervoso e mal consegui surfar. Acho que não existe sensação melhor que realizar um sonho, por isso estou tentando aproveitar ao máximo, me divertindo e aprendendo muito.

Você teve um início de ano sensacional, sagrou-se campeão na primeira etapa prime do ano, em Noronha, com desempenho digno de top mundial, como você vem trabalhando para aperfeiçoar o seu desempenho durante as competições? Sim, acho que não poderia ter iniciado o ano de melhor maneira. Primeiro veio a vitória em Noronha e depois as quartas de final no mundial na Austrália, meu primeiro evento. Sei que ainda tenho muito para aprender e isso só me dá mais vontade de melhorar e de treinar bastante. Fui com a Nike antes do WT para uma ilha no Oeste da África testar novas pranchas, refinar meu repertório e arriscar novos vôos e estou trabalhando várias coisas com meu técnico. Acho que estamos indo pelo caminho certo.

Foto Douglas Cominski

Foto Douglas Cominski

Você já é considerado a maior promessa brasileira para o título mundial, você se sente pressionado? Eu procuro não pensar nisso. Quero apenas fazer meu trabalho e atingir mais um grande sonho e objetivo: ser campeão mundial pelo Brasil!

Você declarou em entrevista que está vivendo um sonho. Para o Alejo, o céu é o limite ou você tem objetivos pré-determinados? Acredito que um atleta não deva impor limites. Isso me incentiva a ir atrás do que eu quero. Existem muitos exemplos no mundo dos esportes de atletas que chegaram alto por não se limitarem. Quem quer consegue e como eu já disse, não existe sentimento melhor do que concretizar um sonho.

Foto Douglas Cominski

Foto Douglas Cominski

Você recebeu o troféu de atleta revelação pela ASP, é só o começo? Eu não estava esperando esse troféu. Foi a primeira vez que deram esse prêmio e não avisaram ninguém antes. Ainda tenho objetivos bem maiores e espero poder alcançar-los.
O que mais gosta de fazer quando não está surfando? Gosto muito de jogar tênis, (mas sou péssimo), ler livros e usar a internet.

Além do quintal de casa, quais os picos que mais gosta de surfar? Eu gosto muito de Sunset, no Hawaii e Trestles, na Califórnia, mas minha onda preferida é 4 ilhas, em Bombinhas.

Foto Douglas Cominski

Foto Douglas Cominski

O que deixa o Alejo feliz e completo? Estar com minha família e amigos em um churrasco na praia de 4 ilhas, Bombinhas. Ah! E quebrando altas ondas!

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